2018 foi o ano em que o fascismo eclodiu no Brasil, como um ovo de uma voraz serpente. O ambiente para que chegássemos a isso começou a ser construído já em 2013 com as manifestações de rua, especialmente no eixo Rio-São Paulo, convocadas via-internet, inspiradas na chamada Primavera Árabe.
A mídia privada, representante dos interesses das elites econômicas brasileiras, não demorou em cooptar as manifestações através de uma manipulação que esvaziava as demandas populares e colocava, no lugar, uma agenda visando mirar e minar o segundo governo popular de Dilma Rousseff, o quarto do Partido dos Trabalhadores.
Não era do interesse da chamada burguesia financeira, nem local e nem internacional, que o Brasil seguisse com um governo de viés de Estado do bem-estar social. Agora, queriam eles, a volta das políticas neoliberais iniciadas por esses lados em 1990 com Collor de Mello e só interrompidas a partir de 2003. E o contexto agora era o de um Brasil com uma reserva muito grande de um valioso petróleo ainda inexplorada.
Já que não podiam vencer o Partido dos Trabalhadores no voto, o caminho era sangrar o governo e preparar um golpe. Como golpes militares andam fora de moda, uniram-se economia-Judiciário e Legislativo. Daí nasceu o golpe que todos conhecemos chamado de GOLPE JURÍDICO/PARLAMENTAR. Se não tem crime da presidenta, inventamos qualquer coisa. E foi o qualquer coisa que fundamentou o GOLPE de Estado de 2016.
No roteiro tinha Mensalão do PT, Queda da Dilma e Prisão do Lula, por meio de um dos mais asquerosos processos de Lawfare do Mundo (Lawfare é uma palavra-valise introduzida nos anos 1970 e que originalmente se refere a uma forma de guerra na qual o direito é usada como arma. Basicamente, seria o emprego de manobras jurídico-legais como substituto de força armada, visando alcançar determinados objetivos de política externa ou de segurança nacional). O Lula tinha que estar preso para que o sucesso nas urnas fosse alcançado. Caso Lula ficasse apto a concorrer a Direita continuaria sem a mínima chance.
Além da prisão de Lula, tiveram que armar uma central de fake news - coordenada externamente desde o então governo Trump. Só que a articulação não visava levar ao poder a Direita tradicional. Pela primeira vez, a Extrema-Direita brasileira ficou muito próxima do poder.
A onda era favorável! O ambiente estava marcado pelo antipetismo.
O discurso populista do principal candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, prometia satisfazer demandas dos trabalhadores. E encantava. Prometia um governo neoliberal e encantava a elite econômica. Prometia defender valores morais conservadores e encantava a classe média.
"Deus, Pátria e Família", adotado do fascismo histórico, era o mote a ser martelado o tempo todo para angariar votos.
Com um atentado a faca sofrido pelo candidato de extrema-direita dias antes do pleito de 2018, do qual até hoje ainda pairam dúvidas, acelerou-se a disposição de uma maioria dos eleitores a elegerem Jair Bolsonaro - o candidato era um Deputado que estava há mais de duas décadas no Parlamento. Em sua biografia carregava o fato de ter tido uma passagem tenebrosa pelo exército como oficial e, na política, uma passagem inexpressiva vez que não tinha projetos relevantes aprovados durante todo o tempo que atuou como deputado.
Mesmo o PT tendo mudado o candidato uma vez que Lula foi impedido pelo STF, mesmo com o aval de Organismo da ONU, fundamentado em tratados internacionais, não foi possível impedir a tragédia.
Eleito, dias antes da posse em Janeiro de 2019, explodia na mídia esquemas de corrupção envolvendo a prole do presidente eleito. E desde então, foi uma sequência de escândalos sem fim. Um governo que entregou o patrimônio nacional ao capital estrangeiro e nacional como havia prometido. Um governo que deu fim a muitos direitos dos trabalhadores. Um governo marcado por esquemas de corrupções dos mais variados e um ativismo no sentido de impedir que fossem investigados. Um governo marcado pelo desastre na condução da pandemia que matou milhões no Mundo e mais de 700 mil no Brasil (CPI apontou a responsabilidade do governo pelo menos em mais de 400 mil dessas mortes). Destruição acelerada das florestas, em especial a Amazônica. Genocídio crescente dos povos indígenas. Enfim... Só para citar alguns pontos dos muitos negativos desse governo que constituiu-se em um verdadeiro pesadelo para todos e todas aqueles que identificam-se com humanismo, civilidade, Democracia.
Luiz Inácio Lula da Silva, por fim, teve o lawfare tornado público, com a responsabilização dos atores responsáveis. Na Corte Máxima do Judiciário foi "inocentado", tendo seus processos anulados e encaminhados para serem reiniciados nas instâncias de direito. Por fim, mais de 20 processos foram dados como não procedentes e foram arquivados. Lula finalmente recuperou direitos políticos e o mais importante, o seu direito à inocência.
Em 2022, agora faltando quatro dias para o final do segundo turno que ocorre no próximo 30 de Outubro, Lula é o grande favorito para derrotar o candidato da extrema-direita, que concorre a permanecer no poder e que tantos danos trouxe ao Brasil em todos os sentidos.
Lula, tem o meu apoio, pois é o mais preparado para reconduzir o Brasil a um processo de harmonia nacional e paz, de prosperidade e de respeito internacional.
Que as urnas ao serem abertas no próximo dia 30 nos permitam viver um novo tempo, uma nova história, para enterrarmos de vez esses anos perdidos!