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FILOPARANAVAÍ

sexta-feira, 31 de maio de 2013

ASSINE VOCÊ TAMBÉM: Apoio ao Projeto de Lei sobre isenção do Imposto de Renda sobre a remuneração de professores





Abaixo Assinado 


Apoio à aprovação do Projeto de Lei 2.607/2011, de autoria do deputado federal Felipe Bornier, que trata sobre "a isenção do Imposto de Renda sobre a remuneração de professores". O deputado federal por MS, Vander Loubet, também apoia o projeto de lei e o abaixo assinado. O artigo 2º do PL prevê o seguinte: Art. 2º Inclua-se ao art.6º da Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988, o seguinte inc. XXIII: “Art.6º.......................................................................... ............................................................................................. XXIII – os valores recebidos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a título de remuneração, quando o beneficiário for professor lotado e em efetivo exercício na rede pública de educação infantil, fundamental, média e superior.” (NR) 

LINK para assinar: 
http://www.avaaz.org/


PARA ACOMPANHAR O PROJETO DE LEI:


filoparanavaí 2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

17 de maio, dia internacional contra a HOMOFOBIA: Uma oportunidade para homens e mulheres se humanizarem...


QUANDO A RELIGIÃO PREGA O ÓDIO, 
A ALIENAÇÃO, A DESUMANIZAÇÃO DO HOMEM? 

QUANDO A CRENÇA RELIGIOSA
 QUER NEGAR A "DIGNIDADE HUMANA" A OUTREM 

Ainda há de chegar o dia no qual os que se autodenominam cristãos compreenderão que os homossexuais nunca os odiaram, ou quiseram negar-lhes o direito à "dignidade humana" só por serem cristãos. 

Compreenderão que os homossexuais sempre foram assassinados por serem homossexuais, tiveram que viver por milênios, séculos, no anonimato sem qualquer direito civil, sendo vítimas do ódio pregado por seus líderes religiosos insanos que no lugar do amor sempre pregaram o desprezo a esses homens e mulheres por apenas carregarem o "pecado" de serem diferentes... 

Ainda há de chegar o dia no qual esses cristãos fundamentalistas haverão de aprender a ser cristãos de verdade, naquela autenticidade do Cristo dos quatro evangelhos, que eles negam com suas palavras e ações preconceituosas e discriminatórias...

"O amor venceu sobre o ódio" 
FRANÇA: a aprovação do casamento gay é uma das maiores reformas sociais desde a abolição da pena de morte em 1981. 

QUANDO A RELIGIÃO É COLOCADA 
EM SEU DEVIDO LUGAR? 

Quando a sociedade laica lhe ensina a respeitar as diferenças para além de seus dogmatismos fundamentalistas e retrógrados os quais quer impor arbitrariamente ao conjunto total da sociedade. O presidente francês, François Hollande, sancionou lei que permite união entre pessoas do mesmo sexo, tornando a França o décimo-quarto país do mundo a conceder esse direito aos homossexuais. 

A França, é um país predominantemente católico, porém, como acontece aqui no Brasil [onde em torno de 64% se declaram católicos de acordo com IBGE-2010, mas não deve passar de 10% o número de fiéis que vão às igrejas, considerando ainda que a maioria tem mais de 40 anos],  lá,  nem 5% frequenta regularmente as igrejas, ou seja, são católicos só de "carteirinha" - se considerarmos os católicos de todos os países europeus da "comunidade européia", no total, apenas 2% frequentam as igrejas - logo, o conservadorismo moral dos protestantes contra os direitos homoafetivos não passa de uma firula mal orquestrada e mediocremente fundamentalista contra a dignidade humana - portanto deixe essa gente se espernear à vontade que um dia eles aprendem a romper com as fronteiras rígidas de seus preconceitos. 

A França, segue assim 13 outras nações incluindo Canadá, Dinamarca, Suécia e mais recentemente Uruguai e Nova Zelândia na permissão à união legal de casais do mesmo sexo. 

 FONTE: http://www.brasil247.com/

            Ambiente familiar é o local onde 
homossexuais mais sofrem agressões

17/05/2013 - 15h07 
Cidadania 
Vinícius Lisboa 

O local em que os homossexuais mais sofreram agressões, no estado do Rio, em 2012, foi o ambiente familiar, apontam dados preliminares de um levantamento divulgados hoje (17) pelo Programa Rio sem Homofobia. Do total de denúncias registradas nos quatro centros de referência no estado e pelo número 0800-234567, 22% foram praticados pelos próprios amigos e parentes, dentro das casas das vítimas. 

"É assustador você ter o ambiente familiar como o principal local de violência contra homossexuais. Dá a noção de quanto é séria a situação de vulnerabilidade em que vivem. Em casa, com seus pais, irmãos e parentes, é que eles sofrem a maior parte da violência verbal e física", avaliou Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Rio sem Homofobia. 

O segundo lugar onde a violência é mais frequente é a rua (18%), o que agrava o problema, na visão do coordenador: "Na prática, o direito de ir e vir dos homossexuais está sendo cassado. Se não é surpreendente, é entristecedor. A gente vem debatendo a questão dos direitos humanos, mas nosso país ainda está patinando". O ambiente de trabalho e a escola também estão entre os principais áreas em que há a prática da homofobia. 

A pesquisa completa será divulgada na semana que vem, mas os dados foram antecipados hoje, Dia Internacional contra a Homofobia, data considerada histórica porque, há exatos 20 anos, a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças psiquiátricas. 

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina teve a mesma iniciativa em 1985. "O dia de hoje precisa trazer para a sociedade uma reflexão. A religião tem o direito de ter seus dogmas, mas suas doutrinas não podem ser impostas a toda a sociedade. A homossexualidade era considerada doença por questões ideológicas e religiosas. A ciência era usada como escudo". 

Com base na pesquisa, Cláudio Nascimento antecipa que 38% das denúncias registradas foram motivadas por agressões verbais e 22% por agressões físicas. "Juntos, os casos somam 60% e mostram a situação vexatória a que os homossexuais estão expostos, sendo vítimas de piadas, xingamentos, agressões e todo tipo de humilhações. Isso gera um ambiente hostil". As agressões físicas mencionadas por Cláudio não incluem assassinatos e casos de abuso sexual. 

A maior parte das agressões foi registrada na cidade do Rio, mas o coordenador acredita que há subnotificação maior nas outras cidades. "O estudo é que vai apontar mais claramente isso, mas o que a gente pode dizer é que, nas regiões com menor índice de desenvolvimento humano, a violência é maior". 

O coordenador do projeto argumenta que o quadro piora pela sensação de impunidade: "É urgente que seja aprovada a Lei da Homofobia, para que seja reconhecido como crime de ódio, como é o racismo, que é inafiançável. Há no imaginário dos setores homofóbicos a expectativa da impunidade ou de punições brandas, que muitas vezes são apenas o pagamento de cestas básicas". 

Para aumentar o acesso dos homossexuais às formas de denunciar os crimes, o Programa Rio sem Homofobia aumentará o número de centros de referência, com a inauguração de mais quatro neste ano. O primeiro deles será aberto em junho, em Nova Iguaçu, para reforçar o combate ao preconceito na Baixada Fluminense, que hoje conta com um centro em Duque de Caxias. 

São Gonçalo, segunda cidade mais populosa do estado, também foi confirmada como local de um novo centro e os outros dois estão em estudo. Atualmente, o Rio sem Homofobia tem centros de referência na capital, em Niterói, em Duque de Caxias e em Nova Friburgo. A meta é ter 14 centros até o fim do ano que vem.

A IGNORÂNCIA GERA MORTE 



O Dia Internacional contra a Homofobia (em inglês: International Day Against Homophobia) é festejado em 17 de maio. XX No Paraná pela lei nº16454/2010, 17 de maio é o Dia Estadual de Combate à Homofobia. 

No Brasil, por decreto do Presidente LULA em junho de 2010, oficialmente o 17 de maio é do Dia Nacional de Combate à Homofobia. 

[O dia 17 de maio foi escolhido Dia Nacional de Combate à Homofobia porque nesta data, em 1990, a Assembléia Mundial da Saúde, órgão máximo de tomada de decisão da Organização Mundial da Saúde, retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, a data é celebrada internacionalmente como o Dia de Combate à Homofobia.] 

De acordo com pesquisa realizada em 2008 pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Instituto Rosa Luxemburgo, mais de 90% da população brasileira afirma que existe preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. No mundo, 75 países criminalizam a homossexualidade e em sete há pena de morte para os homossexuais. 

No Brasil preconceito e discriminação gera mortes. O número de assassinatos de homossexuais no Brasil atingiu o ápice em 2011, chegando a 266, conforme revelou GGB (Grupo Gay da Bahia), que acompanha os casos desde a década de 1970. Leia mais em: [http://www.doistercos.com.br/assassinatos-de-homossexuais-batem-recorde-em-2011/] 

Nossas escolas públicas e privadas têm papel fundamental nessa luta contra o preconceito e a discriminação latentes em nossa sociedade. Por uma sociedade justa e equitativa, garantindo o cumprimento da Declaração Universal dos Direitos do homem de 1948 e da Constituição Brasileira de 1988. 

O que é a homofobia? 

O termo é utilizado para descrever o medo de amar ou de estar intimamente com alguém do mesmo sexo e o ódio à existência desses sentimentos noutras pessoas. A palavra homofobia também descreve as atitudes e os comportamentos hostis contra lésbicas e gays. A homofobia é derivada do heterossexismo, a opressão das pessoas lésbicas, gays e bissexuais baseada num conjunto de crenças que assumem que a heterossexualidade é a única forma de sexualidade natural, normal e aceitável. 

A assunção de que toda gente é ou irá ser heterossexual é tão universal que a maioria das pessoas pensa que não tem nenhuma outra hipótese em relação à sua sexualidade. O heterossexismo fundado na crença cristã de origem cultural judaica silencia e torna as lésbicas, gays e bissexuais invisíveis. 

Baseia-se em ideias pouco exatas, preconceituosas, mal-informadas, desprovidas de fundamentos filosóficos e científicos e enganadoras acerca das vidas desses sujeitos e cria mitos e estereótipos, que são usados para justificar o preconceito e a discriminação. O heterossexismo, como noutros tipos de opressão, é apoiado pela maioria das instituições na sociedade, predominantemente as igrejas cristãs, o Estado e os Média, dentro de uma estrutura convencional cultural rígida, porém, que aos poucos vai sendo desconstruída pela Moral Laica. 

A cultura ocidental oferece-nos mensagens muito claras quanto às expressões da sexualidade que acha corretas ou não. Somos educados para acreditar que a nossa sexualidade está definida de uma forma muito rígida, ao ponto de que se pensa que é heterossexual e que não se pode de algum modo sentir atraído por pessoas do mesmo sexo. Se isso ocorre com alguém é uma fonte de inesgotável sofrimento se a mesma não recebe ajuda. O único comportamento sexual aceitável tem de acontecer inserido no contexto de um casamento heterossexual e ter como último objetivo produzir crianças. A sexualidade das lésbicas, gays e bissexuais desafia e ameaça as regras não só sobre o comportamento sexual aceitável, mas também as ideias tradicionais do que é ser feminino e masculino. 

Eu arriscaria dizer que os sujeitos homossexuais ao assumirem sua condição natural em meio à sociedade heteronormatizadora. ((Heteronormatividade (do grego hetero, "diferente", e norma, "esquadro" em latim) é um termo usado para descrever situações nas quais orientações sexuais diferentes da heterossexual são marginalizadas, ignoradas ou perseguidas por práticas sociais, crenças ou políticas. Logo, apenas as expressões heterossexuais são consideradas normais) carregam uma bandeira revolucionária em caminho à justiça e equidade nas diferenças. 

Fonte: Cadernos Temáticos da Diversidade.Sexualidade/ Secretaria de estado da Educação. Superintendência de Educação.Departamento de Diversidade. Núcleo de Gênero e Diversidade sexual. Curitiba: SEED/PR, 2009. 216 p. 

Algumas considerações pertinentes:

No Chile, no último 27 de março um jovem de 24 anos, brutalmente espancado, não resistiu e morreu. Morreu porque era homossexual. Daniel Zamudio entrou para a lista de casos de crimes de ódio e intolerância que imperam em pleno Século XXI. Hoje (17), Dia Internacional de Luta contra Homofobia, manifestações por direitos humanos se realizam em vários países do mundo pedindo respeito à orientação sexual, direito à cidadania e justiça para casos como esses. 

Todas essas manifestações fazem um contraponto a dados alarmantes que representam sérios retrocessos no trato dos direitos humanos de homens e mulheres, independente de suas orientações sexuais. 

O relatório lançado ontem pela Associação Internacional Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersex (ILGA, por suas siglas em inglês) indica que 40% dos países membros da Organização das Nações Unidas criminalizam atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Mais: 78 países de 193 ainda possuem leis punitivas para pessoas que mantenham relações homoafetivas. Assim, por exemplo, é ilegal ser gay no Irã, na Argélia, Bangladesh (com pena de prisão perpétua), Arábia Saudita, entre outros. 

Este relatório, lançado em Genebra, se concentra no levantamento de leis que criminalizam a atividade sexual com consentimento entre pessoas do mesmo sexo. "Lamentavelmente, esta sexta edição de nosso relatório anual sobre a homofobia de Estado contempla um aumento do número total de países no mundo cuja legislação persegue as pessoas em função de sua orientação sexual – agora são 78 contra os 76 do ano passado”, afirma o documento da Ilga. 

Entre alguns avanços, o Brasil é citado por conta da homologação que reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo, como pessoas possíveis de constituir famílias. No entanto salienta que o país ainda não tem uma legislação que puna devidamente casos de homofobia e dedique maiores proteção a esta população. 

"Todavia, as políticas públicas em defesa e em favor das pessoas LGBT não são suficientes nem eficazes na redução da violência homofóbica, que inclui assassinatos de gays e lésbicas, violência moral e os preconceitos no trabalho e nos meios de comunicação. O Brasil não conta com nenhuma instituição pública nem um projeto específico contra as ocorrências de crimes por homofobia e violência, seja física ou simbólica”, assinala o relatório. 

Na América Latina, diz o documento, apesar de os países serem signatários de vários tratados e convenções que protegem os direitos humanos no que diz respeito à orientação sexual e identidade de gênero, às condições de igualdade e liberdade cidadã, ainda não há um compromisso real e prático dos Estados em oferecer mecanismos que ponham fim à violência à população LGBT. 

Nesta parte o levantamento do Ilga relata a morte do jovem chileno Daniel Zamudio e de 11 lésbicas na região da América Latina e Caribe que eram reconhecidas ativistas pelos direitos humanos. "É uma violência que não é coerente com a vontade expressada pelos governos que representam os estados assinantes [dos tratados e convenções]”, complementa. 

Em Honduras, de setembro de 2008 a fevereiro deste ano, foram 71 mortes registradas de pessoas LGBT, segundo relatou à Ilga a Rede Lésbica Cattrachas. O Caribe também representa uma preocupação, já que 11 países dessa região ainda perseguem e castigam com prisão pessoas com orientações diversas que não sejam heterossexuais. 

De todo modo, o relatório elogia as iniciativas da sociedade civil organizada que lutam cotidianamente pelos cumprimentos dos direitos LGBT, salientando que através delas é que é possível conseguir mudanças significativas neste cenário, neste mundo onde as pessoas precisam ser respeitadas pelo que são.



filoparanavaí 2013

domingo, 12 de maio de 2013

DEUS, Religião e NÓS: Felicidade, ALIENAÇÃO, Liberdade

DEUS E OS
HOMENS E MULHERES,
EM PROFUNDA COMUNHÃO NA GRATUIDADE...
É DESSA "RELIGIÃO" QUE O MUNDO ESTÁ CARENTE...


COM O TEMPO...


ESTE É O MEU CREDO OFICIAL
PROFESSO COM LIBERDADE MEU CREDO
RESPEITO TODOS OS CREDOS
QUE O MEU TAMBÉM
SEJA RESPEITADO...


DESCOBRI QUE A CULTURA DE MEU PAÍS FOI MOLDADA E SUBJUGADA PELOS DITAMES MORAIS 
DA IGREJA CATÓLICA E 
DEMAIS DENOMINAÇÕES CRISTÃS...
PORQUE SE ELAS POSSUEM 
DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS, ENTRE SI,
NÃO ACONTECE O MESMO QUANDO TRATA-SE DE 
VALORES MORAIS, POIS TODAS 
[OU A MAIORIA, PARA NÃO SER DESONESTO,
CASO TENHA ALGUMA QUE NÃO COMUNGA] 
COMUNGAM DO FUNDAMENTALISMO PAULINO
ARRAIGADO EM PASSAGENS DO VELHO TESTAMENTO...
DESCOBRI QUE AS LEIS DE MEU PAÍS 
FORAM ESTABELECIDAS COM FORTE INFLUÊNCIA DOS VALORES MORAIS IMPOSTOS PELA IGREJA CATÓLICA EUROCÊNTRICA...
DESCOBRI QUE A IGREJA CATÓLICA "ABENÇOOU" A 
SUBJUGAÇÃO DOS NEGROS AFRICANOS;
A IGREJA APOIOU TOTALMENTE O TRÁFICO HUMANO
EM NOME DE "DEUS";
A IGREJA JUSTIFICAVA QUE OS NEGROS ERAM PAGÃOS
E QUE PRECISAVAM SER SALVOS...
A ESCRAVIDÃO ERA UMA FORMA DE SALVAR OS NEGROS
SEGUNDO A VISÃO MÍOPE DA IGREJA CATÓLICA E DE SUA INSANIDADE INTELECTUAL...
O NEGRO SOFRE AQUI, GERA LUCROS, A ALEGRIA DOS BRANCOS RICOS E DA IGREJA...
EM TROCA O NEGRO GANHA A 
LIBERDADE APÓS SUA MORTE,
GANHA A VIDA ETERNA... 
ERA ESSA IDEOLOGIA DOUTRINÁRIA CRISTÃ QUE
PERMITIA UM CATÓLICO SAIR DA MISSA, 
EM UM DOMINGO COMUM, PASSAR PELA PRAÇA
DE TORTURA DOS ESCRAVOS, E NÃO TER PESO
DE CONSCIÊNCIA DIANTE DAS ATROCIDADES...
"O SENHOR DAQUELE ESCRAVO É UM HOMEM BOM,
BATE EM SEU NEGRO PARA QUE ELE APRENDA
A SER UM BOM ESCRAVO E, ASSIM, QUANDO
MORRER SERÁ UM NEGRO SALVO"...
FICO PENSANDO COMIGO,
EM QUAL LUGAR NO CÉU, ELES IMAGINAVAM,  
QUE O NEGRO FICARIA,
UMA VEZ QUE DEVIAM IMAGINAR IR PARA LÁ TAMBÉM?
CAPTURADOS COMO "ANIMAIS SELVAGENS",
MARCADOS COM FERRO EM BRASA;
CONVERTIDOS EM "MERCADORIAS", "DOMADOS" E
OBRIGADOS AO TRABALHO ESCRAVO...
TINHAM EXPECTATIVA DE VIDA DE APENAS 10 ANOS,
QUANDO MORRIAM, ERAM SUBSTITUÍDOS...
MAIS DE 60 MILHÕES DE HOMENS E MULHERES EM QUATRO SÉCULOS;
MEIO EFICAZ DE ATINGIR O LUCRO RÁPIDO E FÁCIL...
QUE GERAVA O CAPITAL DOS SENHORES DE ENGENHO
E GERAVA O "DÍZIMO" QUE A IGREJA RECEBIA;
TRABALHO ESCRAVO QUE SUSTENTAVA OS BANQUETES
DE "RICOS E BISPOS" ENQUANTO OS NEGROS
NAS SENZALAS COMIAM OS RESTOS QUE ELES
PERMITIAM... 
DESCOBRI QUE A IGREJA CATÓLICA GOSTA
DE FAZER MEIA CULPA, "PEDIMOS PERDÃO",
DIANTE DE SUAS ATROCIDADES HISTÓRICAS...
COMO SE UM PEDIDO DE PERDÃO APAGASSE
SEUS PECADOS DO PASSADO E LHE DESSE
DIREITO A CONTINUAR SUA SINA DE PECADORA HOJE...
QUANDO QUER IMPOR SEUS DITAMES MORALISTAS
EM DETRIMENTO DE DIREITOS HUMANOS À DIGNIDADE...
DESCOBRI QUE ESSA MORAL DETURPADA 
DO CRISTIANISMO CONTRADIZ OS ENSINAMENTOS DE
JESUS CRISTO PORQUE É DE CARÁTER EXCLUDENTE...
DESCOBRI QUE FAZ APENAS MAIS DE UM SÉCULO QUE
ESTAMOS APRENDENDO A SER LAICOS 
E APRENDENDO A RESPEITAR AS DIFERENÇAS DE
FORMA INCLUSIVA...
DESCOBRI QUE RELIGIÃO É INSTRUMENTO 
DE ALIENAÇÃO UTILIZADO PELOS BRANCOS RICOS
E PELAS CLASSES SOCIAIS ABASTADAS DE NOSSO TEMPO E DE TODOS OS POVOS E TEMPOS HISTÓRICOS...
DESCOBRI QUE DEUS NÃO É UMA IDEIA;
DESCOBRI QUE DEUS HABITA MEU "SANTUÁRIO"
INTERIOR, QUE DEUS VIVE EM MEU PRÓXIMO E 
NA NATUREZA QUE SE RENOVA A CADA DIA...
EM UMA HARMONIOSA RELAÇÃO:
MICROESFÉRICA, MESOESFÉRICA E 
MACROESFÉRICA...
DESCOBRI QUE DEUS NÃO ESTÁ LIMITADO
PELAS PÁGINAS FRIAS DE UM LIVRO CHAMADO BÍBLIA...
DESCOBRI QUE DEUS É DEUS E BÍBLIA É BÍBLIA;
DESCOBRI QUE DEUS SEMPRE SERÁ DEUS
E QUE A BÍBLIA NÃO PASSA DE UMA REUNIÃO DE LIVROS
QUE RELATAM A EXPERIÊNCIA DE DEUS
FEITA POR UM POVO ESPECÍFICO... 
DESCOBRI QUE TENHO QUE CRER EM DEUS E
NÃO CEGAMENTE EM UM LIVRO DISTANTE DE
MINHA REALIDADE E COM NORMAS MORAIS
CASTRADORAS DA ESSÊNCIA DO HUMANO...
DESCOBRI QUE A BÍBLIA SERVIU DE "DESCULPA"
PARA A IGREJA CATÓLICA, NA IDADE MÉDIA,
SILENCIAR PENSADORES E ATIVISTAS POR 
DIREITOS HUMANOS...
PARA A IGREJA CATÓLICA QUEIMAR MILHÕES
DE HOMENS E MULHERES NA FOGUEIRA
APÓS TORTURAS SATÂNICAS EM NOME DE "DEUS"...
PARA A IGREJA CATÓLICA IMPOR E SUSTENTAR
SEU PODER POLÍTICO E ECONÔMICO...
DESCOBRI QUE A BÍBLIA É USADA PARA 
JUSTIFICAR VALORES MORAIS QUE NEGAM O
DIREITO À DIGNIDADE HUMANA À MILHÕES
DE HOMENS E MULHERES POR SEREM DIFERENTES...
DESCOBRI QUE A BÍBLIA É UTILIZADA PARA
JUSTIFICAR PRECONCEITOS E INCENTIVAR
DISCRIMINAÇÕES EM NOME DE "DEUS"...
DESCOBRI QUE XENOFOBIA, HOMOFOBIA,
PREVALÊNCIA DO GÊNERO MASCULINO SOBRE O FEMININO [MACHISMO], INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, ENCONTRAM ABSURDA SUSTENTAÇÃO NA CULTURA
JUDAICA ANTIGA CONTESTADA POR JESUS CRISTO, EM SEU TEMPO...
DESCOBRI QUE DEUS NÃO É PROPRIEDADE DE 
MINHA EX-IGREJA CATÓLICA E NEM DO CRISTIANISMO...
NEM DOS BRANCOS RICOS, NEM DO SISTEMA QUE ELES
CRIARAM...
DESCOBRI QUE DEUS SALVA [SIM] FORA DA IGREJA CATÓLICA;
DESCOBRI DEUS EM TODAS AS RELIGIÕES;
DESCOBRI QUE DEUS SALVA QUEM ELE QUER 
E ONDE ELE QUER...
DESCOBRI QUE DEUS NÃO PRECISA DE PAPA, NEM DE BISPO,
NEM DE PASTOR, NEM DE PADRE, NEM DE IGREJA, 
NEM DE DÍZIMO, NEM DE BÍBLIA... 
DESCOBRI QUE DEUS NÃO PRECISA DE RELIGIÃO;
DESCOBRI QUE NÃO PRECISAMOS DE RELIGIÃO;
DESCOBRI QUE RELIGIÃO DESUMANIZA;
DESCOBRI QUE RELIGIÃO ALIENA E 
FAZ AS PESSOAS INFELIZES E MEDROSAS...
DESCOBRI QUE RELIGIÃO CONFUNDE: DEUS X BÍBLIA;
DEUS X PODER; DEUS X DINHEIRO...
DESCOBRI QUE RELIGIÃO SE ADAPTA AO SISTEMA CAPITALISTA E COMERCIALIZA MUITO CARO A FÉ...
DESCOBRI QUE RELIGIÃO LIMITA NOSSA LIBERDADE;
DESCOBRI QUE RELIGIÃO IMPEDE AMARMOS SEM LIMITES;
DESCOBRI QUE QUEM PRECISA DA GENTE É A RELIGIÃO;
DESCOBRI QUE SEM RELIGIÃO A CADA DIA SOU MAIS LIVRE;
DESCOBRI QUE SEM RELIGIÃO A CADA DIA SOU MAIS HUMANO;
DESCOBRI QUE SEM RELIGIÃO A CADA DIA APRENDO AMAR MAIS;
DESCOBRI QUE SEM RELIGIÃO PERMITO QUE DEUS SEJA DEUS;
DESCOBRI QUE SOU FELIZ SEM RELIGIÃO;
DESCOBRI QUE NA RELIGIÃO TEM MUITA COISA BOA 
MAS FORA DELA TAMBÉM TEM...
DESCOBRI QUE DEVO RESPEITAR QUEM ENTENDE PRECISAR DE RELIGIÃO;
DESCOBRI QUE DEVO RESPEITAR TODAS AS RELIGIÕES E 
ATRIBUTOS DADOS A DEUS: CRISTO, ALÁ, ETC... 
DESCOBRI QUE DEVO RESPEITAR QUEM CRÊ EM NÃO CRER EM DEUS;
DESCOBRI QUE DEVO RESPEITAR NOSSAS DIFERENÇAS 
E QUE RESPEITAR AS DIFERENÇAS É RESPEITAR NOSSO SER IGUAL...
DESCOBRI QUE NOSSO SER IGUAL VEM DO MESMO CRIADOR..
DESCOBRI UM DEUS APAIXONADO PELAS
PESSOAS SIMPLES E HUMILDES...
UM DEUS CAPAZ DE SOLIDARIZAR-SE AO EXTREMO
COM OS QUE SOFREM AS CONSEQUÊNCIAS [DO PECADO]
DE UMA IDEOLOGIA BURGUESA EXCLUDENTE E 
PROMOTORA DAS "DESIGUALDADES SOCIAIS";
PROMOTORA DA MORTE...
DESCOBRI UM DEUS COMUNISTA/SOCIALISTA;
SE ASSIM QUISÉSSEMOS DEFINI-LO...
DESCOBRI UM DEUS QUE NÃO TEM NADA QUE O
IDENTIFIQUE COM ESSE PREGADO PELOS
"LÍDERES RELIGIOSOS" DO CAPITALISMO...
DESCOBRI UM DEUS DO AGIR COLETIVO, UM DEUS QUE
AMA A VIDA EM PLENITUDE, UM DEUS DA GRATUIDADE;
UM DEUS DESPOSSUÍDO DE BENS MATERIAIS E RICO
DE ALEGRIA...
DESCOBRI QUE DEUS ESTÁ E AGE NA HISTÓRIA,
NA MINHA HISTÓRIA, NA SUA HISTÓRIA, NA NOSSA HISTÓRIA...
DESCOBRI QUE DEUS CRUZA MEUS CAMINHOS A TODO MOMENTO...
NAS PESSOAS QUE ELE PERMITE, POR GRAÇA, PASSAREM
POR MINHA VIDA...
DESCOBRI QUE DEUS ME AMA DO JEITINHO QUE SOU
E NÃO DO JEITO QUE AS PESSOAS E A SOCIEDADE
QUEREM QUE EU SEJA...
DESCOBRI QUE SOU LIVRE PARA ESCOLHER OS
VALORES QUE QUERO CULTIVAR EM MINHA VIDA...
DESCOBRI QUE DEUS ME AMA NA GRATUIDADE E QUE
QUANTO MAIS EU ME RELACIONAR COM ELE, NA
GRATUIDADE, TANTO MAIS EU O AMAREI NA VERDADE...
DESCOBRI QUE DEUS É LIVRE
TANTO QUANTO NÓS PODEMOS SER...
POIS SOMOS IMAGEM E SEMELHANÇA DELE...
DESCOBRI QUE PECADO É UMA FORMA DE
SUBJUGAR MENTES E CORAÇÕES...
DESCOBRI QUE SOU LIVRE PARA ERRAR SEM
PESO DE CONSCIÊNCIA TANTAS QUANTAS VEZES
FOR NECESSÁRIO...
DESCOBRI QUE AQUILO QUE CHAMAM DE PECADO
NÃO É PECADO E AQUILO QUE NÃO CHAMAM DE PECADO É PECADO...
DESCOBRI QUE PECADO É INVADIR A VIDA DOS 
OUTROS, JULGAR E CONDENAR ATOS E PESSOAS...
DESCOBRI QUE PECADO É VIVER COMO UM "ASNO"
DEIXANDO OS OUTROS PENSAREM EM NOSSO LUGAR,
DECIDINDO NOSSO DESTINO...
DESCOBRI QUE DEUS ME DEU A FACULDADE DA RAZÃO
PARA SER USADA NO DISCERNIMENTO SÉRIO,
PARA FAZER ESCOLHAS LIVRES, SER RESPONSÁVEL PELAS
CONSEQUÊNCIAS DESSAS ESCOLHAS...
SENDO QUE NOSSA VOCAÇÃO É SER HUMANOS EM
PLENITUDE...
DESCOBRI QUE ERRAR É UMA ARTE
E DESSA ARTE QUERO SEMPRE SER UM ARTISTA;
DESCOBRI QUE ERRANDO É QUE ACERTAMOS...
DESCOBRI QUE POR MEIO DE DERROTAS
CHEGAMOS ÀS VITÓRIAS...

por Lucio Lopes [12.05.2012] 


A imagem é de James Hugh Calum Laurie (Oxford, Inglaterra, 
11 de Junho de 1959) é um ator britânico, conhecido 
pelo seu papel de Dr. House na série televisiva House MD.

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DICAS: redação dissertativa-argumentativa

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domingo, 5 de maio de 2013

ATUALIDADES: A Terra precisa atualmente de quase 18 meses para repor o que a humanidade lhe tira em um ano. De solução, o consumismo insustentável tornou-se a maior ameaça ao planeta e à civilização




Nas últimas décadas, Estados Unidos, nações da Europa Ocidental, Japão e demais países desenvolvidos foram responsabilizados pelo nível avassalador a que chegou o consumismo. Os índices de consumo de bens perecíveis, bem como os do desperdício desses bens, há muito ultrapassaram os limites da sustentabilidade. Agora, também as nações em desenvolvimento atingem altos patamares de consumo, em detrimento do meio ambiente, da saúde e da felicidade, de acordo com o WI - Worldwatch Institute (sediada em Washington, essa organização destaca-se na promoção de uma sociedade ambientalmente sustentável, onde as necessidades humanas sejam atendidas sem ameaças à saúde da natureza - www.worldwatch.org.br). 

Nos últimos anos, cerca de 2 bilhões de indivíduos em todo o mundo entraram naquilo que se convencionou chamar de "classe consumidora" – o grupo de pessoas caracterizado por dietas de alimentos altamente processados, desejo de morar em casas maiores, possuir mais carros e de tamanhos maiores, níveis mais altos de endividamento, e estilo de vida devotado à acumulação de bens não essenciais. 

Hoje, cerca de metade dos consumidores globais mora em países em desenvolvimento, incluindo 260 milhões na China e 130 milhões na Índia – mercados com maior potencial para a expansão. 

"O aumento mundial do consumo ajudou a satisfazer necessidades básicas e a criar empregos", diz Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute em recente entrevista. "Mas à medida que avançamos no século 21, esse apetite consumista nunca antes verificado está corroendo os sistemas naturais dos quais todos dependemos, e tornando ainda mais difícil para os pobres do mundo satisfazer suas necessidades básicas". 

Os relatórios do WI expõem os custos devastadores que o consumismo significa para as reservas mundiais de água doce, os recursos naturais e os ecossistemas, corrompidos por uma massa gigantesca de câmeras e outros artefatos descartáveis, sacos e embalagens plásticas, além de muitos outros objetos de custo barato cujo principal denominador comum é a obsolescência. Objetos manufaturados produzidos dentro do conceito "usar e jogar fora". 

"Boa parte dos problemas ambientais dos nossos dias são ligados ao consumismo", diz Gary Gardner, diretor de pesquisas do Worldwatch. "Apenas para dar um exemplo, saiu há pouco nos jornais a notícia de que 37% das espécies poderão em breve ser declaradas extintas, e isso está diretamente relacionado ao consumismo". 


Da necessidade ao luxo 

A globalização é hoje o principal fator a fazer com que mercadorias e serviços outrora de acesso difícil para as nações em desenvolvimento tenham se tornado facilmente adquiríveis. Itens antes considerados como luxo – televisões, telefones celulares, computadores, ar condicionado – são agora vistos como necessidades. 

A China oferece possivelmente o melhor mostruário dessas realidades em mutação. Durante décadas, as ruas das maiores cidades chinesas eram caracterizadas por um virtual oceano de pessoas movendo-se a pé ou em bicicletas; há 25 anos, existiam pouquíssimos automóveis privados em toda a China. Já no ano 2000 , 5 milhões de veículos rodavam no território chinês. Ao redor do ano 2010, esse número aproximava-se dos 30 milhões. Ele deverá superar a casa dos 70 milhões até o final deste ano, e chegará à casa dos 200 milhões de veículos registrados no país até 2020, segundo estimativas do Ministério Chinês da Indústria e da Informação Tecnológica. 

Nos Estados Unidos existem mais carros nas ruas do que condutores com carteira regular de motorista. 

Internet reforça consumismo 

O Worldwatch também questiona o crescente uso do apelo ecológico no lançamento de novos produtos. Uma preocupante tendência na relação entre internet, publicidade e consumismo foi detectada pelo WI: Com base em exaustiva pesquisa sobre o mercado publicitário, um estudo divulgado no fim de março mostra que o avanço da mídia digital levou a um aumento nos gastos globais com publicidade. Mais ainda: o consumismo foi vitaminado pelas novas formas da propaganda no mundo virtual, relata o estudo Advertising Spending Continues Gradual Rebound Driven by Growth in Internet Media, disponível on-line. 

Segundo o serviço Vital Signs Online, do Worldwatch, as despesas globais com publicidade cresceram 3,3% em 2012, para US$ 497,3 bilhões, prosseguindo o movimento de recuperação gradual do tombo sofrido em 2009. Naquele ano, os gastos declinaram 9,6% como efeito da recessão. 

A internet foi a mídia com maior expansão no ano passado, quando ampliou para 18% sua fatia no mercado global da publicidade – puxada, sobretudo, pelas redes sociais e anúncios nos vídeos on-line. Não surpreende, portanto, que os telefones celulares e as redes sociais já respondam por mais da metade de toda a receita publicitária nos Estados Unidos. 

Em meio à expansão espetacular do mercado publicitário, parece paradoxal que a propaganda na mídia pré-internet esteja perdendo eficácia, segundo o relatório. Como resposta à fadiga com comerciais televisivos, anúncios na imprensa e outdoors, as agências de propaganda concebem técnicas mais sutis, tais como materiais promocionais em blogs e publicidade interativa nas redes sociais, especialmente Facebook e Twitter. "A distinção entre publicidade
e conteúdo na mídia, dessa forma, fica cada vez mais turva", disse Shakuntala Makhijani, autora do estudo, em sua apresentação. 

O relatório também questiona o crescente uso do apelo ecológico no lançamento de novos produtos. Nos Estados Unidos, o número de novos produtos "verdes" subiu de 100 itens comercializados em 2004 para 1.500 em 2009. Para o Worldwatch, a autêntica sustentabilidade demandará menos consumo material e, portanto, limites mais severos sobre a publicidade, de modo a frear sua expansão e crescente presença no cotidiano das pessoas. 

O que eu e você podemos fazer? 

Algumas perguntas que estão, mais do que nunca, na ordem do dia: você precisa mesmo levar todas as suas compras de supermercado em sacolas plásticas? É indispensável ter na garagem aquele utilitário esportivo tão imponente quanto gastador? E o banho de 15 minutos, que tal encurtá-lo? 

A revisão dos atuais (e inviáveis) modelos de consumo já havia sido objeto de um contundente alerta em novembro de 2009, dado pela organização internacional Global Footprint Network: de acordo com um estudo produzido por ela, a Terra precisa atualmente de quase 18 meses para produzir os serviços ecológicos que os quase 7 bilhões de humanos utilizam em um ano. 

Segundo o Worldwatch institute, um exame cuidadoso da rotina dos membros da "classe consumidora global" mostra que há várias situações nas quais é possível consumir de forma mais sensata e sustentável. 

Invertendo a equação, estamos consumindo praticamente um planeta e meio em 12 meses. Não é preciso ser gênio para perceber que a conta não fecha. No atual ritmo, dizem os autores do estudo, no início da década de 2030, precisaremos de duas Terras para atender a nossa demanda anual – um nível tão alto de gasto ecológico que poderá causar um colapso de ecossistemas de grandes proporções. 

"Os padrões culturais são a causa de uma convergência sem precedentes de problemas econômicos e sociais, incluindo a mudança do clima, uma epidemia de obesidade, um enorme declínio na biodiversidade, perda de terras agricultáveis e produção de resíduos tóxicos", afirma Erik Assadourian, diretor do Worldwatch. Devolver a saúde a esse quadro exige uma proposta de aplicação urgente: a necessidade de uma transformação radical dos padrões culturais dominantes, que segundo o economista bengali Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz de 2006, assinala no prefácio, envolve "uma das maiores mudanças culturais imagináveis: a partir de culturas de consumo para as culturas de sustentabilidade".  

Por Luis Pellegrini 
REVISTA RADIS 
ÓTIMO EDITORIAL 
Número: 128 Maio 2013 

Abrindo Caminho 

Nossa matéria de capa traz depoimentos e experiências interessantes, é leve e tem tudo a ver com saúde. Antes, porém, uma reflexão. Algumas conquistas sociais de grupos específicos estão furando a onda conservadora que assola o Brasil e o mundo. Será que isso ameaça o direito de todos? 

Em toda parte se vê fundamentalismo econômico, político e religioso, subtração de direitos e de garantias às condições dignas de vida. Em matéria especial para a Radis, uma jovem repórter mostra a reação dos europeus ao desmonte do estado de bem estar social. Para salvar bancos e o capital especulativo, empregos e salários diminuíram, sistemas de saúde e previdenciários estão em risco. 

Na América do Sul, que nem alcançou tal padrão de direitos e serviços, novas leis anunciam direito universal à saúde. Mas a equidade e a integralidade da atenção estão ameaçadas pela segmentação dos sistemas de saúde e pelas desigualdades, segundo estudo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde. Neste continente, a Saúde caminha para a privatização e o crescimento dos subsistemas privados. 

No Brasil, o fato de a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados estar nas mãos de um deputado contrário aos princípios de igualdade e do respeito aos direitos humanos expõe acordo na base de apoio do governo para entregar ao obscurantismo religioso grande parte dos votos numa comissão vital à evolução civilizatória de qualquer país. Não se trata apenas de sustentar um bufão desfilando sua ignorância sobre os mais diversos assuntos. O grave é alimentar um projeto retrógrado de Estado não laico. 

Este é apenas um dos exemplos frequentes de situações que atingem grupos específicos de menor poder, ora ameaçando direitos de mulheres ou de pessoas LGBT, ora subtraindo terra e direitos de índios, quilombolas, trabalhadores rurais ou comunidades urbanas pobres. 

Quando esses movimentos de gênero, raça, etnia, segmento social ou ambientais — vistos por alguns como de minorias focadas em obter ganhos restritos a grupos, ou privilégios — entram em luta por mudanças e reparações, acabam abrindo caminho e rompendo tradições ou aparatos jurídicos conservadores, conveniências econômicas ou político- -partidárias, para redefinir e ampliar os direitos individuais e coletivos. Ao defender enfaticamente pessoas LGBT contra a homofobia, por exemplo, o secretário- -geral da ONU, Ban Ki-moon declarou, em abril, que “os governos têm o dever legal de proteger a todos”. 

Para a construção do Sistema Único de Saúde brasileiro, existir uma política específica e experiências de atenção voltadas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais significa ir além do acesso para todos (universalização). É experimentar acolher de forma diferente e adequada os diferentes (equidade) e aprender como cuidar, de fato, levando em conta o contexto e as singularidades de cada grupo e cada indivíduo (integralidade). O que parece particular, então, estabelece precedentes positivos para todos. Um colorido sopro de mudança e conquista para a coletividade. 

Autor: Rogerio Lannes Rocha 
Coordenador do Programa Radis 

Igualdade de direitos para empregados domésticos 

Setenta anos após a instituição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os empregados domésticos finalmente passaram a contar com os mesmos direitos dos demais trabalhadores. A Proposta de Emenda Constitucional 66, chamada de PEC das Domésticas, foi aprovada por unanimidade (26/3) no Senado, e promulgada em 2/4, trazendo novos benefícios para a categoria, que reúne profissionais como governantas, cozinheiros, babás, lavadeiras, mordomos, caseiros e acompanhantes de idosos. As medidas contemplarão 6,6 milhões e brasileiros, 92% mulheres, informou o portal de notícias G1 (1/4). 

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que o Brasil está em primeiro lugar em número de empregados domésticos (Valor, 9/1). De cada dez trabalhadores domésticos, no entanto, só três têm, hoje, registro na carteira de trabalho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE, de 2011. A taxa de informalidade chega a 69%. 

Entre as mudanças que passam a valer imediatamente estão garantia a salário nunca inferior ao mínimo, jornada de trabalho de 44 horas semanais e de oito horas diárias, com mínimo de uma hora e máximo de duas de descanso, pagamento de hora extra e proibição de trabalho noturno, perigoso e insalubre a menores de 18 anos. Outros direitos passarão por regulamentação para entrar em vigor, como FGTS, adicional noturno, seguro desemprego, auxílio-creche e indenização por demissão sem justa causa. A previsão é que essa regulamentação ocorra até julho. 

Já na aprovação da CLT, em 1943, o trabalhador doméstico fora excluído, considerado como categoria à parte, informou O Globo (7/4). O primeiro direito trabalhista dos domésticos se deu em março de 1973, com obrigatoriedade da carteira assinada — o que não extinguiu a informalidade. Outros direitos foram estendidos a esses trabalhadores com a Constituição, em 1988, como salário mínimo, repouso remunerado, 13º e irredutibilidade de salários. 

IDH 2013: Brasil mantém posição 

O Brasil está no grupo dos países com índice de desenvolvimento humano (IDH) elevado, indicou a edição de 2013 do Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) — há, ainda, os índices muito elevado, médio e baixo. De acordo com o levantamento, divulgado em 14/3, o país ocupa o 85º lugar no ranking de 187 nações avaliadas, mesma posição registrada em 2011. Numa escala de 0 a 1, quanto mais o IDH se aproxima de 1, maior é o desenvolvimento humano — avaliado a partir dos níveis de expectativa de vida, acesso a educação e renda da população. Os dados são referentes a 2012. O índice brasileiro foi de 0,730 (em 2011 foi de 0,728). A média da América Latina foi de 0,741, informou a Folha de S. Paulo (14/3). O país com melhor classificação no continente foi o Chile (0,819) na 40ª posição, informou o site da revista Carta Capital (14/3). 

O Brasil está entre os 15 países que mais reduziram o déficit do IDH entre 1990 e 2012, melhorando o índice em 24% — o maior avanço entre os países da América do Sul. O destaque deveu-se ao foco na redução das desigualdades e da pobreza e à política estrutural de longo prazo adotada no país, segundo o Pnud. O relatório aponta ainda que o grupo das três principais nações em desenvolvimento (Brasil, China e Índia), está remodelando a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano”. 

O Pnud calculou também um ranking com base nas desigualdades internas em saúde, educação e renda. Nesse caso, mesmo Noruega e Austrália, 1º e 2º colocados, perdem pontos, embora mantendo, ainda, suas posições. Já os Estados Unidos despencam do 3º lugar para o 16º. O Brasil fica 12 posições abaixo, passando à 97º. 

Como ocorrera após a divulgação do IDH de 2011 (Radis 112), o governo brasileiro criticou os resultados do relatório do Pnud. Segundo os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o documento é elogioso aos avanços brasileiros; no entanto, são necessários ajustes, informou o Portal do MEC (14/3). 

Os ministros apontaram que, em Educação, os dados utilizados são de 2005 e oriundos de fontes não reconhecidas pelas agências estatísticas nacionais. De acordo com os ministros, o relatório do Pnud não incluiu nos cálculos 4,6 milhões de crianças de 5 anos matriculadas na pré-escola, bem como nas classes de alfabetização, nem considerou a jornada escolar atual de nove anos. “Se fizéssemos só esta correção, subiríamos 20 posições”, ressaltou Mercadante. 

Educação infantil obrigatória a partir dos quatro anos 

 Lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e publicada (4/4) no Diário Oficial da União torna obrigatória a matrícula de crianças na educação básica a partir dos quatro anos de idade. As redes estaduais e municipais de ensino do país terão prazo até 2016 para se adequar e acolher os alunos. A lei, de número 12.796, ajusta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) à emenda constitucional 59, de 11 de novembro de 2009, que tornou obrigatória a oferta gratuita de educação básica dos quatro aos 17 anos, informou O Globo (5/4). Fica estabelecido também que a educação infantil, que contemplará crianças de quatro e cinco anos, deve se dar em, no mínimo, quatro horas diárias para o turno parcial e sete, para a jornada integral, de acordo com o Portal do MEC. Isso já valia para o ensino fundamental e o ensino médio. 

Segundo a lei, “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”, informou o Portal do MEC (5/4). 

A lei trata, ainda, da avaliação na educação infantil, registrando que não haverá retenção ou reprovação das crianças nessa etapa de ensino e que a avaliação será feita “mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças”. Foi contemplada, também, a educação especial, “modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”, descreve o texto, garantindo que “o poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos” com esse perfil. A lei incluiu também no texto da LDBEN a “consideração com a diversidade étnico-racial” entre os pontos nos quais o ensino será baseado. 

Apenas 67% dos municípios fiscalizam sua água 

Apenas 67% das cidades brasileiras dispõem de mecanismos para fiscalizar e avaliar a qualidade da água. A informação foi apresentada (19/3) pelo diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, informou a Agência Brasil (19/3). Segundo ele, a meta é aumentar esse índice para 70% neste ano e para 75% até 2015. O que caracteriza o controle é a capacidade de cadastrar as fontes de fornecimento de água e gerar dados sobre o serviço de abastecimento. Para Guilherme Franco, que apresentou os dados em painel no 4º Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública, promovido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o desafio de incluir mais municípios nesse perfil será cada vez maior à medida que a taxa avançar .“Aumentar dois pontos percentuais depois que atingirmos 80% será mais difícil”. 

No mesmo evento, o professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Léo Heller, destacou a necessidade de se ampliar também a qualidade da distribuição de água, diferenciando cobertura de acesso. “Acesso significa que a pessoa dispõe de um serviço de qualidade, e não apenas da ligação com o sistema de distribuição”, explicou. 

Segundo Heller, pelos dados do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), 33% da população brasileira não têm acesso à água nos termos mencionados por ele e cerca de 50% não dispõem de tratamento de esgoto. Ele defendeu “uma abordagem menos tecnocêntrica”, com visão mais ampla dos problemas dos locais onde os projetos são implementados, para que a percepção da população seja captada. “Em grandes investimentos de infraestrutura, se perde essa dimensão, o que compromete os esforços públicos”, analisou. 

Para o professor, o Plansab deve moldar o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e não o contrário. “O PAC prioriza a visão física e perde a visão de política pública. Obra, em si, não é o suficiente”. 

FONTE DESSAS ÚLTIMAS INFORMAÇÕES: 

filoparanavaí 2013

quinta-feira, 2 de maio de 2013

FENOMENOLOGIA: Uma introdução geral


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Edmund Gustav Albrecht
Hurssel (8 de abril 1859- 26 de abril 1938).

O Filósofo Alemão fundador do movimento fenomenológico e discípulo de Franz Bretano e Carl Stumpf. O primeiro foi um filósofo, psicólogo e sacerdote católico alemão que definiu a tese da intencionalidade da conciência e da experiência geral e o segundo foi um de seus primeiros seguidores.



BIOGRAFIA

Fundador da Fenomenologia. Nasceu a 8 de abril de 1859 em Prossnitz, Moravia, no então Império Austríaco, hoje Prostejov, na República Checa, faleceu em 27 de abril de 1938, em Freiburg im Breisgau, na Alemanha. De origem judaica, completou os primeiros estudos em um ginásio público alemão, na cidade próxima Olmütz, em 1876. Em seguida estudou física, matemática, astronomia e filosofia nas universidades de Leipzig, Berlim, e Vienna. Nesta última passou sua tese de doutorado em filosofia em 1882, com o tema Beiträge zur Theorie der Variationsrechnung ("Contribuição para a Teoria do cálculo de variáveis").

A influência de HUSSERL opera em várias direções. Em primeiro lugar, as penetrantes análises de suas Investigações lógicas representam sério golpe no positivismo e no nominalismo, que imperavam no século XIX. Ao mesmo tempo, seu método, que sublinha o conteúdo e a essência do objeto, contribuiu poderosamente para a elaboração de um pensamento antikantiano. Sob este aspecto, é um dos grandes pioneiros da nova filosofia.

No outono de 1883, Husserl seguiu para Vienna para estudar com o filósofo e psicólogo Franz Brentano. Em Viena Husserl converteu-se à fé evangélica luterana e, um ano depois, em 1887, casou com Malvine Steinschneider, a filha de um professor do ensino secundário de Prossnitz. Esposa energética e competente, ela foi um indispensável apoio para Husserl até a morte dele.

Em 1886, Husserl, com uma recomendação de Brentano, procurou Carl Stumpf, o mais velho dos estudantes de Brentano do qual se tornaria amigo íntimo, e que era professor de filosofia e psicologia na universidade de Halle. Nesta universidade Husserl passou o concurso para professor conferencista em 1887.

O tema da tese de habilitação foi Über den Begriff der Zahl: Psychologische Analysen ("Sobre o conceito de número: análise psicológica"), o que mostra sua transição da pesquisa matemática para uma reflexão sobre as bases psicológicas dos conceitos básicos da matemática. A tese foi uma versão desenvolvida depois no seu Philosophie der Arithmetik: Psychologische und logische Untersuchungen , cujo primeiro volume apareceu em 1891.

O título de sua conferência inaugural em Hale, onde ensinou de 1887 a1901, foi Über die Ziele und Aufgaben der Metaphysik ("Sobre os objetivos e problemas da metafísica"). O objeto tradicional da metafísica é o estudo do Ser. O texto se perdeu, mas é provável que nele Husserl já apresentasse seu método de análise da consciência como o caminho para uma nova e universal filosofia e uma nova metafísica.

Para ele a base filosófica para a lógica e a matemática precisa começar com uma análise da experiência que está antes de todo pensamento formal, tais concepções são apresentadas em sua famosa obra Logische Untersuchungen (1900-01; "Investigações lógicas"), onde apresentou o método de análise que chamou "phenomenologico".

Após a publicação do Logische Untersuchungen , Husserl foi convidado a lecionar na Universidade de Göttingen, onde permaneceu de 1901 a 1916. Nos seus anos em Göttingen, Husserl desenvolveu as linhas gerais da Fenomenologia.

Husserl apresenta, em 1913, Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie (Idéias; Introdução geral à fenomenologia pura"), obra cuja segunda parte não pode completar devido a romper a Primeira Guerra Mundial.

Em 1916 foi convidado para atuar como catedrático na universidade de Freiburg. Sua aula inicial sobre Die reine Phänomenologie, ihr Forschungsgebiet und ihre Methode ("Fenomenologia pura, sua área de pesquisa e seu método") definia seu programa de trabalho.

Reconhecimento vindo de outros países não lhe faltaram. Em 1919 a Universidade de Bonn conferiu-lhe o título de Doutor honoris causa . Foi convidado e realizou diversas palestras como na Universidade de Londres, na Universidade de Amsterdã e na Sorbonne. Deixou de aceitar um convite da prestigiosa universidade de Berlim a fim de poder dedicar todas as suas energias à Fenomenologia. Estas palestras foram aproveitadas em uma nova apresentação da Fenomenologia, que então apareceu com tradução francesa sob o título Méditations cartésiennes (1931).

Quando se aposentou, em 1928, Martin Heidegger, que haveria de tornar-se um expoente do existencialismo e um dos mais importantes filósofos alemães, foi seu sucessor. Husserl o havia considerado seu herdeiro legítimo. Somente mais tarde viu que a principal obra de Heidegger, Sein und Zei t ("O ser e o tempo"), de 1927, havia dado à Fenomenologia uma reviravolta que a levaria para um caminho totalmente diferente. Seu desapontamento fez que seu relacionamento com Heidegger esfriasse depois de 1930.

Com a chegada ao poder de Adolf Hitler na Alemanha, em 1933, Husserl foi excluído da universidade. Porém, recebia a visita de filósofos e intelectuais estrangeiros regularmente. Condenado ao silêncio na Alemanha, ele recebe, na primavera de 1935, um convite para falar para a Sociedade Cultural em Viena, onde discursou por duas horas e meia sobre Die Philosophie in der Krisis der europäischen Menschheit ("A filosofia na crise da humanidade européia").

Desta conferência e de outras que fez em Praga surgiu seu último trabalho Die Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie: Eine Einleitung in die phänomenologische Philosophie ("A crise da ciência européia e a fenomenologia transcendental: uma abordagem da filosofia fenomenológica"), de 1936, da qual somente a primeira parte veio a público.

O método fenomenológico de Husserl propõe-se estabelecer uma base segura, liberta de pressuposições, para todas as ciências e, de modo especial, para a filosofia. A suprema fonte legítima de todas as afirmações racionais é a visão, ou também, como ele se exprime, a consciência doadora originária ( das origindr gebende Bewusstsein ). Devemos avançar para as próprias coisas. Esta é a regra primeira e fundamental do método fenomenológico. Por "coisas" entenda-se simplesmente o dado, aquilo que vemos ante nossa consciência. Este dado chama-se fenômeno , no sentido de que phainetai , de que aparece diante da consciência: haja o que houver, a coisa está aí, é dada.

O método fenomenológico não explica mediante leis nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que está perante a consciência, aquilo que é sabido, posto em dúvida, amado, odiado, etc.

Os positivistas cometem, segundo ele, erros grosseiros, dos quais importa que nos desembaracemos, se quisermos chegar à realidade. Eles confundem o ver em geral com o ver meramente sensível e experimental. Não compreendem que cada objeto sensível e individual possui uma essência , ou, como diz Husserl, um eidos que precisa ser captado diretamente.

A filosofia fenomenológica tem seu objeto constituído não por fatos contingentes, mas por conexões essenciais. É puramente descritiva, e seu método consiste, antes de mais nada, em descrever a essência.

Husselr desenvolve a “redução”, ou um “colocar entre parêntesis”. Para alcançar seu objeto próprio, o eidos, a fenomenologia deve praticar não a dúvida cartesiana, mas a denominada epoché . Quer isto dizer que a fenomenologia "coloca entre parêntesis" buscando libertar-se de preconceitos, dos saberes elaborados pelas doutrinas filosóficas; das teorias das ciências da natureza e do espírito; das opiniões alheias. Para a fenomenologia não interessa senão a essência, colocando de lado todas as outras fontes de informação.

Após esta eliminação preparatória, temos a redução eidética ou transcendental . Esta consiste em por entre parêntesis tudo o que não é correlato da consciência pura. Como resultado desta última redução, nada mais resta do objeto além do que é dado ao sujeito. A redução transcendental é a aplicação do método fenomenológico ao próprio sujeito e a seus atos.

Para bem compreender a teoria da redução é imprescindível entender o fundamento da Intencionalidade , pois somente através deste se tem acesso à consciência, ou seja, entre as vivências sobressaem algumas que possuem a propriedade essencial de ser vivências de um objeto. Estas vivências recebem o nome de "vivências intencionais" ( intentionale Erlebnisse ), e na medida em que são consciências (amor, apreciação, etc.) de alguma coisa , diz-se que tem uma "relação intencional" com esta coisa. Aplicando agora a redução fenomenológica a estas vivências intencionais, chegamos, por um lado, a captar a consciência como um puro centro de referência da intencionalidade, ao qual o objeto intencional é dado, e, por outro lado, chegamos a um objeto que, depois da redução, não tem outra existência senão a de ser dado intencionalmente a este sujeito. Na própria vivência, considera-se o ato puro, que parece ser, simplesmente, a referência intencional da consciência pura ao objeto intencional. Deste modo a fenomenologia se converte na ciência da essência das vivências puras.

Enfermo a partir de 1937, acaba por falecer em abril de 1938 e suas cinzas foram enterradas no cemitério em Günterstal, perto de Freiburg.

conteúdos disponíveis em:
www.cobra.pages.nom.br/
www.odialetico.hpg.ig.com.br/
www.ufscar.br



Segundo a etimologia, a fenomenologia é o estudo ou a ciência do fenômeno. Como tudo o que aparece é fenômeno, o domí­nio da fenomenologia é praticamente ilimitado e não poderÃíamos, pois, confiná-la numa ciência particular. A história do termo pode ser mais esclarecedora do que sua mera etimologia, se admitimos que a fenomenologia representa um momento da história da filosofia.

O primeiro texto em que figura esse termo, de Lambert, entende por fenomenologia a teoria da ilusão sob suas diferentes formas. Kant retoma o termo e o designa como a disciplina propedêutica que deve, segundo ele, preceder a metafísica. Mas é com a Fenomenologia do EspÃírito de Hegel que o termo entra definitivamente na tradição filosófica para em seguida vir a ser de uso corrente. Não é, contudo, a fenomenologia hegeliana que iria se perpetuar no século XX sob a forma do movimento de pensamento que traz o nome de fenomenologia. O verdadeiro iniciador desse movimento devia ser Husserl, que deu um conteúdo novo a uma palavra já antiga. Husserl procura substituir uma fenomenologia limitada por uma ontologia impossível e outra que absorve e ultrapassa a fenomenologia por uma fenomenologia que dispensa a ontologia como disciplina distinta, que seja, pois, à sua maneira, ontologia é ciência do ser.

Leia parte do artigo de Coelho:
O QUE É A FENOMENOLOGIA?
Um bom começo no estudo da Fenomenologia é a definição da palavra fenômeno. Do grego phainomenon particípio presente de phainesthai parecer. Fenomenologia é, de fato, uma investigação que busca a essência inerente da aparência. Vale ressaltar que o termo aparência assume duas concepções simetricamente opostas. 1o. Ato de ocultar a realidade. 2o. manifestação ou revelação da mesma realidade. Pelo 2o. significado, a aparência é o que manifesta ou revela a própria realidade, de modo que esta encontra na realidade a sua verdade, a sua revelação. Aparência é qualquer coisa de que se tem consciência. Qualquer coisa que apareça à consciência é uma área legítima da investigação filosófica.Além do mais, aparência é uma manifestação da essência daquilo de que é a aparência.

“...aprende-se o que é fenomenologia passo a passo, através da leitura, discussão, e reflexão... O que é necessário é mais simples: aprender o que se deve através de atitudes naturais, tentar descrever as apresentações sem pré-julgar os resultados tomando por garantia a história, a causalidade, intersubjetividade , e valor que ordinariamente associamos com nossa experiência, e examinar com absoluto cuidado a estrutura do mundo da vida diária para que possamos entender sua origem e sua direção... Há um senso legítimo no qual é necessário dizer que se deve ser um fenomenologista para poder compreender a fenomenologia.” (NATASON, 1998).

(...) 
A Fenomenologia nasceu, grosso modo, como um questionamento no modo científico de pensar: uma crítica à metafísica (postura epistemológica que fundamenta a técnica moderna de conhecimento).

Ao fazer este questionamento, ela nos faz reformular o entendimento a respeito das coisas mais básicas, tais como nossa compreensão de homem e de mundo. Essa discussão chega ao ponto máximo com a obra Ser e Tempo do filósofo alemão Martin Heidegger.

Nesta obra é colocado em questão um conceito fundamental em ciência: o sentido do ser (conceito no qual todas as teorias se baseiam).

Ao discutir a questão do sentido do ser, Heidegger demonstra que a Fenomenologia compreende a verdade com um caráter de provisoriedade, mutabilidade e relatividade, radicalmente diferente do entendimento da metafísica que pressupõe a verdade una, estável e absoluta. Essa é uma das razões por que dizemos que a Fenomenologia é uma postura ou atitude (um modo de compreender o mundo) e não uma teoria (modo de explicar).
A Fenomenologia orienta o seu olhar para o fenômeno, ou seja, na relação sujeito-objeto (ser-no-mundo). Isso, em última análise, representa o rompimento do clássico conceito sujeito/objeto.

Assim, Heidegger começa a nos apresentar um novo modo de conhecer as coisas do mundo, diferente do modo metafísico. Na verdade, estamos "treinados" a conhecer o mundo de uma única forma (modo metafísico), por esta razão, compreender o mundo fenomenologicamente torna-se uma tarefa complexa.

Por seu próprio modo de ser, não existe um caminho sistemático de aprendizagem da postura fenomenológica, a não ser pela exaustiva leitura das obras de seus diversos autores.



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

CRITELLI, D. M. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. São Paulo: EDUC Brasiliense, 1996.

NATANSON, Maurice. Phenomenology and the Social Science. Volume 1.São Paulo: Natanson, p. 8: Phenomenology and the Social Sciences.

Artigo de
Emanuelle Coelho
manupsi@yahoo.com.br


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