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FILOPARANAVAÍ

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Conceitos: deontologia, utilitarismo, heteronomia e autonomia



CONCEITOS BÁSICOS DE ÉTICA


O que é Deontologia? Dentologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea e sua origem significa, em grego, ciência do dever e da obrigação. Dentologia é uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, quais são moralmente necessárias e serve para nortear o que realmente deve ser feito. O termo foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo são os fundamentos do dever e das normas, deontologia é também conhecida como "Teoria do Dever". Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em dois conceitos: razão prática e liberdade. Para Kant, agir por dever é a maneira de dar à ação o seu valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade. A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética de sua categoria. Para os profissionais, são normas estabelecidas não pela moral e sim para a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios. O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados Unidos. Seria a ética profissional.


UTILITARISMO Corrente filosófica surgida no século XVIII, na Inglaterra, que afirma a utilidade como o valor máximo no qual a elaboração de uma ética deve fundamentar-se. Jeremy Bentham criou, na primeira metade do século XIX, o termo utilitarismo, como uma designação do conteúdo central de sua doutrina. Contudo, foi Stuart Mill quem, pela primeira vez, empregou o termo utilitarismo, ao propor a fundação de uma Sociedade Utilitarista (Utilitarian Society). O utilitarismo baseia-se na compreensão empírica de que os homens regulam suas ações de acordo com o prazer e a dor, perpetuamente tentando alcançar o primeiro e escapar à segunda. Deste modo, uma moral que possa abarcar efetivamente a natureza humana precisa voltar-se para este fato, conduzindo-o às suas últimas consequências. Nesta perspectiva, a utilidade, entendida como capacidade de proporcionar prazer e evitar a dor, deve constituir o primeiro princípio moral, isto é, seu valor supremo. O utilitarismo foi igualmente denominado, na história da filosofia, de radicalismo filosófico, uma vez que propõe uma reestruturação dos valores éticos e, em alguns casos, como no pensamento de Bentham, uma reforma da própria ordem social. Longe de pregar uma moral solipsista, baseada apenas na obtenção de prazer individual, o utilitarismo, em sua concepção filosófica, compreende a utilidade igualmente como felicidade, e esta, por sua vez, como o maior prazer do maior número de pessoas. Contudo, o pensamento utilitarista de seus dois maiores representantes, Bentham e Stuart Mill divergem em um ponto fundamental. A proposta de Bentham consiste em encarar o prazer apenas no seu aspecto quantitativo, cabendo à razão calcular, diante de cada ação, a quantidade de prazer implicada, de modo a poder determinar se a ação deverá ou não ser efetuada. Assim, este filósofo pretende fundar uma moral racional, que procede por um cálculo de tipo matemático. Stuart Mill elabora a crítica a esta compreensão, afirmando que uma consideração fundamental do prazer não pode desconsiderar a perspectiva qualitativa, tanto quanto a quantitativa. Deste modo, a razão utilitária deve proceder não apenas através do cálculo, mas igualmente de modo a distinguir, dentre as várias modalidades de prazer, aqueles que são mais desejáveis e valiosos. Somente através desta discriminação, é possível postular a primazia dos prazeres intelectuais e afetivos sobre os sensíveis, de modo a superar a compreensão hedonista vulgar, bem como o egoísmo. O utilitarismo perdura, como corrente filosófica, ainda que comportando diferentes compreensões e desdobramentos, até nossos dias. Os principais representantes desta doutrina, desde o século XVIII até hoje, são: além dos citados, James Mill, seguidor de Bentham e pai de John Stuart, Henry Sidgwick, J. C. Smart, Moore, Singer, Karl Popper e J. Rawls.



HETERONOMIA E AUTONOMIA
O que é Heteronomia?: Heteronomia é um conceito criado por Kant, para justificar as leis que recebemos. Heteronomia é o contrário de autonomia, e é quando um individuo se sujeita à vontade de terceiros ou de uma coletividade. É um conceito básico do Estado de Direito, em que todos devem se submeter à vontade da lei. Heteronomia é uma palavra de origem grega. Segundo a geteronomia, a lei é imposta ao indivíduo, pode ser criada por um determinado Governo, por um bloco econômico, ou um órgão internacional, como a ONU. A consciência moral evolui da heteronimia para a autonomia, ou seja, começamos a interiorizar as normas e as obedecemos seja por medo ou receio do castigo. Esta situação evolui para um estágio a qual nem todos os indivíduos chegam, que é quando nos autodeterminarmos em função de princípios e valores morais justificados de forma racional. A heteronomia significa que a sujeição às normas jurídicas não depende do livre arbítrio de quem ela está sujeito, é uma imposição exterior que decorre da sua natureza obrigatória. Uma frase onde a palavra é empregada: “Dizemos, então, que o Direito é heterônomo, visto ser posto por terceiros aquilo que juridicamente somos obrigado a cumprir."


O que é Autonomia? Autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com independência, liberdade ou autossuficiência. Em Ciência Política, a autonomia de um governo ou de uma região pressupõe a elaboração de suas próprias leis e regras sem interferência de um governo central nas tomadas de decisões. Em Filosofia, autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Em Educação, a autonomia do estudante revela capacidade de organizar sozinho os seus estudos, sem total dependência do professor, administrando eficazmente o seu tempo de dedicação no aprendizado e escolhendo de forma eficiente as fontes de informação disponíveis. Quando se fala em Ensino e-Learning ou EAD (Ensino à distância) pretende-se que o estudante aplique o conceito de autonomia na educação. O termo autonomia também se aplica ao tempo de duração do funcionamento de um aparelho sem recorrer à fonte de energia externa. Nos aparelhos eletrônicos que funcionam com baterias, a autonomia significa a duração em horas que funcionará o aparelho sem nova recarga . Por exemplo, a bateria de um celular ou de um computador portátil, pode ter maior ou menor autonomia, de acordo com o tipo de uso dado ao aparelho. A autonomia de um veículo é a distância em quilômetros que consegue percorrer com o tanque de combustível cheio até a sua total capacidade. 

 Fonte: www.infoescola.com/

sábado, 19 de maio de 2012

Lucio e Adonis conversam sobre natureza humana e felicidade: Estilo platônico de filosofar.





Reflexões Filosóficas

Lucio e Adonis conversam sobre natureza humana e felicidade.


A Lua Cheia, de ontem, levou-me ao campo de Ergon Zaragon. Era quase madrugada de um novo dia, estava eu sem sono e com muitos pensamentos ativando meu cérebro. Iluminado pela luz do Sol que radiava na Lua Cheia, formosa ali diante meus olhos, ouvi passos. Não me assustara porque não era a primeira vez que isso acontecia. Eu sabia que era ele...


Estava só,viajava em pensamentos, quando aproximou-se de mim Adonis. Veio com uma nova pergunta que lhe quedara saber uma resposta.


Perguntou:


- Há quem diga que o Homem vive o tempo todo representando papéis na sociedade, como se ele estivesse em uma peça teatral. Na escola é um, no trabalho é outro, na rua ainda um outro totalmente diferente, e assim por diante... Ora, se a Felicidade encontra-se na verdade, qual seria a chance de um Homem que leva a vida assim, chegar a ser plenamente, uma vez que representa o que ele não é e,ao mesmo tempo, não sendo ele mesmo?


Um silêncio irrompeu o intervalo entre a pergunta de Adonis e minha fala e, nesse ínterim, dialogava comigo mesmo em pensamentos perplexo e contemplando os olhos brilhantes, pela luz da Lua, de Adonis, que me fitava.


A pergunta de Adonis deixou-me estático por um momento, enquanto meu raciocínio percorria minha memória argumentativa em busca da construção de uma resposta. Adonis, já tinha conseguido me impressionar com pergunta tão inteligente e ao mesmo tempo crucial quando tratamos de Felicidade. Lembrei-me de imediato de uma hoste de velhos hipócritas que representando o papel de moralistas, religiosos, bons moços, não ocupam-se mais do que com o próprio umbigo. São dissimulados ao ponto de vender a própria alma para satisfazerem seus desejos por meio de uma dinâmica relacional pragmática.


Então perguntei a Adonis:


- Adonis, meu caro amigo, responde com toda sinceridade, mas antes construa seus argumentos de forma racional para que seu coração não se cerre em uma resposta frágil e romântica. Que natureza tem o Homem: Boa ou má?

Adonis, por um momento pensou, esboçou uma resposta, retrocedeu, como que reformulando seu pensamento e, então disse:


- Penso que Boa e Má. O que acha?


Respondi:

- Concordo com você em parte. Boa e Má porque ambas estão no Homem. Mas entendo que todo Homem tem natureza Boa. Acontece porém que essa natureza sem o uso da razão pode ser manipulada e degenerada pelos algozes da natureza boa, que buscam satisfazer interesses mesquinhos e egocêntricos. A degeneração é tão estupida que esses algozes que chegaram à canície praticando tal violência são capazes de converter a Boa natureza em má, ao ponto de que já se esqueça que o Homem agora com natureza degenerada foi um dia de natureza Boa. Este Homem dissimula sua natureza má, para que aceito e respeitado pelos outros possa preparar um golpe fatal e sem reação dos pseudos inimigos que ele vir como tal. O Homem nesta situação é tão miserável que mesmo não dizendo qualquer palavra que revele seu interior, possibilita um desavisado perceber sua energia negativa que toma conta do ar como enxofre inflamado e, isso obviamente provoca profunda infelicidade de espírito nessa criatura humana lastimável. É capaz de enganar-se que é Feliz... Pobre mortal...


Adonis permanecia ouvindo o tempo todo que falei. Parei, fiquei incomodado,queria saber o que ele tinha a dizer do pensamento que ali expusera até então.


Então divagou em pensamentos e perguntou:

- A vida neste mundo tem apenas algumas décadas que não faz mais do que lhe denota profunda condição efêmera. Por que esse Homem com o espírito confuso assim como você mesmo descreveu não percebe isso e se liberta?


Respondi:


- Ora Adonis, esse tipo de gente pensa ser o supra-sumo da humanidade. Apenas ela tem o direito ao último pensamento e a uma última palavra. Discutir argumentos é algo por demais penoso para ela. Seria uma forma de purificação de seu espírito pela qual ela não estaria disposta enfrentar. Esse tipo de pessoa pensa ser eterna e faz suas ações dentro dessa perspectiva. Tudo o que consegue cooptar e, em especial, consciências alheias para si; trata como amigos. Na verdade atrai para si pessoas tão mesquinhas o quanto é seu próprio espírito e engana-se por achar nelas amigas... Afinal seu Império não passa de ilusões efêmeras. Tudo o que ameaça seu IMPÉRIO de cooptações converte-se em inimigos mortais. Ofuscado pelo poder que constrói não só perde a dimensão da ação coletiva que deve impregnar o espírito de alguém que queira ser verdadeiramente feliz, mas perde sua própria identidade interior sendo capaz de ações das mais bizarras possíveis para manter este poder tal qual ela concebe.


Adonis, fez ainda uma última pergunta antes de partirmos para tomar um chá pré-sono:


- Meu caro Lucio, concluo que então o Homem tendo natureza boa há que fazer uso da razão para possibilitar que essa natureza se manifeste todo o tempo de sua vida. O contrário é a sentença de morte dessa natureza própria do homem. Mas, onde encontrar essas pessoas que perderam a lembrança de que um dia tiveram natureza boa em sua mais profunda pureza?


Respondi:


- Adonis, sei que você é inteligente e perspicaz. Não será difícil identificar essas pessoas entre tantos encontros e desencontros pelos quais passamos todos os dias... Poderemos retomar esse diálogo após suas pesquisas. Vamos tomar um chá que nos espera sobre a mesa...


Divagações Filosóficas em forma de diálogo.
Autoria: Professor Lucio Lopes
Data 15 de Março de 2012 - 11h30'



Filoparanavai 2012

terça-feira, 15 de maio de 2012

17 DE MAIO: VAMOS DIZER UM GRANDE NÃO À HOMOFOBIA E, UM GRANDE SIM AOS DIREITOS HUMANOS IGUAIS NA DIFERENÇA!!!

17 de MAIO

DIA DA CONSCIÊNCIA DO RESPEITO AOS DIREITOS HOMOSSEXUAIS


O Dia Internacional contra a Homofobia (em inglês: International Day Against Homophobia) é festejado em 17 de maio.


No Paraná pela lei nº16454/2010, 17 de maio é o Dia Estadual de Combate à Homofobia.


No Brasil, por decreto do Presidente LULA em junho de 2010, oficialmente o 17 de maio é do Dia Nacional de Combate à Homofobia.


[O dia 17 de maio foi escolhido Dia Nacional de Combate à Homofobia porque nesta data, em 1990, a Assembléia Mundial da Saúde, órgão máximo de tomada de decisão da Organização Mundial da Saúde, retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, a data é celebrada internacionalmente como o Dia de Combate à Homofobia.]


De acordo com pesquisa realizada em 2008 pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Instituto Rosa Luxemburgo, mais de 90% da população brasileira afirma que existe preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. No mundo, 75 países criminalizam a homossexualidade e em sete há pena de morte para os homossexuais.


No Brasil preconceito e discriminação gera mortes. O número de assassinatos de homossexuais no Brasil atingiu o ápice em 2011, chegando a 266, conforme revelou GGB (Grupo Gay da Bahia), que acompanha os casos desde a década de 1970. Leia mais em: [http://www.doistercos.com.br/assassinatos-de-homossexuais-batem-recorde-em-2011/]


Nossas escolas públicas e privadas têm papel fundamental nessa luta contra o preconceito e a discriminação latentes em nossa sociedade. Por uma sociedade justa e equitativa, garantindo o cumprimento da Declaração Universal dos Direitos do homem de 1948 e da Constituição Brasileira de 1988.


O que é a homofobia?


O termo é utilizado para descrever o medo de amar ou de estar intimamente com alguém do mesmo sexo e o ódio à existência desses sentimentos noutras pessoas. A palavra homofobia também descreve as atitudes e os comportamentos hostis contra lésbicas e gays. A homofobia é derivada do heterossexismo, a opressão das pessoas lésbicas, gays e bissexuais baseada num conjunto de crenças que assumem que a heterossexualidade é a única forma de sexualidade natural, normal e aceitável.


A assunção de que toda gente é ou irá ser heterossexual é tão universal que a maioria das pessoas pensa que não tem nenhuma outra hipótese em relação à sua sexualidade. O heterossexismo fundado na crença cristã de origem cultural judaica silencia e torna as lésbicas, gays e bissexuais invisíveis.


Baseia-se em ideias pouco exatas, preconceituosas, mal-informadas, desprovidas de fundamentos filosóficos e científicos e enganadoras acerca das vidas desses sujeitos e cria mitos e estereótipos, que são usados para justificar o preconceito e a discriminação. O heterossexismo, como noutros tipos de opressão, é apoiado pela maioria das instituições na sociedade, predominantemente as igrejas cristãs, o Estado e os Média, dentro de uma estrutura convencional cultural rígida, porém, que aos poucos vai sendo desconstruída pela Moral Laica.


A cultura ocidental oferece-nos mensagens muito claras quanto às expressões da sexualidade que acha corretas ou não. Somos educados para acreditar que a nossa sexualidade está definida de uma forma muito rígida, ao ponto de que se pensa que é heterossexual e que não se pode de algum modo sentir atraído por pessoas do mesmo sexo. Se isso ocorre com alguém é uma fonte de inesgotável sofrimento se a mesma não recebe ajuda. O único comportamento sexual aceitável tem de acontecer inserido no contexto de um casamento heterossexual e ter como último objetivo produzir crianças. A sexualidade das lésbicas, gays e bissexuais desafia e ameaça as regras não só sobre o comportamento sexual aceitável, mas também as ideias tradicionais do que é ser feminino e masculino.


Eu arriscaria dizer que os sujeitos homossexuais ao assumirem sua condição natural em meio à sociedade heteronormatizadora. ((Heteronormatividade (do grego hetero, "diferente", e norma, "esquadro" em latim) é um termo usado para descrever situações nas quais orientações sexuais diferentes da heterossexual são marginalizadas, ignoradas ou perseguidas por práticas sociais, crenças ou políticas. Logo, apenas as expressões heterossexuais são consideradas normais) carregam uma bandeira revolucionária em caminho à justiça e equidade nas diferenças.


Fonte: Cadernos Temáticos da Diversidade.Sexualidade/ Secretaria de estado da Educação. Superintendência de Educação.Departamento de Diversidade. Núcleo de Gênero e Diversidade sexual. Curitiba: SEED/PR, 2009. 216 p.