BERMAN, nos ajuda a aprofundar a reflexão em torno da necessidade de um despertar urgente da Racionalidade Humana para a preservação da Vida. É possível ao homem continuar satisfazendo suas necessidades de sobrevivência sem destruir a Natureza?
Natureza em destruição
O poder da consciência participante
“A concepção da realidade que predominou no Ocidente até as vésperas da revolução científica era a de um “mundo encantado”.
As rochas, as árvores, os rios e as nuvens eram tidos pelo homem como seres maravilhosos e portadores de vida.
Os homens, por sua vez, sentiam-se em casa neste “mundo encantado”. O cosmo era o lar ao qual pertenciam. Cada pessoa não era um observador distante e alienado, mas um direto participante da trama da vida.
O destino pessoal de cada um estava ligado ao destino do Cosmo, e esta inter-relação conferia sentido profundo à vida de todos.
Este tipo de concepção da realidade – que chamarei consciência participante – envolve a fusão ou identificação do homem com o seu ambiente natural, expressando uma integração psíquica que há muito tempo deixou de existir.
Considerando-se o plano mental, a história da Idade Moderna é uma história de progressivo desencantamento. A partir do século XVI, a mentalidade científica nos tornou verdadeiros estrangeiros (seres não-integrados) em relação ao fenômeno do mundo.
Inovações capazes de questionar essa visão da realidade – física quântica, ou certas pesquisas ecológicas – não foram suficientemente fortes para abalar a forma dominante do pensamento vigente.
Essa forma pode ser adequadamente descrita com palavras como desencantamento, não-integração, pois ela insiste em estabelecer uma rígida separação entre o observador e o observado.
Assim, a consciência científica tornou-se uma consciência alienada no sentido de que não promove uma fusão harmoniosa com a natureza, mas sim a separação plena dela. O sujeito conhecedor e o objeto investigado são encarados como pólos opostos, antagônicos.
“Não sou minhas experiências e conclusões sobre o mundo. Portanto, não faço parte deste mundo” – raciocina o cientista.
A consequência lógica dessa visão de mundo é um sentimento de coisificação: tudo é objeto, estranho, não-eu. E “eu”, afinal, também sou um objeto; um ser à parte, em meio a tantos outros seres. O cosmo não foi construído por mim; tampouco se importa com minha existência e eu não tenho a sensação de estar nele integrado.
Natureza em destruição
O poder da consciência participante
“A concepção da realidade que predominou no Ocidente até as vésperas da revolução científica era a de um “mundo encantado”.
As rochas, as árvores, os rios e as nuvens eram tidos pelo homem como seres maravilhosos e portadores de vida.
Os homens, por sua vez, sentiam-se em casa neste “mundo encantado”. O cosmo era o lar ao qual pertenciam. Cada pessoa não era um observador distante e alienado, mas um direto participante da trama da vida.
O destino pessoal de cada um estava ligado ao destino do Cosmo, e esta inter-relação conferia sentido profundo à vida de todos.
Este tipo de concepção da realidade – que chamarei consciência participante – envolve a fusão ou identificação do homem com o seu ambiente natural, expressando uma integração psíquica que há muito tempo deixou de existir.
Considerando-se o plano mental, a história da Idade Moderna é uma história de progressivo desencantamento. A partir do século XVI, a mentalidade científica nos tornou verdadeiros estrangeiros (seres não-integrados) em relação ao fenômeno do mundo.
Inovações capazes de questionar essa visão da realidade – física quântica, ou certas pesquisas ecológicas – não foram suficientemente fortes para abalar a forma dominante do pensamento vigente.
Essa forma pode ser adequadamente descrita com palavras como desencantamento, não-integração, pois ela insiste em estabelecer uma rígida separação entre o observador e o observado.
Assim, a consciência científica tornou-se uma consciência alienada no sentido de que não promove uma fusão harmoniosa com a natureza, mas sim a separação plena dela. O sujeito conhecedor e o objeto investigado são encarados como pólos opostos, antagônicos.
“Não sou minhas experiências e conclusões sobre o mundo. Portanto, não faço parte deste mundo” – raciocina o cientista.
A consequência lógica dessa visão de mundo é um sentimento de coisificação: tudo é objeto, estranho, não-eu. E “eu”, afinal, também sou um objeto; um ser à parte, em meio a tantos outros seres. O cosmo não foi construído por mim; tampouco se importa com minha existência e eu não tenho a sensação de estar nele integrado.
Durante mais de 99% da história da humanidade, vigorou a concepção de que o mundo era encantado e o homem se sentia como parte integrante dele.
Nos últimos quatro séculos, a total reversão dessa concepção destruiu, no plano psíquico e físico, o sentimento de integração do homem em relação ao cosmo. Isso foi responsável pela quase-destruição ecológica do Planeta.
A única esperança, parece-me, está no re-encantamento do mundo como meio de nosso re-encontro.
Nos últimos quatro séculos, a total reversão dessa concepção destruiu, no plano psíquico e físico, o sentimento de integração do homem em relação ao cosmo. Isso foi responsável pela quase-destruição ecológica do Planeta.
A única esperança, parece-me, está no re-encantamento do mundo como meio de nosso re-encontro.
É nisto que reside a questão central do dilema moderno. Não podemos voltar à alquimia ou ao animismo – pelo menos isso não parece provável.
Por outro lado, não podemos permanecer com este mundo triste, de frieza científica, controlado por computadores, ameaçado por reatores nucleares.
É preciso desenvolvermos algum tipo de consciência holística ou participante – e uma formação sociopolítica correspondente – se desejamos sobreviver enquanto espécie genuinamente humana.”
BERMAN, Morris. The reenchantment of de world. Adaptado e traduzido por Gilberto Cotrim (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 1993).
Morris Berman (nacido en 1944 ) es un historiador estadounidense y crítico social . Nació en Rochester, Nueva York, obtuvo su BA en matemáticas en la Universidad de Cornell en 1966 y su Ph.D. en la Historia de la ciencia en la Universidad Johns Hopkins en 1972. Como crítico cultural humanista académico, Berman se especializa en la historia cultural e intelectual occidental.
Por outro lado, não podemos permanecer com este mundo triste, de frieza científica, controlado por computadores, ameaçado por reatores nucleares.
É preciso desenvolvermos algum tipo de consciência holística ou participante – e uma formação sociopolítica correspondente – se desejamos sobreviver enquanto espécie genuinamente humana.”
BERMAN, Morris. The reenchantment of de world. Adaptado e traduzido por Gilberto Cotrim (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 1993).
Morris Berman (nacido en 1944 ) es un historiador estadounidense y crítico social . Nació en Rochester, Nueva York, obtuvo su BA en matemáticas en la Universidad de Cornell en 1966 y su Ph.D. en la Historia de la ciencia en la Universidad Johns Hopkins en 1972. Como crítico cultural humanista académico, Berman se especializa en la historia cultural e intelectual occidental.
filoparanavaí 2020
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