Do medo à Ciência - A evolução
humana corresponde ao desenvolvimento de sua inteligência. Sendo assim podemos
definir três níveis de desenvolvimento da inteligência dos seres humanos desde
o surgimento dos primeiros hominídeos: o medo, o misticismo e a ciência.
O
medo: Os seres humanos pré-históricos não conseguiam entender os fenômenos da
natureza. Por este motivo, suas reações eram sempre de medo: tinham medo das
tempestades e do desconhecido. Como não conseguiam compreender o que se passava
diante deles, não lhes restava outra alternativa senão o medo e o espanto
daquilo que presenciavam.
O misticismo:
Num segundo momento, a inteligência humana evoluiu do medo para a tentativa de
explicação dos fenômenos através do pensamento mágico, das crenças e das
superstições. Era, sem dúvida, uma evolução já que tentavam explicar o que
viam. Assim, as tempestades podiam ser fruto de uma ira divina, a boa colheita
da benevolência dos mitos, as desgraças ou as fortunas do casamento do humano
com o mágico.
A ciência: Como as
explicações mágicas não bastavam para compreender os fenômenos os seres humanos
finalmente evoluíram para a busca de respostas através de caminhos que pudessem
ser comprovados. Desta forma, nasceu a ciência metódica, que procura sempre uma
aproximação com a lógica. Tanto a Filosofia quanto a Ciência são conhecimentos
resultantes da atividade racional. Logo a Filosofia e a Ciência também tem em
comum o fato de que são conhecimentos demonstráveis. O primeiro através de regras
lógicas e o segundo além de regras lógicas também por via de resultados de
observações, de experiências concretas. A Ciência utiliza-se mais do método
indutivo: Método colocado em direção ao provável que torna possível a
descoberta, a proposta de novos modos de compreender o mundo.
("Método" quer dizer caminho, "logia" quer dizer estudo e
"ciência" que dizer saber).
A Filosofia utiliza-se do método
dedutivo. Dedução - Um raciocínio dedutivo é aquele cujo conseqüente é inferido
em função da conexão existente entre os conceitos que o compõe; movendo-se
sempre no sentido do GERAL para o PARTICULAR.
Indução - É aquele que parte do PARTICULAR para o GERAL. É o tipo de
raciocínio de que se utiliza mais a ciência. Apresenta-se sempre como uma
generalização a partir de dados ou fatos da experiência (em número suficiente).
Está, sobretudo, fundada na relação de causa e efeito.
A diferença entre o
conhecimento filosófico e o científico está no momento chamado de REPRESENTAÇÃO
do real. A representação é uma forma (um sistema) onde a inteligência questiona
o real (BUZZI, Arcângelo. Introdução ao pensar. Petrópolis Vozes, 1973).
Ao se
falar de conhecimento científico, deve-se pensar os tipos de conhecimento
existentes: a) Conhecimento Senso Comum (vulgar, popular...) b) Conhecimento
Científico (racionalidade e objetividade). Para Pensar: A ciência é uma
apresentação da realidade, mas uma apresentação típica diferente do mito e do
conhecimento popular. O conhecimento popular, às vezes, denominado SENSO
COMUM, não se distingue do conhecimento CIENTÍFICO nem pela veracidade nem pela
natureza do objeto conhecido; O que os diferencia é a FORMA, MODO ou o MÉTODO e
os instrumentos do conhecer. Exemplo: Senso Comum: A planta necessita de água
para crescer. Científico: Reações fisiológicas
entre a planta e água.
Mesmo assim, a ciência não é o único caminho de acesso
ao conhecimento e à verdade. Lembre-se que não há uma, mas algumas formas de
saberes que são distintos entre si, porém todas elas são importantes e devem
ser conhecidas por quem deseja produzir juízos de fatos e valores cada vez mais bem elaborado (ex. Conhecimentos: Artístico, Religioso, Mito, Ciência, Filosofia e Senso
Comum).
Para Mário BUNGE (Filosofia da
Física, Edições 70, 1976), existe uma descontinuidade radical existente entre a
CIÊNCIA e o CONHECIMENTO popular, em vários aspectos, mas principalmente ao
MÉTODO. A ciência é sobretudo RACIONAL E OBJETIVA (Real, Sistemático,
Contingente, Quase Exato, Falível). O Conhecimento Popular pode ser
caracterizado como Emocional, Reflexivo, Inexato, Verificável, Assistemático.
CONCEITO DE CIÊNCIA. Entende-se por ciência uma sistematização de conhecimento,
um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de
certos fenômenos de se deseja estudar:“A ciência é todo um conjunto de atitudes
e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de
ser submetido à verificação” (LAKATOS,
E.M; MARCONI, M de A. Fundamentos em metodologia científica. São Paulo: Ed.
Atlas. 1985).
A atitude científica
O senso comum O Sol é menor do que a Terra. Quem duvidará disso se, diariamente, vemos um
pequeno círculo avermelhado percorrer o céu, indo de leste para oeste?
O Sol se move em torno da Terra, que permanece imóvel. Quem duvidará disso,
se diariamente vemos o Sol nascer, percorrer o céu e se pôr? A aurora não é o seu
começo e o crepúsculo, seu fim?
As cores existem em si mesmas. Quem duvidará disso, se passamos a vida vendo
rosas vermelhas, amarelas e brancas, o azul do céu, o verde das árvores, o
alaranjado da laranja e da tangerina?
Cada gênero e espécie de animal já surgiram tais como os conhecemos. Alguém
poderia imaginar um peixe tornar-se réptil ou um pássaro? Para os que são
religiosos, os livros sagrados não ensinam que a divindade criou de uma só vez
todos os animais, num só dia?
A família é uma realidade natural criada pela Natureza para garantir a
sobrevivência humana e para atender à afetividade natural dos humanos, que
sentem a necessidade de viver juntos. Quem duvidará disso, se vemos, no mundo
inteiro, no passado e no presente, a família existindo naturalmente e sendo a
célula primeira da sociedade?
A raça é uma realidade natural ou biológica produzida pela diferença dos climas,
da alimentação, da geografia e da reprodução sexual. Quem duvidará disso, se
vemos que os africanos são negros, os asiáticos são amarelos de olhos puxados,
os índios são vermelhos e os europeus, brancos? Se formos religiosos, saberemos
que os negros descendem de Caim, marcado por Deus, e de Cam, o filho
desobediente de Noé.
Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade,
transmitido de geração em geração, e, muitas vezes, transformando-se em crença
religiosa, em doutrina inquestionável.
A astronomia, porém, demonstra que o Sol é muitas vezes maior do que a Terra
e, desde Copérnico, que é a Terra que se move em torno dele. A física óptica
demonstra que as cores são ondas luminosas de comprimentos diferentes, obtidas
pela refração e reflexão, ou decomposição, da luz branca. A biologia demonstra
que os gêneros e as espécies de animais se formaram lentamente, no curso de milhões de anos, a partir de modificações de microorganismos extremamente
simples.
Historiadores e antropólogos mostram que o que entendemos por família (pai,
mãe, filhos; esposa, marido, irmãos) é uma instituição social recentíssima – data
do século XV – e própria da Europa ocidental, não existindo na Antiguidade,
nem nas sociedades africanas, asiáticas e americanas pré-colombianas. Mostram
também que não é um fato natural, mas uma criação sociocultural, exigida por
condições históricas determinadas.
Sociólogos e antropólogos mostram que a ideia de raça também é recente – data
do século XVIII -, sendo usada por pensadores que procuravam uma explicação
para as diferenças físicas e culturais entre os europeus e os povos conhecidos a
partir do século XIV, com as viagens de Marco Pólo, e do século XV, com as
grandes navegações e as descobertas de continentes ultramarinos.
Ao que parece, há uma grande diferença entre nossas certezas cotidianas e o
conhecimento científico. Como e por que ela existe?
Características do senso comum
Um breve exame de nossos saberes cotidianos e do senso comum de nossa
sociedade revela que possuem algumas características que lhes são próprias:
► são subjetivos, isto é, exprimem sentimentos e opiniões individuais e de
grupos, variando de uma pessoa para outra, ou de um grupo para outro,
dependendo das condições em que vivemos. Assim, por exemplo, se eu for
artista, verei a beleza da árvore; se eu for marceneira, a qualidade da madeira; se
estiver passeando sob o Sol, a sombra para descansar; se for boia-fria, os frutos
que devo colher para ganhar o meu dia. Se eu for hindu, uma vaca será sagrada
para mim; se for dona de um frigorífico, estarei interessada na qualidade e na
quantidade de carne que poderei vender;
► são qualitativos, isto é, as coisas são julgadas por nós como grandes ou
pequenas, doces ou azedas, pesadas ou leves, novas ou velhas, belas ou feias,
quentes ou frias, úteis ou inúteis, desejáveis ou indesejáveis, coloridas ou sem
cor, com sabor, odor, próximas ou distantes, etc.;
► são heterogêneos, isto é, referem-se a fatos que julgamos diferentes, porque os
percebemos como diversos entre si. Por exemplo, um corpo que cai e uma pena
que flutua no ar são acontecimentos diferentes; sonhar com água é diferente de
sonhar com uma escada, etc.;
► são individualizadores por serem qualitativos e heterogêneos, isto é, cada coisa
ou cada fato nos aparece como um indivíduo ou como um ser autônomo: a seda é
macia, a pedra é rugosa, o algodão é áspero, o mel é doce, o fogo é quente, o
mármore é frio, a madeira é dura, etc.;
► mas também são generalizadores, pois tendem a reunir numa só opinião ou
numa só ideia coisas e fatos julgados semelhantes: falamos dos animais, das
plantas, dos seres humanos, dos astros, dos gatos, das mulheres, das crianças, das
esculturas, das pinturas, das bebidas, dos remédios, etc.;
► em decorrência das generalizações, tendem a estabelecer relações de causa e
efeito entre as coisas ou entre os fatos: “onde há fumaça, há fogo”; “quem tudo
quer, tudo perde”; “dize-me com quem andas e te direi quem és”; a posição dos
astros determina o destino das pessoas; mulher menstruada não deve tomar banho
frio; ingerir sal quando se tem tontura é bom para a pressão; mulher assanhada
quem ser estuprada; menino de rua é delinquente, etc.;
► não se surpreendem e nem se admiram com a regularidade, constância,
repetição e diferença das coisas, mas, ao contrário, a admiração e o espanto se
dirigem para o que é imaginado como único, extraordinário, maravilhoso ou
miraculoso. Justamente por isso, em nossa sociedade, a propaganda e a moda
estão sempre inventando o “extraordinário”, o “nunca visto”;
► pelo mesmo motivo e não por compreenderem o que seja investigação
científica, tendem a identificá-la com a magia, considerando que ambas lidam
com o misterioso, o oculto, o incompreensível. Essa imagem da ciência como
magia aparece, por exemplo, no cinema, quando os filmes mostram os
laboratórios científicos repletos de objetos incompreensíveis, com luzes que
acendem e apagam, tubos de onde saem fumaças coloridas, exatamente como são
mostradas as cavernas ocultas dos magos. Essa mesma identificação entre ciência
e magia aparece num programa da televisão brasileira, o Fantástico, que, como o
nome indica, mostra aos telespectadores resultados científicos como se fossem
espantosa obra de magia, assim como exibem magos ocultistas como se fossem
cientistas;
► costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e de medo
diante do desconhecido. Assim, durante a Idade Média, as pessoas viam o
demônio em toda a parte e, hoje, enxergam discos voadores no espaço;
► por serem subjetivos, generalizadores, expressões de sentimentos de medo e
angústia, e de incompreensão quanto ao trabalho científico, nossas certezas
cotidianas e o senso comum de nossa sociedade ou de nosso grupo social
cristalizam-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar toda a
realidade que nos cerca e todos os acontecimentos.
A atitude científica
O que distingue a atitude científica da atitude costumeira ou do senso comum?
Antes de qualquer coisa, a ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de
nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade.
Por isso, ali onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos
casos, afastadas.
Sob quase todos os aspectos, podemos dizer que o conhecimento científico opõe se
ponto por ponto às características do senso comum:
► é objetivo, isto é, procura as estruturas universais e necessárias das coisas
investigadas;
► é quantitativo, isto é, busca medidas, padrões, critérios de comparação e
avaliação para coisas que parecem ser diferentes. Assim, por exemplo, as
diferenças de cor são explicadas por diferenças de um mesmo padrão ou critério
de medida, o comprimento das ondas luminosas; as diferenças de intensidade dos
sons, pelo comprimento das ondas sonoras; as diferenças de tamanho, pelas
diferenças de perspectiva e de ângulos de visão, etc.;
► é homogêneo, isto é, busca as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que
são as mesmas para fatos que nos parecem diferentes. Por exemplo, a lei
universal da gravitação demonstra que a queda de uma pedra e a flutuação de
uma pluma obedecem à mesma lei de atração e repulsão no interior do campo
gravitacional; a estrela da manhã e a estrela da tarde são o mesmo planeta,
Vênus, visto em posições diferentes com relação ao Sol, em decorrência do
movimento da Terra; sonhar com água e com uma escada é ter o mesmo tipo de
sonho, qual seja, a realização dos desejos sexuais reprimidos, etc.;
► é generalizador, pois reúne individualidades, percebidas como diferentes, sob
as mesmas leis, os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que
possuem a mesma estrutura. Assim, por exemplo, a química mostra que a enorme
variedade de corpos se reduz a um número limitado de corpos simples que se
combinam de maneiras variadas, de modo que o número de elementos é
infinitamente menor do que a variedade empírica dos compostos;
► são diferenciadores, pois não reúnem nem generalizam por semelhanças
aparentes, mas distinguem os que parecem iguais, desde que obedeçam a
estruturas diferentes. Lembremos aqui um exemplo que usamos no capítulo sobre
a linguagem, quando mostramos que a palavra queijo parece ser a mesma coisa
que a palavra inglesa cheese e a palavra francesa fromage, quando, na realidade,
são muito diferentes, porque se referem a estruturas alimentares diferentes;
► só estabelecem relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do
fato estudado e suas relações com outros semelhantes ou diferentes. Assim, por
exemplo, um corpo não cai porque é pesado, mas o peso de um corpo depende
do campo gravitacional onde se encontra – é por isso que, nas naves espaciais,
onde a gravidade é igual a zero, todos os corpos flutuam, independentemente do
peso ou do tamanho; um corpo tem uma certa cor não porque é colorido, mas
porque, dependendo de sua composição química e física, reflete a luz de uma
determinada maneira, etc.;
► surpreende-se com a regularidade, a constância, a freqüência, a repetição e a
diferença das coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário ou o
“milagroso” é um caso particular do que é regular, normal, freqüente. Um
eclipse, um terremoto, um furacão, embora excepcionais, obedecem às leis da
física. Procura, assim, apresentar explicações racionais, claras, simples e
verdadeiras para os fatos, opondo-se ao espetacular, ao mágico e ao fantástico;
► distingue-se da magia. A magia admite uma participação ou simpatia secreta
entre coisas diferentes, que agem umas sobre as outras por meio de qualidades
ocultas e considera o psiquismo humano uma força capaz de ligar-se a
psiquismos superiores (planetários, astrais, angélicos, demoníacos) para provocar
efeitos inesperados nas coisas e nas pessoas. A atitude científica, ao contrário,
opera um desencantamento ou desenfeitiçamento do mundo, mostrando que nele
não agem forças secretas, mas causas e relações racionais que podem ser
conhecidas e que tais conhecimentos podem ser transmitidos a todos;
► afirma que, pelo conhecimento, o homem pode libertar-se do medo e das
superstições, deixando de projetá-los no mundo e nos outros;
► procura renovar-se e modificar-se continuamente, evitando a transformação das
teorias em doutrinas, e destas em preconceitos sociais. O fato científico resulta de
um trabalho paciente e lento de investigação e de pesquisa racional, aberto a
mudanças, não sendo nem um mistério incompreensível nem uma doutrina geral
sobre o mundo.
Os fatos ou objetos científicos não são dados empíricos espontâneos de nossa
experiência cotidiana, mas são construídos pelo trabalho da investigação
científica. Esta é um conjunto de atividades intelectuais, experimentais e
técnicas, realizadas com base em métodos que permitem e garantem:
► separar os elementos subjetivos e objetivos de um fenômeno;
► construir o fenômeno como um objeto do conhecimento, controlável,
verificável, interpretável e capaz de ser retificado e corrigido por novas
elaborações;
► demonstrar e provar os resultados obtidos durante a investigação, graças ao
rigor das relações definidas entre os fatos estudados; a demonstração deve ser
feita não só para verificar a validade dos resultados obtidos, mas também para
prever racionalmente novo s fatos como efeitos dos já estudados;
► relacionar com outros fatos um fato isolado, integrando-o numa explicação
racional unificada, pois somente essa integração transforma o fenômeno em
objeto científico, isto é, em fato explicado por uma teoria;
► formular uma teoria geral sobre o conjunto dos fenômenos observados e dos
fatos investigados, isto é, formular um conjunto sistemático de conceitos que
expliquem e interpretem as causas e os efeitos, as relações de dependência, identidade e diferença entre todos os objetos que constituem o campo
investigado.
Delimitar ou definir os fatos a investigar, separando-os de outros semelhantes ou
diferentes; estabelecer os procedimentos metodológicos para observação,
experimentação e verificação dos fatos; construir instrumentos técnicos e
condições de laboratório específicas para a pesquisa; elaborar um conjunto
sistemático de conceitos que formem a teoria geral dos fenômenos estudados,
que controlem e guiem o andamento da pesquisa, além de ampliá-la com novas
investigações, e permitam a previsão de fatos novos a partir dos já conhecidos:
esses são os pré-requisitos para a constituição de uma ciência e as exigências da
própria ciência.
A ciência distingue-se do senso comum porque este é uma opinião baseada em
hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquanto a primeira baseia-se em
pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias
sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é
conhecimento que resulta de um trabalho racional.
O que é uma teoria científica?
É um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados baseados em
um pequeno número de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever
do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas
leis necessárias. A teoria científica permite que uma multiplicidade empírica de
fatos aparentemente muito diferentes sejam compreendidos como semelhantes e
submetidos às mesmas leis; e, vice-versa, permite compreender por que fatos
aparentemente semelhantes são diferentes e submetidos a leis diferentes.
Referência do texto 'Atitude Científica'
Segue abaixo um exemplo de pesquisa e conclusões científicas reunidas em uma teoria:
Referência do texto 'Atitude Científica'
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 6 ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 247-251
BUNGE, Mário. Filosofia da Física. Edições 70, 1976.
BUZZI, Arcângelo.Introdução ao pensar. Petrópolis: Vozes,
1973.
LAKATOS, E.M; MARCONI, M de A. Fundamentos em
metodologia científica. São Paulo: Ed. Atlas. 1985Segue abaixo um exemplo de pesquisa e conclusões científicas reunidas em uma teoria:
Tutankhamon/malária
Tutankhamon morreu de malária
RFI-Português
Tutankhamon, um dos mais famosos faraós egípcios, morreu aos 19 anos, vítima de malária e de uma má formação óssea. É o que revela um estudo divulgado nos Estados Unidos. Até o momento, a morte precoce do faraó, que viveu há 3 mil anos, permanecia um mistério. Pesquisadores chegaram a especular sobre a possibilidade de uma doença genética. Para chegar à conclusão da causa da morte, os cientistas usaram testes de DNA e também compararam as análises dos restos mortais de Tutankhamon com os de outras múmias egípcias, 11 delas de membros da família real.
O cruzamento de dados genéticos das múmias reais também permitiu identificar como pai de Tutankhamon o faraó Akenaton, esposo da rainha Nefertite. O túmulo intacto de Tutankhamon foi descoberto em 1922 no Vale dos Reis pelo britânico Howard Carter. Desde então, tornou-se uma das maiores pérolas da arqueologia. Com a utilização da técnica do carbono 14, que estabelece com precisão a idade dos restos mortais de um cadáver, a ciência tem conseguido nas últimas décadas desvendar novos mistérios do período dos faraós.
Saiba Mais: Tutancâmon (também conhecido pela grafia Tutankhamon) foi um faraó do Antigo Egito que faleceu ainda na adolescência.
Era provavelmente filho e genro de Akhenaton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya, uma esposa secundária de seu pai. Casou-se aos 10 anos com Ankhsenpaaton, sua meio-irmã que, mais tarde, trocaria o seu nome para Ankhsenamon, sendo assim, genro de Nefertiti, mãe de Ankhsenpaaton. Assumiu o trono quando tinha cerca de doze anos, restaurando os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon de Tebas). Morreu em 1324 a.C., aos dezenove anos, sem herdeiros - com apenas nove anos de trono - "o que levou especialistas a especularem sobre a hipótese de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia", na opinião de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
Devido ao fato de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito de 3400 anos atrás.
Era provavelmente filho e genro de Akhenaton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya, uma esposa secundária de seu pai. Casou-se aos 10 anos com Ankhsenpaaton, sua meio-irmã que, mais tarde, trocaria o seu nome para Ankhsenamon, sendo assim, genro de Nefertiti, mãe de Ankhsenpaaton. Assumiu o trono quando tinha cerca de doze anos, restaurando os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon de Tebas). Morreu em 1324 a.C., aos dezenove anos, sem herdeiros - com apenas nove anos de trono - "o que levou especialistas a especularem sobre a hipótese de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia", na opinião de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
Devido ao fato de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito de 3400 anos atrás.
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