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FILOPARANAVAÍ

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O que é Moral? O que é Ética?


O que é Ética? A ética se refere ao conjunto de valores que guiam determinado grupo ou cultura. Sendo assim, ela norteia o caráter das pessoas, e como elas irão se portar no meio social.  Apesar disso, a ética não deve ser confundida com a lei, pois pessoas não sofrem sansões ou penalidades do Estado por não cumprirem normas éticas. O conceito de ética também pode significar o conhecimento extraído da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional. Sendo assim, a ética pode refletir e questionar valores morais. A ética é responsável por definir certas condutas do nosso dia-a-dia, como no caso dos códigos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão.  O que é Moral? Moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento do indivíduo dentro de uma sociedade. Ela pode ser adquirida através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano. Tais regras norteiam os julgamentos de cada indivíduo sobre como agir, de acordo com o que foi previamente aceito como norma entre determinado grupo. Quando falamos de moral, as definições do que é certo ou errado dependem do local onde você se encontra, da tradição e cultura. 


De onde vêm os princípios morais e éticos? A moral é um padrão externo que pode ser fornecido por instituições, grupos ou cultura a qual um indivíduo pertence. Ela também pode ser considerada um sistema social ou uma estrutura para um comportamento aceitável. A ética, apesar de ser influenciada pela cultura e pela sociedade, são princípios pessoais criados e sustentados pelos próprios indivíduos. Consistência e Flexibilidade. A moral é muito consistente dentro de um determinado contexto, mas pode variar entre culturas ou época. Já a ética é como o indivíduo reflete sobre determinada moral, sendo possível que certos eventos modifiquem radicalmente as crenças e valores pessoais de um indivíduo. 


Origem do conceito de ética e de moral:  Grande parte da confusão entre estas duas palavras vem de suas origens. A palavra "ética" vem do francês antigo “etique”, do latim “ética” e do grego “ethos” e se refere às condutas, ao modo de ser. Já a palavra “moral” vem do latim “moralis”, que se refere os costumes. Então, originalmente, os dois têm significados muito semelhantes. 


Ética e Moralidade
A Ética é um discurso filosófico sobre o Bem. Melhor dizendo, ela é uma rede de discursos entrecruzados que tratam das várias questões envolvidas na compreensão do que é o Bem. E variadas são essas questões, cada qual com a sua história, seus heróis, seus momentos de grandeza e declínio.

Em alguns discursos, a palavra-chave é a virtude, como em Aristóteles. Em outros, é o dever, como em Kant, ou o bem comum, como em Mill. Em alguns períodos, o problema central é o da liberdade, como atestam o iluminismo do século XVIII e o existencialismo do período entre-guerras. Em outros momentos, é a questão da igualdade que aflora, como nas demandas sociais que permearam todo o século XX. 

Assim, cada época desenvolve os conceitos que pautam a sua reflexão ética acerca do campo da moral. Inclusive, cada época traça suas próprias distinções entre ética e moral, que são termos originalmente sinônimos, pois representam os termos grego e o latino utilizados para se referir aos costumes de um povo. Porém, no discurso teórico atual, moralidade tipicamente indica um fenômeno social e ética designa uma disciplina filosófica. Nesse sentido, a ética se apresenta como uma reflexão sobre a moralidade, o que faz com que ela também receba o nome de filosofia moral.

Tal diferenciação não corresponde ao sentido comum desses termos no português contemporâneo, em que elas possuem um sentido muito próximo, embora não sejam intercambiáveis. Por exemplo, falamos de ética profissional, e nunca de moral profissional, para nos referimos aos códigos de conduta de cada profissão. 

Por outro lado, não usamos a expressão ética sexual, embora por vezes falemos de uma moral sexual, que atribui o rótulo de imoral a uma série de condutas no campo da sexualidade. Assim, se o marquês de Sade [Marquês de Sade (1740-1814) foi um escritor libertino, dramaturgo e filósofo francês. Sua obra foi marcada pela pornografia e pelo desprezo moral] tem uma obra que alguns classificariam como imoral, ninguém a chamaria de antiética. Além disso, sempre que precisamos de um verbo, preferimos usar o moralizar ao cacofônico eticizar.

De toda forma, um processo de moralização da política parece melhor descrito como um incremento da ética na política e não da moral na política. Embora essas diferenças apontem para um uso preferível do termo ética para questões da vida pública e moral para questões das relações privadas, tal linha demarcatória não funciona bem, pois faz sentido falar tanto de uma moralidade pública quanto de uma moralidade privada.  Esses últimos passos podem nos conduzir às sutis diferenças de uso entre moral e moralidade e várias outras distinções que são preocupações mais relevantes para o linguista que para o filósofo. Isso porque o desafio filosófico não é descobrir o sentido preciso que as palavras têm em um determinado código linguístico, mas elaborar discursos que possibilitem uma visão crítica sobre o campo da ética. 

Assim, não precisamos nos perder na vã tentativa de estabelecer uma linha demarcatória única, que permitisse distinguir o que a língua portuguesa chama de ética e de moral. Inclusive porque o estabelecimento dessa linha é uma violência contra a própria língua, na medida em que ela é menos comprometida com o rigor do que com a riqueza. 

Assim é que, em vez de reduzir a pluralidade de sentidos a uma definição estática, o que os filósofos fazem é aumentar a variedade semântica da linguagem, inventando conceitos com os quais tentam refletir melhor sobre os seus temas. Então, não se trata de procurar a definição verdadeira de ética, mas de criar instrumentos conceituais que nos permitam enxergar melhor.


E, nesse sentido, gosto da distinção filosófica acima delineada, pois ela acentua o fato de que em todo grupo social existe uma moralidade, mas que ela tanto pode ser vivida de um modo irreflexivo (no qual as pessoas seguem os códigos morais sem adotar perante eles uma postura crítica), quanto de uma forma reflexiva, sendo que a reflexão sobre a moralidade é justamente o que prefiro chamar de ética.

Feita essa distinção, torna-se compreensível a afirmação de que cada cultura tem uma moralidade, pois todas elas envolvem uma série de padrões morais, que são um dos principais elementos integradores da vida social. Esses padrões formam uma complexa rede que envolve formas de sociabilidade tipicamente reveladas mediante referências a normas (como as que proíbem a traição e a mentira), virtudes (como a coragem e a prudência) e valores (como a liberdade e a igualdade) que se entrelaçam. Esses elementos são criados dentro da história e, portanto, não existe no mundo um único modelo abstrato de moralidade, mas uma série de padrões de moralidade socialmente definidos. O Bem, a Virtude e a Moral não existem em abstrato, mas apenas como elementos de realidades culturais concretas.


Adaptado para estudos, do texto 'Ética e Moralidade' de Alexandre Araújo Costa – disponível em: [http://www.arcos.org.br/]. 



FILOPARANAVAI © ²º20

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