O Bem e o Mal na política brasileira. Sem exagero algum, as duas figuras políticas de maior destaque hoje no Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro, só podem ser comparáveis nos quesitos marcados pelos antagonismos explícitos e implícitos existentes em suas biografias.
De um lado Lula. Uma figura política com 50 anos de vida pública. Ainda criança Lula (7 anos) mudou-se com a família para a cidade de Santos (SP), e o motivo da mudança era para escapar da miséria do sertão de Pernambuco. Em 1956, fixou residência na capital do Estado de São Paulo. Aos 15 anos, tornou-se aprendiz de torneiro mecânico. Antes trabalhou como vendedor ambulante, engraxate e office-boy.
A história de sua vida política começou em 1970, depois de perder a esposa grávida do primeiro filho. Foi quando Lula passou a se dedicar intensamente à atividade sindical.
Desde então tornou-se o guerreiro fiel das causas dos trabalhadores. Em 1975, assumiu a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Ele foi o líder máximo da primeira greve de operários do ABC paulista em 1978, ainda na vigência do brutal regime militar, iniciado oficialmente em 1968 por meio de um golpe de Estado e ditadura militar.
A história de sua vida política começou em 1970, depois de perder a esposa grávida do primeiro filho. Foi quando Lula passou a se dedicar intensamente à atividade sindical.
Desde então tornou-se o guerreiro fiel das causas dos trabalhadores. Em 1975, assumiu a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Ele foi o líder máximo da primeira greve de operários do ABC paulista em 1978, ainda na vigência do brutal regime militar, iniciado oficialmente em 1968 por meio de um golpe de Estado e ditadura militar.
Mas foi em 1980, que aliando-se a intelectuais e a outros líderes sindicais, fundou o PT (Partido dos Trabalhadores), que se tornaria hoje o maior partido de esquerda do país e da América Latina, do qual se tornou presidente. No ano seguinte, liderou nova greve de metalúrgicos, foi preso e teve seu mandato sindical cassado.
Sua primeira prisão política ocorreu no início da década de 1980. Prisão política semelhante àquela ocorrida em 07 de Abril de 2018. Lula foi vítima em 1980, pela primeira vez de Lawfare. O Lawfare é caracterizado desde a década de 1970 como uma guerra travada por meio da manipulação das leis para atingir alguém que foi eleito como inimigo político, no caso o inimigo a ser combatido era Lula. É o uso subjetivo, político, arbitrário, da lei como um instrumento para objetivos políticos. É a estratégia manipular o direito para coagir, para prender, para condenar, para calar, sem nenhum embasamento jurídico da prova.
Em 1980, Luiz Inácio Lula da Silva ficou 31 dias no cárcere da sede do Dops, que era o Departamento de Ordem Política e Social em São Paulo, capital. O político foi preso no dia 9 de abril por conta das sua atuação como sindicalista na região do ABC paulista.
Em 1980, Luiz Inácio Lula da Silva ficou 31 dias no cárcere da sede do Dops, que era o Departamento de Ordem Política e Social em São Paulo, capital. O político foi preso no dia 9 de abril por conta das sua atuação como sindicalista na região do ABC paulista.
Em resumo, em 1986, tornou-se deputado federal constituinte com a maior votação do país e um dos mais atuantes. Concorreu à presidência da República em 1989, quando foi derrotado no segundo turno por fraudes comandadas pela Rede Globo de Televisão que manipulou noticiários para favorecer Fernando Collor de Mello - os dois candidatos disputavam voto a voto, e em 1994 e 1998, perdeu para Fernando Henrique Cardoso - eleito sob a febre do Plano Real desenvolvido pelo Consenso de Washington. Mas as derrotas não desanimaram o guerreiro. Em 1995, deixou a presidência do Partido dos Trabalhadores e tornou-se presidente de honra do partido. Em 2002, foi eleito presidente do Brasil com votação recorde de 50 milhões de votos. Reelegeu-se em 2006, vencendo, em segundo turno, o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Geraldo Alckmin. Deixou a presidência com 87% de aprovação e popularidade, de acordo com pesquisa IBOPE.
Os 8 anos do governo Lula foram marcados por autonomia à Polícia Federal e Ministério Público Federal, investimentos em infraestrutura dessas instituições e do país em geral, como em rodovias, portos, aeroportos, saneamento, asfalto, posto de saúde, creches, escolas, habitação. Melhora do salário mínimo, geração de empregos, diminuição das desigualdades sociais, combate à fome e miséria, investimentos em educação, saúde, segurança, promoção dos Direitos Humanos, cuidados com os povos indígenas e quilombolas, diminuição das agressões às florestas da Amazônia, água e luz para populações interioranas e carentes, melhorou relações com os países vizinhos no fortalecimento do Mercosul, tornou o Brasil respeitado mundialmente, interagiu com países pobres na troca de tecnologia e conhecimentos científicos, construiu universidades federais e centenas de escolas técnicas, aumentou o PIB, melhorou o Superávite do país, pagou a dívida com FMI, dentre outros feitos. Os números não negam porque os neoliberais odeiam tanto Lula.
Interessante ler o artigo 'Os feitos de Lula', por Paulo Henrrique Amorim, que tão bem retrata os méritos dos governo Lula.
Em 2014, Dilma Rousseff era eleita para seu segundo mandato. A direita atrasada do país, saudosista das velhas estratégias dos militares do tempo dos anos de chumbo, não conformada com o resultado, começou articular o golpe. O plano na verdade já estava sendo gestado desde o chamado processo do MENSALÃO que focava políticos do PT para desmoralizar o partido frente a opinião pública e enfraquecer as imagens de seus líderes.
Entre 2015 e 2016 os ataques e boicotes ao governo Dilma foram tão intensos que o conluio EUA, vice Temer, Congresso, Mídia, Burguesia, Judiciário, Militares e a parcela da classe média (que ficou conhecida como 'manifestoches' por apoiarem as narrativas e planos das elites dominantes), conseguiu o objetivo de afastar a presidenta Dilma sem nenhum critério jurídico, mas apenas com o critério de que ela não atendia aos interesses das elites econômicas.
O Projeto Neoliberal que trazia como objetivos o Estado minimalista (para o povo), cortes de direitos sociais e trabalhistas, reformas sem participação do povo, privatizações... começava a ser colocado em prátia no governo golpista de Michel Temer.
O serviçal temer entregou a Lei do Teto de Gastos Públicos que sucateia os serviços públicos e entregou também a Reforma da CLT que precariza o mercado e o mundo do trabalho.
Em 07 de Abril de 2018, Luiz Inácio Lula da Silva foi preso. Era a sequência dos planos golpistas em curso. Lula seria preso e calado para que a elite pudesse eleger seu candidato. O serviçal que daria continuidade àquilo que Temer não entregou. A direita fracassou e seu candidato não decolou. Então abraçou o candidato de extrema direita Bolsonaro. Ele é um serviçal problemático, mas Paulo Guedes faz o serviço sujo que agrada a elite econômica. Já Bolsonaro nesse primeiro ano de governo se revelou como um 'bobo da corte' útil para distrair o povo que não percebe a gravidade da destruição do Estado e destruição das políticas públicas e sociais que esse governo vem desenvolvendo.
Mas Lula, que ficou preso (entre 07 de Abril de 2018 - 08 de Novembro de 2019) e calado (pois nem mesmo entrevistas podia conceder, muitas vezes nem visitas receber) não podendo ser candidato - pois o Brasil não respeitou nem mesmo orientações da ONU - Organização das Nações Unidas - para que ele tivesse todos os seus direitos políticos garantidos, dentre os quais o direito de ser candidato; acabou indicando Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.
Considerando a bipolarização Haddad e o candidato Bolsonaro, Haddad teve uma expressiva votação e só foi derrotado por conta de uma grande fraude eleitoral.
Bolsonaro foi eleito por conta de Lula estar preso, em troca desse favorzinho o então juiz Sérgio Moro, o 'chefão' da força tarefa Lava Jato ganhou um mísero cargo de Ministro da Justiça. Ele foi desmascarado com seus comparsas procuradores liderados por Deltan Dallagnol, como ficou evidenciado pelos vazamentos da VAZA JATO do jornalista Glenn Greenwald (sobre a Vaza Jato leia mais dando clique aqui).
Além da prisão de Lula, favoreceu Bolsonaro uma facada da qual pairam graves dúvidas se ocorreu mesmo. Até esse evento criminal, Bolsonaro liderava as rejeições do eleitorado brasileiro. A facada ocorreu praticamente no momento em que as mulheres se organizavam e levantavam-se nas redes sociais e nas ruas contra o candidato neofascista através da campanha 'ELE NÃO', de repercussão mundial. Nas ruas das cidades do Brasil milhares de mulheres saíram às ruas. Mas o candidato antes rejeitado, passou à liderança da sucessão presidencial e inclusive mulheres passaram a apoiá-lo.
Aliado a esses motivos, um outro muito evidente foi o das notícias falsas que saíam das 'fábricas de fake news' dos apoiadores de Bolsonaro (Leia mais dando clique aqui). Eram disseminadas mentiras de toda ordem com ataques diretos a moral do adversário Fernando Haddad. Kit Gay e Mamadeira de Piroca são apenas duas das muitas fake news consumidas por eleitores de Bolsonaro e disseminadas pelas redes sociais com a ajuda de robôs. No momento há uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito - investigando o caso. E mesmo que de forma tímida o TSE - Tribunal Superior Eleitoral - sinaliza interesse em desvendar esse fenômeno bolsonariano.
Mas voltando aos antagonismos entre Lula e Bolsonaro... O que falar desse sujeito que veio do Rio de Janeiro, e até onde sabemos, com estreitos vínculos com os milicianos criminosos que atuam na periferia da capital fluminense? Nesse momento a 'casa 58 do seu Jair' configura um enigma que poderia esclarecer muitas coisas sobre a relação do seu Jair com os milicianos. (Saiba mais sobre os MILICIANOS dando clique aqui).
Jair M. Bolsonaro é conhecido como neofascista por suas falas públicas contra negros, indígenas, mulheres, militantes de esquerda, homossexuais, universitários... Teve seis mandatos como parlamentar, ou seja, 28 anos no Legislativo sem oferecer nenhuma contribuição relevante para a sociedade, além de seus já conhecidos insultos às minorias. Como se não bastasse um apologista sem escrúpulos da violência. Um fervoroso apologista da Ditadura Militar e de seus torturados, tendo como herói o Coronel Ustra (saiba mais sobre Ustra dando clique aqui).
Isso já não basta para raciocinarmos que estamos diante de uma das figuras políticas mais tenebrosa, desumana, vil, asquerosa, que já existiu em toda a nossa história brasileira?
O que mais espanta é saber que o setor da sociedade que mais foi decisivo para a eleição do neofascista foi exatamente o dos fieis conservadores católicos e evangélicos. A tônica central da defesa do neofascista foi a de que ele defendia os valores da família e de Deus. Mas como assim? O que é que tem de Deus em um cara que defende os absurdos relatados nos parágrafos anteriores? Como assim valores da família? O sujeito está no terceiro casamento. Foi recentemente batizado em denominação evangélica e se diz Católico. Isso chama-se 'bipolaridade política'. Parece que estamos diante de uma mente insana. Um sujeito que passou por quase uma dezena de partidos, agora organiza-se para jogar o 'bagaço' do partido laranja (PSL) que lhe deu sigla e número 17 para a eleição de 2018, só pode ser mesmo essa loucura que foi a presidência dele nesse primeiro ano de des-governo.
Isto por si só já demonstra um homem pouco dado ao equilíbrio, pouco fiel a ideais coletivos. Tanto tempo como parlamentar e quase uma dezena de partidos denunciam um homem pouco ocupado das necessidades do povo trabalhador brasileiro e pouco interessado em firmar comunhão ideológica também voltada aos interesses do povo. Bolsonaro não se destaca por compromissos com os trabalhadores, maioria da população brasileira. Suas posições no Congresso foram conservadoras e sempre acompanhou no voto os interesses da elite. Ele apenas se destacou por colocar-se de maneira mais visível durante o processo de destituição da presidenta eleita Dilma Rousseff durante um processo controverso e denominado de golpe parlamentar. Foi neste período que o político Bolsonaro ganhou espaços na mídia controlada por meia dúzia de famílias e que está a serviço do grande capital.
Comparar Lula e Bolsonaro é fácil, pois Lula é humano, Bolsonaro é um monstro desumano. Lula é amado e abraçado pelo povo, Bolsonaro é rejeitado por onde passa. Todos querem comungar das ideias de Lula, enquanto de Bolsonaro as pessoas querem distância. Lula dá orgulho, Bolsonaro provoca asco. Lula é esperança, é amor, é paz; Bolsonaro é destruição, é doença, é ódio e mentira. Lula é vida, Bolsonaro é morte. Lula é povo e líder dos povos que lutam por Democracia e Justiça Social, Bolsonaro é serviçal dos ricos e dos EUA. (Em outubro de 2018, eu escrevi um artigo sobre a possível eleição de Bolsonaro e suas conseqências, dê clique aqui para ler!
Em 08 de novembro de 2018, após 580 dias preso político sem provas, sem crime, Lula (LEIA MAIS AQUI) finalmente voltou aos braços do povo e passou a assombrar o o governo neofascista de Jair Bolsonaro. Lula é a voz do povo, Lula tem poder para mudar o final dessa história de neofascismo, de ódios e mentira, de violência, de pobreza e miséria, de milicianos e corruptos, de neoliberalismo e privatizações, de retirada de direitos sociais e trabalhistas. Lula é o gigante guerreiro do povo brasileiro. O gigante voltou! E a casa grande já não dorme.
Filoparanavai 2019
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