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FILOPARANAVAÍ

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

2018, o ano que não deveria terminar. Os prenúncios de um 2019 de 'muitas trevas' para o povo brasileiro, pobre e trabalhador; e os fatos históricos que determinaram a construção da vitória do fascismo no Brasil.

Texto organizado por Lucio Lopes. 

Um 2018 de "trevas"com Temer; um 2019 de "trevas" com Bolsonaro. "Apesar de você"(s), um feliz 2019 para todos os homens e todas as mulheres do bem e que sonham e lutam por um Brasil Democrático, mais Justo e Igual!


"Um povo ignorante é um instrumento 
cego da sua própria destruição". 
Simón Bolivar (1783-1830)



Eu juro que gostaria de escrever um texto apenas carregado de positividade, porém, alerto que também não é só de pessimismo que está carregado este texto. Aliás, a realidade não nos permite nem uma coisa e nem outra. O Brasil vive um momento histórico extremamente complicado e nossa Democracia vive uma crise sem precedentes no pós fim golpe de 64. 

Mas, penso que refletir ajuda muito! O segredo daqueles que sofrem sabendo o porquê de seu sofrimento reside justamente no fato de que sabem o que fazer com esse sofrimento, canalizando-o para reconstruir suas histórias. E eu espero, que também possamos canalizar nossas forças políticas para fazer com que um dia o Brasil volte à normalidade  e que o povo possa reconquistar o poder perdido absolutamente, por este momento, para os donos do capital.

Com a vitória do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, nas urnas em 28 de Novembro de 2018, os eleitores brasileiros decidiram, conscientemente ou não,  aprofundar sua experiência de governos neoliberais. Parece que as experiências anteriores caíram no esquecimento. 

Bolsonaro, com certeza, será uma continuidade piorada do governo Temer. 

E possivelmente o novo governo também herdará características plutocrata (governo para os ricos) e cleptocrata (governo de corruptos), e dará continuidade ao desmonte do Estado e entrega de nossa soberania nacional ao capital estrangeiro, com consequências sociais incomensuráveis.

Assim tem sido com a entrega sistemática, ao capital estrangeiro, de nossos polos extratores de petróleo, especialmente do nosso melhor que é o Pré-Sal.  

Mas isso iremos analisar no decorrer do governo que assume em janeiro de 2019. Não há mais o que fazer. Já está eleito! E sabemos de antemão que bom para o povo não será mesmo! A solução estava nas urnas em outubro de 2018, mas o eleitorado acabou fazendo sua opção e, agora, nos resta assumir as consequências. 

Claro sempre há uma esperança, recordo por exemplo Locke e Rousseau. Ele afirmavam a legitimidade do povo destituir  governo quando o Estado não está voltado para todos. Esta é a  esperança que nunca  morre, que as massas acordem de seu sono de "cinderela" provocado pelas Fake News e por um ódio tolo que adotou das elites do capital e da mídia a serviço dessas elites, demonizando o PT e tudo o que está ligado a ele. É meio surreal que trabalhadores tenham ódio do Partido dos Trabalhadores, justamente o que lhe representa e defende no Congresso contra os donos do capital.

É importante lembrar que a vitória de Bolsonaro foi atípica, em um momento no qual a Democracia brasileira, golpeada oficialmente em 2016, não funciona normalmente. 

A candidatura fascista foi construída em meio a uma narrativa cotidiana de ódio, primeiramente pela mídia para derrubar a presidenta legitima Dilma Rousseff e depois nas redes sociais onde deu-se o embate final com o ódio alimentado por uma verdadeira fábrica de Fake News, que em plena campanha eleitoral foi denunciada por um grande jornal do país, mas como era de se esperar não deu em nada frente a cumplicidade do Judiciário brasileiro, que deixou de ser a 'última trincheira da esperança' em nossa frágil Democracia.

O 'GOLPE' OCORRIDO NO BRASIL EM 2016 FOI APENAS MAIS UMA PÁGINA DA HISTÓRIA DOS 'GOLPES'. 

A burguesia sempre foi especialista em dar golpes quando seus interesses estão correndo perigos de acordo com suas percepções. A burguesia entende que a "liberdade e igualdade", princípios de uma nova sociedade construídos por ela mesma, precisam ser controlados, limitados, não proporcionados em longa escala para todo o povo.

Ou seja, a burguesia, hoje denominada de financeira, jamais aceitará, em um contexto capitalista, que o Estado rompa com esses limites por ela impostos.

Observemos os gráficos abaixo entre os anos de 2003 e 2016 (governos Lula e Dilma), e vejamos o porquê de tanta fúria.


Observe que as Taxas de Mortalidade Infantil caem nos governos Lula-Dilma 
e voltam a crescer no governo Temer que desestrutura 
os serviços públicos de saúde e encolhe os programas sociais

Observe agora como nos governos Lula-Dilma a pobreza caiu, 
sendo que com Temer ela volta a ameaçar milhões de vidas novamente


Com Lula e Dilma houve geração de empregos com fenômeno sem precedentes na história do Brasil. Lula e Dilma investiram pesado na educação e levaram educação superior e tecnológica aos quatro cantos do país. Criaram possibilidades de ingresso no Ensino Superior a milhões e milhões de filhos e filhas de trabalhadores que antes estavam excluídos. 

A qualificação por meio dos estudos, aliados à geração de empregos, proporcionou melhores salários, que por sua vez desencadearam um ciclo de consumo muito saudável para a economia. Em resumo, a vida do povo melhorava ano a ano. Grande parcela da população que jamais poderia sonhar com viagens por meio de aviões, naquele momento podiam fazê-las. Mas o 'pobre' nos aeroportos desencadeava a fúria dos 'candidatos' à burgueses, pessoas pertencentes à Classe Média. 

Então foi fácil aliar os interesses dos donos do capital aos desejos da Classe Média, em uma guerra contra os governos do PT. 

A moderna economia da civilização capitalista prospera frente ao empobrecimento econômico e cultural da população. 'Guerras' são forjadas pelos donos do capital em defesa do 'fim da corrupção', da 'liberdade', da 'justiça', quando na verdade a motivação central é sempre a econômica. É assim que construíram a nova forma de se dar golpes sem precisar usar o recurso das armas. Os golpes hoje são construídos pela cooptação de todas as forças possíveis, do parlamento, da mídia, de setores da população, como no caso do afastamento da presidenta Dilma. 


Um outro exemplo fácil para nossa percepção histórica - no campo macro -  eram os argumentos dos EUA para invadirem militarmente países do Oriente Médio. Os argumentos centrais eram derrubar ditadores por seus crimes contra a humanidade, era proteger os povos locais, ou ainda era combater terroristas. Na verdade, o motivo central sempre foi o controle do poder político na região e o petróleo.

Esse costume é histórico. A passagem do período Medieval para a Modernidade de nossa história, guarda uma intensa "guerra" em várias frentes, não propriamente militares, entre a toda poderosa Igreja Católica e a nova classe social em ascensão, a chamada  Burguesia. 

A guerra estava centrada na manutenção ou conquista do poder em todos os seus sentidos. Por exemplo, poder econômico a Burguesia já tinha de sobra, mas ela precisava dos poderes espiritual, político, cultural, para consolidar-se no comando da história e fazer seu "capital" aumentar. 

Foi assim que em uma dessas frentes de batalhas, a burguesia investiu na Monarquia que acabou tornando-se absolutista e quando já não servia mais, a própria Burguesia encarregou-se de derrubá-la. E de lá para cá, a burguesia nunca perdeu esse maldito costume. (Em breve escreverei mais atentamente sobre Teoria Clássica do Liberalismo, neoliberalismo e liberalismo social, voltando a este assunto).

Mas em linhas gerais o que é o neoliberalismo? 


A teoria e política - concreta - neoliberal,  argumenta a necessidade de uma ampla desregulamentação e liberalização das regras de comércio e alocação de capitais internacionais, a quebra de barreiras, a abertura das bolsas e de todos os setores da economia às multinacionais. O neoliberalismo defende a ideia de que o mercado, e não o Estado, deveria ser o único alocador de salários e capital. Defende ainda a desregulamentação total, a derrubada das barreiras comerciais e a livre circulação de bens, de trabalho e de capital. 


Ainda é parte essencial do projeto neoliberal uma reestruturação do Estado, visando privatizações em massa, a redução de impostos e tributos sobre o capital e o desmanche do chamado Estado de bem-estar social. Basta olhar o que foi o governo Temer para compreender como essa política concretamente foi imposta nos últimos dois anos.


Nos países dependentes como o Brasil, a ofensiva do neoliberalismo  constitui séria ameaça à própria existência do Estado nacional, uma vez que as privatizações quase sempre são arrematadas por empresas estrangeiras e vende-se de tudo. A soberania nacional como que se perde entre tantos "donos estrangeiros" dando as cartas da economia local.  


O neoliberalismo quer um Estado sem projeto e sem espaço nacional, totalmente submisso às leis de mercado. Não quer um Estado preocupado com o bem comum de toda a população e empenhado em garanti-lo, inclusive porque não acredita nele. Por isso mesmo, o governo que assume em primeiro de janeiro de 2018 não perde tempo debatendo um Estado para todos. Será refém do mercado. Na teoria neoliberal, o Estado deve ser reduzido a um mero policial, encarregado tão somente de vigiar e fazer cumprir as normas estabelecidas. 


O neoliberalismo implica ainda em uma total subordinação do Estado aos interesses dos grandes monopólios, particularmente do segmento financeiro. Nos países subdesenvolvidos o capitalismo monopolista de Estado manifesta-se com força através da transferência de parte crescente da renda nacional para pagamento das enormes dívidas públicas, cujos credores são os grandes monopólios do capital financeiro. Este é o caso do Brasil. 


Este tipo de neoliberalismo começa a ser implementado no Brasil, mais claramente, no governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992), sendo que Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2003) daria continuidade àquilo que Collor iniciou. Após o intervalo dos governos de Lula e Dilma (2003 a 2016) que implementaram governos na orientação do "Estado do Bem-Estar Social" (Do inglês, Welfare State)  como preconiza a Constituição Federal Brasileira de 1988; em 2016, o governo de Michel Temer - que assume o cargo retirado politicamente de Dilma pelo Congresso -  traindo o projeto vitorioso nas eleições de 2014 com 54,5 milhões de votos, reintroduziu o projeto neoliberal.


Apesar da narrativa do apresentador de um canal opositor aos governos Lula e Dilma, os dados por ele divulgados falam por si mesmos. Com Lula e Dilma empregos foram gerados, pessoas foram tiradas da pobreza e incluídas na classe média (a mesma classe média que será cúmplice do golpe); a melhora do nível educacional dos brasileiros é outro dado que salta aos olhos.


Em um momento de profunda crise política e econômica no Brasil, desde os boicotes sistemáticos ao governo de Dilma Rousseff, no final de seu primeiro governo e nos dois anos do segundo governo até sua deposição, nitidamente configurada a partir de uma nova modalidade de se golpear a Democracia na América Latina, através de uma roupagem de constitucionalidade - os atores sociais do golpe alardeiam que tudo ocorre dentro da Lei. Para depor a primeira mulher presidenta do Brasil lhe imputaram o crime de "pedaladas fiscais". 

Documentário LEGENDADO da Arte, 
TV pública franco-alemã, sobre o golpe no Brasil. 
Título original:
 "Brésil : Le grand bond en arrière".



Não é preciso ser muito inteligente para perceber que tudo foi muito bem articulado, arquitetado, financiado. Um conluio reuniu as forças do capital financeiro nacional e internacional, com a cumplicidade de um Judiciário que com o passar do tempo foi demonstrando estar afinado com o projeto de poder dos golpistas. 

Para o sociólogo Jessé Souza, tudo começou em junho de 2013 (e eu concordo com ele ipsis litteris) quando explodem manifestações pelo país com variadas bandeiras reivindicatórias (passe livre era central), manifestações essas organizadas a partir das redes sociais pela internet. Não demora, essas manifestações são cooptadas por setores da mídia impondo a bandeira da corrupção como carro chefe e a defesa da PEC 37 (LEIA MAIS AQUI: https://jornalggn.com.br/).

A Copa do Mundo vira alvo dos chamados "black bloc", que de repente desaparecem como apareceram. Quem os financiavam? A quem interessava os atos de vandalismos provocados por eles? A presidenta Dilma conseguiu contornar a situação nas ruas, mas o desgaste foi muito grande.

Todos esses ataques ao governo somavam-se às  chamadas 'pautas bombas' no Congresso, que imobilizavam o governo Dilma. O cerco se fechava!

A imprensa internacional repercute 
o escândalo do golpe forjado 
pelas elites econômicas contra a Democracia no Brasil 


O "golpe" toma corpo quando o PT decide não salvar Cunha no Conselho de ética. Em 2017, os "golpistas" já não  escondem que este teria sido o motivo. "Em entrevista à TV Bandeirantes, peemedebista diz que, se os três deputados petistas no Conselho de Ética tivessem votado para salvar Cunha da degola, “é muito provável que a senhora presidente continuasse [no mandato]’” 
[LEIA MAIS DANDO CLIQUE AQUI congressoemfoco].


A defesa de Dilma argumentou o tempo todo que os decretos editados pela presidenta seriam “meras autorização de gasto”. Mas do que adiantava fazer uma defesa para quem já estava condenada desde o início do processo, que apenas passava pelos seus ritos legais? 

A decisão já estava tomada em conluio de agentes dos sistemas financeiros, nacional e internacional, com os congressistas que teriam a última palavra no voto e era evidente que Dilma já estava condenada antes mesmo deles votarem. 

Os manifestantes comandados por movimentos de extrema direita e pela Globo, como carro chefe da mídia, ficaram conhecidos como "manifestoches"

Esses manifestantes que vestiam camisetas  nas cores "verde e amarela" muitas vezes identificadas com a CBF - Confederação Brasileira de Futebol, eram apenas uma estratégia de legitimação ao violento processo de agressão ao governo Dilma. 

Repercussão na mídia internacional

No geral, os movimentos - formados em sua maioria por integrantes da classe média - eram muito atípicos quando comparados aos movimentos sociais tradicionais, pois saíam às ruas em pleno domingo, com transmissão exclusiva o dia todo pela Globo e outras grandes redes de televisão. Tudo funcionava bem e a narrativa ficava fácil de ser construída pelos setores golpistas da sociedade.

No dia 31 de Agosto de 2016, consumou-se o "golpe parlamentar" e Dilma foi afastada em definitivo. O que se viu tanto na Câmara quanto no Senado, foi uma encenação deprimente de muitos corruptos votando pelo afastamento de uma presidenta inocente e honesta.

Reportagem da Al Jazeera Channel - قناة الجزيرة sobre a rede Globo, evidencia o poder desproporcional e anti-democrático dado à emissora desde a ditadura militar. Não por acaso a Globo apoiou o Golpe de 64 e continua apoiando Golpes desde então!


Logo que assumiu, o presidente M. Temer, repete os atos administrativos que para Dilma foram interpretados como "crime". Lê-se o seguinte na mídia: "Mas o começo do ano já dá sinais que que Temer poderia ter imitado sua antecessora e saído de bicicleta. Duas medidas tomadas pelo governo têm todas as características das pedaladas dos tempos de Dilma Rousseff." Mas isto não vinha ao caso. O governo já estava sob o controle dos golpistas (LEIA MAIS DANDO CLIQUE AQUI: https://g1.globo.com/)

A HISTÓRIA VIVA DO GOLPE... Esse vídeo revela os momentos dramáticos de ruptura da Democracia com o afastamento covarde, sem crime de responsabilidade, da presidenta Dilma e a tomada (roubo) do poder pelo ilegítimo Temer que passou a governar para os ricos e passou a destruir direitos do povo, devolver o povo à pobreza e miséria, a vender o patrimônio nacional aos estrangeiros....(Brasil voltou à pobreza-miséria e fome: Dê clique aqui https://brasil.elpais.com/brasil/)_(O governo dos ricos reduz salários e direitos trabalhistas: Dê clique aqui https://brasil.elpais.com/)_(Você também pode se interessar em ler o esclarecedor artigo " O golpe contra Dilma": Dê clique aqui https://brasil.elpais.com/).


Paralelamente à caçada que era feita à presidenta; a "Lava Jato", por sua vez, dava corpo a uma outra caçada, desta vez ao ex-presidente Lula. 

Afinal, o objetivo do golpe era banir o PT do governo e isso só poderia ocorrer com sucesso calando o presidente numa prisão. A partir daí toda e qualquer delação só tinha importância se incriminasse o ex-presidente. A mídia fazia sua parte desqualificando Lula, dia e noite.

Jessé de Souza, é o autor dos livros "A Elite do Atraso" e "A Classe Média no Espelho" [LEIA MAIS DANDO CLIQUE AQUI: https://www.brasil247.com/]


Assim podemos ler em um portal de notícias sobre a caçada de Lula, que teve até condução coercitiva do ex-presidente: "Talvez a principal vítima das conduções coercitivas determinadas pelo juiz Sérgio Moro foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No dia 4 de março de 2016, às 6 horas da manhã, Lula teve seu apartamento invadido por policiais federais. Numa ação espetaculosa, eles puseram o local de cabeça para baixo, reviraram colchões, apreenderam tablets de crianças, filmaram tudo e cederam cenas para um filme, que se tornou peça grotesca e obscura – porque seus patrocinadores ficaram no anonimato – de propaganda política contra Lula e contra o PT." 

Ora, foi uma intensa caçada ao ex-presidente e o objetivo era simples: impedir sua candidatura às eleições presidenciais de 2018. O processo correu em velocidade recorde. A Constituição deixava de valer para o ex-presidente. Era preciso colocá-lo na prisão. (LEIA MAIS AQUI https://www.brasil247.com/). 

E o que era previsto como inevitável ocorreu. Lula tornou-se "prisioneiro político" no dia 07 de Abril de 2018, em uma condenação visivelmente arbitrária tanto na primeira quanto na segunda instâncias do Judiciário. Na primeira, o juiz do caso reconheceu que não havia "fatos determinados" e na segunda, a impressão que ficou é que nem leram os autos, fora o fato que teve juiz apresentando publicamente de forma antecipada seu voto, ou seja, Lula tinha que ser condenado porque assim decidiram "forças ocultas". 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal (PF) e foi preso, após ficar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, em meio a uma multidão solidária  com ele. Ele estava no edifício no Centro da cidade do ABC desde o dia 07, quando o juiz Sérgio Moro expediu mandado de prisão. 

DISCURSO HISTÓRICO DE LULA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO. "Todos vocês, de agora em diante, se transformarão em Lula. Eles têm que saber que a morte de um combatente não para a Revolução." Luiz Inácio LULA da Silva 


Lula segue prisioneiro em Curitiba, ainda nesse dia 28 de dezembro de 2018, quando escrevo este texto. Juristas de vários lugares no mundo reconhecem sua "prisão política", inclusive reconhecida publicamente por uma entidade europeia de direitos humanos (Leia mais aqui https://www.redebrasilatual.com.br/). 

A impressão que fica é que há uma Constituição para o cidadão Lula e outra para os demais brasileiros. É nítido que Lula amedronta as elites brasileiras que tomaram o poder no país. Nas urnas, era necessário forjar a retirada de Lula e com isto apenas conseguiram ascender, uma vez que os candidatos do sistema financeiro não decolaram, um candidato de extrema direita com viés claramente fascista e de visível incompetência para gerir um Estado com tantos problemas como o brasileiro.

As violações dos direitos do cidadão Lula são muitos. O motivo de sua prisão em Curitiba chega a ser patético. Um apartamento que ao longo da história ficou explicitamente claro que jamais foi de Lula ou de qualquer membro de sua família. As proibições de visitas e entrevistas, o isolamento de Lula especialmente no período eleitoral é flagrantemente um atentado aos direitos humanos de um cidadão, sem precedentes na história mais recente do país. 

E o que dizer do Habeas Corpus deferido por Rogério Favreto, escandalosamente não cumprido nem pelo juízo e nem pelas autoridades policiais em Curitiba? E o que dizer do desrespeito à decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio, que determinava a liberdade a prisioneiros arbitrariamente presos após condenação em segunda instância? O problema novamente era que Lula seria um desses presos. E o que dizer ainda de decisão de Comitê da ONU, em plena campanha eleitoral, que garantia os direitos políticos de Lula e que foi desrespeitada pelo Estado brasileiro?

Veja que é uma sucessão de arbitrariedades cometidas contra o homem que segue sendo, ainda que preso, o maior líder político que o Brasil já teve. Em quase um ano de "prisão política" porque sem  provas, logo sem crime; Lula conta com a solidariedade de milhares e milhares de brasileiros e estrangeiros que acorrem, até Curitiba, para apresentarem solidariedade àquele que continua sendo o simbolo maior da Democracia e a voz dos sem voz no gigante Brasil, um dos países mais desiguais do mundo.


Mensagem de Lula aos milhões de Lulas no mundo: 
"Aqueles que nos perseguem podem fazer o que quiserem com a gente, mas jamais conseguirão aprisionar nossos sonhos" 
Luiz Inácio LULA da Silva

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ele mesmo disse, não é mais uma pessoa. Lula é uma ideia, é uma narrativa de que podemos acreditar no humano, acreditar que os pobres também podem escrever a história e forjar tempos melhores através da ação política. 

Lula demonstra com sua vida e coragem que um mundo melhor é possível. Lula é um 'mito' capaz de alimentar em  nós a utopia viva de um mundo melhor. 

Lula é um verdadeiro "mito" (mito aqui entendido como referência a ser seguida) e não apenas do povo brasileiro, é um mito da humanidade porque consegue respeito em todos os cantos do Planeta. Ninguém conseguiu em pouco tempo fazer o "milagre" que Lula fez ao tirar milhões  de pessoas da pobreza ou extrema-pobreza. 

Em nossa história não há ninguém comparado a Lula. Lula não morre, Lula é eterno. Preso ou solto, Lula sempre será uma referência para os combatentes do bem.  

O Brasil esteve mais de 500 anos nas mãos daqueles que recentemente 'assaltaram o poder' através do golpe de 2016. Lula foi o diferencial em nossa história, pois foi um 'operário' no governo que não esqueceu de suas raízes e governou para o povo. Dilma, sua sucessora, seguiu os passos do 'mito', e por isso, ambos colheram tanto ódio das elites e de uma parcela que foi manipulada pelas elites e educada  em uma cultura do mal que impregnou nossa sociedade. Lula é eterno, para o desespero de seus algozes!

E para encerrar, mais uma vez referencio a grandeza humana de Luiz Inácio Lula da Silva , em carta desde seu cárcere injusto, em um nítido recado aos seu algozes: "Não troco minha dignidade pela minha liberdade". 


FILOPARANAVAI 2018

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