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FILOPARANAVAÍ

domingo, 16 de dezembro de 2018

FLEXIBILIZAÇÕES DA POSSE E PORTE DE ARMAS É BOA PARA QUEM?



É compreensível que as fabricantes de armas de fogo tem interesse no assunto, bem como seus cúmplices que disseminam narrativas de que armar a população civil é um ato viável e necessário. 

Eu penso que flexibilizar posse e porte de armas de fogo é um ato de insanidade que fará com que a quantidade de violência dispare em suas mais variadas formas. 

É verdade que o desarmamento não resolveu plenamente o problema dos homicídios no país, apesar de uma considerável redução, vez que há outros elementos ligados a esses homicídios, como é por exemplo o caso do tráfico de drogas e armas.

Mas rearmar a população em um momento no qual os números de homicídios estão em ascendência é insanidade pura. Sem considerar ainda que no momento vivemos a disseminação de uma cultura do ódio, de um viés de barbárie muito grande em meio a ausência do Estado em muitas localidades do país.

Sou contra armar a população pelos motivos seguintes: 

1. Mais armas de fogo disponíveis, significa mais armas nas mãos da bandidagem. 

(Se eles roubam armas de policiais por qual motivo não roubariam de civis?)

2. Mais armas disponíveis, significa aumentar os números de homicídios no Brasil que já é um país com números alarmantes que passam dos 60 mil. 

(O Brasil tem mais assassinatos do que todos estes países somados).

3. Mais armas  disponíveis, significa mais mortes por acidentes. 

(E se o porte de armas fosse liberado no Brasil?)


5. Mais armas disponíveis, significa mais suicídios. 

(Decreto sobre armas pode elevar feminicídios e suicídios, aponta Sou da Paz).

Não é preciso gastar tempo com muito raciocínio para compreender que despejar mais armas em meio a população civil só fará com que aumentemos nossas já tristes tragédias. 

O que precisamos no Brasil é de um Estado que torne-se mais eficiente na distribuição de renda, gerando mais empregos, melhorando as condições aquisitivas do salário mínimo, melhorando nossos serviços públicos, especialmente educação e saúde investindo fortemente em cultura e lazer para a população, protegendo nossas empresas nacionais, investindo em infraestrutura, em segurança pública e revendo nosso sistema prisional. Revendo a criminalização do uso de  drogas e enfrentando o tráfico com o controle estatal das drogas.

Definitivamente temos outros assuntos mais urgentes que discutir do que as flexibilizações da posse e porte de armas de fogo. Obviamente essa ação apenas agravará ainda mais o cenário nacional mergulhando-o em mais violência.


Quando uma imagem fala por si mesma...




É muito bom saber que em algum lugar do Planeta há um país onde todo o povo tem sua dignidade garantida pelo Estado e vivem felizes na igualdade! Cuba é exemplo de que é possível um mundo melhor sem desigualdades sociais e mais humano! 

Martin Carnoy, professor e pesquisador norte-americano da Universidade Stanford - especialista em educação da América Latina, em seu excelente livro "La ventaja académica de Cuba, ¿Por qué los estudiantes cubanos rinden más?" relata que não necessitamos olhar modelos tão distantes como da Finlândia ou qualquer outro país altamente desenvolvido na educação; a explicação está aqui mesmo no nosso Continente, muito perto, e não se trata de um milagre educativo, mas sim a opção por uma política de Estado e de governo em conexão com a dignidade de todo ser humano. 

A educação é uma ferramenta de humanização. Permite o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. Permite ao indivíduo pensar por si mesmo tendo o outro sempre no horizonte de seu olhar e ações. Educação de qualidade permite o refinamento cultural. 

Com cultura garantida, um povo é capaz de construir a igualdade mesmo em meio a um nefasto embargo econômico à ilha comandado pelos EUA há mais de 60 anos. É isto que amedronta os donos do capital no capitalismo!

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