domingo, 28 de abril de 2019

Brasil: Lula Da Silva ofrece conferencia de prensa desde la cárcel




Desde la prisión en Curitiba Brasil, el expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, ofreció una conferencia de prensa donde abordó distintos temas respecto a su injusta prisión, la situación actual del país y los momentos más difíciles en este proceso que ha tenido que vivir. Con firmeza y convicción, habló de cómo su encarcelamiento fue planeado con el apoyo de EEUU y responde a intereses por encima de Brasil, explicó que él decidió quedarse en su país pues está convencido que logrará demostrar su inocencia y develar el teatro que se armó en su contra. Compartió su dolor respecto a la muerte de seres queridos durante su prisión y dejó claro que está ahí porque quienes lo encarcelaron no le perdonan haber trabajado a favor del pueblo. 

teleSUR



Filoparanavaí 2019

sábado, 27 de abril de 2019

ENTREVISTA HISTÓRICA DE LULA E A FARSA DA LAVA JATO CONTRA O MAIOR POLÍTICO DO BRASIL PRESO POLITICAMENTE EM CURITIBA SEM PROVAS E SEM CRIME

#LulaLivre

LULA GIGANTE
"NÃO TROCO MINHA DIGNIDADE PELA LIBERDADE"

O ex-presidente Lula falou com exclusividade nesta sexta-feira (26) à Folha e ao jornal El País em sua primeira entrevista desde que foi preso, em abril de 2018. 

Em duas horas e dez minutos de conversa, o ex-presidente falou da vida na prisão, da morte do neto, do governo de Jair Bolsonaro (PSL), das acusações de corrupção contra ele e da possibilidade de nunca mais sair da prisão, dentre outros temas..


Filoparanavaí 2019

terça-feira, 23 de abril de 2019

LULA SOBRE STJ: A PENA TINHA QUE SER ZERO, ELA NÃO TINHA QUE EXISTIR

Mensagem trazida pelo dirigente do PT e deputado estadual Emídio de Souza (SP), que já relatou ao ex-presidente a decisão do STJ em reduzir sua pena, aponta que Lula "não esperava nada" do julgamento desta terça-feira 23; "Aqui dentro desse prédio há um homem que quer sair daqui, mas não de cabeça baixa, ele quer sua inocência provada", relatou Emídio em Curitiba; Lula disse que "não é o problema de ter reduzido a pena, o problema é que a pena tinha que ser zero, ela não tinha que existir"; "Da mesma forma que fui julgado politicamente, eu vou ser libertado politicamente pela luta do povo brasileiro", completou Lula.

Confira o Conversa Afiada com o PHA

AFRANIO JARDIM: EM POUCOS MESES, LULA ESTARÁ NOS BRAÇOS DO POVO

"Está decidido: Lula estará em casa nos próximos meses. Vamos festejar esta parcial vitória", afirmou o jurista Afranio Silva Jardim, professor de Direito Processual Penal da UERJ, ao comentar a decisão so Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reduziu a condenação do ex-presidente Lula de 12 anos e 1 mês de prisão para 8 anos e 10 meses pelos supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex.

Para o jurista, "provavelmente os ministros já tinham tudo combinado, daí porque chegaram à mesma pena privativa de liberdade".

Sobre a data de saída efetiva do ex-presidente do cárcere, o jurista afirma que é preciso levar em consideração a fase de execução e a remissão da pena de reclusão em um terço. "Pelo fato de o Lula não poder estar trabalhando, há precedentes judiciais admitindo tal remissão em face de comprovada leitura de obras regularmente publicadas", apontou Afranio.

Sobre o julgamento, o jurista classificou como "lamentável" os votos dos magistrados. "Eu concluo mais uma vez: quando os juízes querem decidir de uma determinada maneira, eles saem à cata de argumentos e precedentes judiciais e selecionam aqueles que corroboram a decisão que já têm em mente, que, por um motivo ou outro, eles desejam", avaliou.

Segundo Afranio, em casos de viés ideológico, "os magistrados primeiro decidem internamente e depois pesquisam argumentos para tentar dar lastro à sua vontade condenatória". 

O jurista afirma que no julgamento a inversão lógica e jurídica ficaram patentes, mormente quando os ministros examinaram a tese da incompetência da justiça, do foro e do juízo. "Bem como quando examinaram a insólita tipicidade do crime de corrupção passiva e da inexistente lavagem de dinheiro (neste último caso, não há sequer conduta do Lula e também não ha sequer acusação de alguma ação dele", frisou. 

Afranio destacou que ainda que haverá medidas judiciais para anular o processo ou reconhecer a sua inocência. "A diminuição da pena, com possibilidade de prescrição, já é um grande passo, levando em conta a composição da 5ª Turma do STJ", completou. 

"De qualquer forma, vamos comemorar: dentro poucos meses, Lula estará nos braços do povo", concluiu o jurista. 

Jurista italiano, um dos mais influentes do mundo, alertou para "uma enorme ameaça" que vive o Ocidente: o uso do Poder Judiciário para fins políticos. "Não está apenas em jogo a democracia no Brasil, mas a democracia global", diz
Fonte: https://www.brasil247.com/
Impossível deixar de compartilhar este matéria com os argumentos do jurista italiano Ferrajoli sobre os escandalosos processos sofridos por Dilma e Lula, para que os donos do capital com o que há de pior na política brasileira e ainda utilizando-se de uma mídia sem qualquer pudor ético que construiu narrativas para negativar as imagens de Dilma e Lula a fim de cooptar setores da classe média menos esclarecidas para apoiarem o golpe consumado com a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, sem provas porque sem crimes e continua sequestrado em Curitiba, como refém dos golpistas que ajudaram eleger Jair Bolsonaro, que continua a saga de seu antecessor Michel Temer, na entrega da soberania brasileira ao vender nosso patrimônio nacional, que visa uma Reforma da Previdência boa para banqueiros e empresários mas péssima para os trabalhadores e que ainda fomenta retrocessos na cultura como um todo, sem contar no desastre econômico que só faz aumentar o desemprego, a pobreza e miséria, e violência.

Um dos juristas mais renomados do mundo, o italiano Luigi Ferrajoli disse, durante evento internacional em solidariedade a Lula, que a prisão do ex-presidente e o impeachment de Dilma Rousseff foram frutos de um processo de perseguição política deflagrado por meio do uso das vias judiciais. Para Ferrajoli, o mais preocupante e “escandaloso” é que o lawfare parece ter se tornado método para se chegar ao poder no Ocidente pós guerra, colocando em ameaça as democracias. 

Em vídeo de cerca de 3 minutos que circula nas redes sociais, Ferrajoli começa analisando a sentença do caso triplex. Para o jurista, o processo contra Lula “é vergonhoso por muitos motivos, não apenas pela falta de provas, não apenas pela aceleração do processo para impedir Lula de se candidatar, mas também por uma característica escandalosa, a total falta de imparcialidade.” 

O jurista chamou atenção para o fato de que Sergio Moro foi, ao mesmo tempo, o juiz instrutor do processo e o magistrado que decidiu quais provas seriam validades ou descartadas para constituir a decisão final sobre Lula. A separação entre essas duas figuras, o juiz que atua ativamente na persecução penal, e o juiz que profere a sentença, é um “princípio elementar”, disse Ferrajoli. É preciso haver “separação entre juiz e acusação.”

Contra Lula, a Lava Jato produziu “um processo político, inquisitório, fundado sobre a petição de princípio. É verdade, é aceitável tudo aquilo que confirma a acusação. É falso, inaceitável tudo aquilo que a desmente.” 

Ferrajoli avaliou que a força-tarefa e o ex-juiz Sergio Moro manipularam a opinião pública através da imprensa. “Evidentemente essa era a única maneira para poder provocar a reação da opinião pública, porque evidentemente se produziu, no Brasil, uma mudança do poder que não era aceitável para a elite, e então era necessário aquilo que foi chamado golpe.” 

“E a coisa mais grave e mais escandalosa sobre a qual todos nós temos que refletir é que existe um valor ameaçador para todo o Ocidente, que é o fato que esse golpe de Estado foi produzido através das instituições”, frisou Ferrajoli. 

“Tivemos uma utilização das instituições, da jurisdição que deveria preservar o Estado de Direito, e do Parlamento – porque não podemos esquecer que Dilma Rousseff foi destituída a partir de um impeachment completamente ilegal, de acordo com o artigo 85 da Constituição, porque não existia nenhuma versão constitucional que justificasse o impeachment.” 

“Essa é uma enorme ameaça, uma novidade ao menos no Ocidente, depois da segunda guerra. Eu acredito que tudo isso deve nos preocupar enormemente. Não está apenas em jogo a democracia no Brasil, mas uma ameaça gravíssima para a democracia global.”

Confira o vídeo:




Publicação original da matéria 
jornalggn.com.br/

O jornalista Reinaldo Azevedo condena as práticas de exceção arbitrárias que movem os processos referentes ao ex-presidente Lula; "Como a defesa do ex-presidente havia recorrido também ao próprio STJ para que o caso fosse apreciado pela turma, marcou-se, então, o julgamento do agravo para esta terça. Como se nota, tudo o que diz respeito a Lula tem obedecido a um andamento de exceção", critica o jornalista. 

O jornalista Reinaldo Azevedo, em sua coluna no UOL, condena as práticas de exceção arbitrárias que movem os processos referentes ao ex-presidente Lula. "No que respeita ao processo, lembre-se: caso se confirme a condenação, restarão os embargos de declaração, para que se esclareçam eventuais passagens obscuras da decisão. No STJ, não há embargos infringentes — que supõem uma nova votação quando há posições divergentes em favor do réu. Se a defesa não for bem-sucedida, resta o Recurso Extraordinário ao Supremo. 

Para lembrar: a defesa de Lula havia entrado com habeas corpus no STF contra a decisão monocrática do ministro Feliz Fischer, que havia decidido sozinho, em ato monocrático, rejeitar o Recurso Especial no STJ. O julgamento era virtual, mas o ministro Gilmar Mendes, da Segunda Turma, pediu destaque, o que o obrigava a ser presencial. Como a defesa do ex-presidente havia recorrido também ao próprio STJ para que o caso fosse apreciado pela turma, marcou-se, então, o julgamento do agravo para esta terça. Como se nota, tudo o que diz respeito a Lula tem obedecido a um andamento de exceção", elucida. 

"É bom que se lembre que as ADCs — Ações Declaratórias de Constitucionalidade — que tratam, como reza o nome, da constitucionalidade ou não do Artigo 283 do Código de Processo Penal, que prevê, em caso de condenação, a prisão apenas depois do trânsito em julgado — estão prontas para julgamento desde dezembro de 2017. E, até agora, nada! E tudo porque existe o… caso Lula", destaca. 

"Sim, tanto é constitucional o artigo que ele repete o Inciso LVII do Artigo 5º da Constituição: "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". O Supremo autorizou, mas não impôs, a prisão antes do trânsito em julgado. Ao fazê-lo, ignorou a letra explícita da Constituição. Resumo da ópera: ainda que houvesse provas contra Lula no caso do tríplex — não há —, ele estaria preso contra o que dispõem o Artigo 283 do Código de Processo Penal e contra o que define o Inciso LVII do Artigo 5º. A prisão só poderia acontecer depois de julgado o Recurso Extraordinário no Supremo". 

Ele conclui dizendo que "ainda vamos nos envergonhar destes tempos — e parte da imprensa é cúmplice da agressão à Lei e à Constituição em razão de sua devoção à Lava Jato. Quiçá isso passe, como passaram outras ditaduras de pensamento — ou da falta dele".

LEIA A APRECIAÇÃO DO JORNALISTA DE DIREITA AZEVEDO SOBRE O JULGAMENTO DE LULA NO STJ (Dê clique aqui).


Filoparanavaí 2019

sábado, 20 de abril de 2019

Haverá um dia em que a VIDA valerá mais que a MORTE e a DIVERSIDADE será a causa da FESTA! O RESSUSCITADO AINDA "MORRE" TODOS OS DIAS!!!

Quando o chocolate for menos importante que o Ressuscitado, então celebraremos uma Santa Páscoa! Haverá um dia em que a VIDA valerá mais que a MORTE e a DIVERSIDADE será a causa da FESTA! O RESSUSCITADO 
AINDA "MORRE" TODOS OS DIAS!!!


O Jesus Negro, Seminário Maior do Sagrado Coração. Durante o 2º dia dos distúrbios de 1967, um pintor de casa afro-americano pintou as mãos, pés e rosto da estátua branca do Sagrado Coração de Jesus. Ao longo dos anos, o significado do marco evoluiu para simbolizar quase por unanimidade o amor de Jesus por todas as raças, e particularmente pela cidade de Detroit-EUA (a cidade mais populosa e mais famosa do estado estadunidense Michigan) e seus cidadãos negros. O seminário manteve firmemente as características do marco pintadas de preto por quatro décadas e pretende fazê-lo para sempre.

A celebração da Páscoa é oportuna para uma reflexão sobre a vida. Vida entendida no seu sentido amplo, holístico mesmo (Holismo (do grego holos: "inteiro" ou "todo"), também chamado Não Reducionismo), dentro de uma cosmovisão que abarque tudo o que há na Natureza e no Universo. 

Infelizmente, a vida em sua perspectiva holística  tem sido muito agredida e ceifada nesses tempos atuais. O cristão, que carrega a marca do Ressuscitado, é aquele que jamais acostuma-se a essa realidade de violência e morte. Ele é aquele que levanta-se, grita, denuncia e anuncia a urgência de uma nova sociedade fundamentada no amor, na paz, no respeito, na solidariedade, na tolerância, enfim, na promoção da vida. 

O cristão  é aquele que vive, já no presente, como Ressuscitado! Como filho da Luz! 

Para refletir sobre a Páscoa de Jesus Cristo e porque compartilhar deve ser uma das incansáveis ações daqueles que ousam seguir o Mestre que passou por Nazaré da Galileia, compartilho hoje um texto de minha autoria!

JESUS CRISTO RESSUSCITADO, 
UM DEUS INCONVENIENTE? 
Por Lucio Lopes


Eu poderia iniciar este texto explorando o que há de conveniente para que as pessoas adotem publicamente uma fé em Jesus Cristo, mas prefiro dar início à uma reflexão que nos lance a pensar justamente nas "inconveniências" que há em Jesus Cristo e que fazem as pessoas terem medo do Deus, Humanado e Ressuscitado, na dimensão daquilo que ensinou e daquilo que pediu para seus seguidores viverem como sinal de sua presença entre os homens e mulheres "deste mundo"!

Na forma dicionarizada eu utilizo aqui a palavra "inconveniente" como sinônimo de inadequado, inoportuno, dano, risco. 

Ora, mas Jesus Cristo pode representar um risco aos cristãos? Eu responderia à pergunta  de forma assertiva e negativa. Depende! Se o cristão for autêntico, a resposta é não! Se o cristão for imaturo para não dizer um pseudo, a resposta é sim! 

Infelizmente, Jesus Cristo tornou-se, desde ainda em vida humana, inconveniente para muitos de seus seguidores. Tanto que sua morte foi política no sentido de vingar os poderosos da Palestina serviçais do Império Romano. Jesus, o Deus Humanado, foi inconveniente em toda a sua história de encarnação e humanização e essa inconveniência persiste hoje. 

Tudo começa, quando Ele opta por encarnar-se entre os pobres. O problema não se esgota aí vez que Ele não apenas assume a "carne humana" entre os pobres, mas sua alma opta pela simplicidade dos pobres, e finca sua vivência entre os pobres e com os pobres, sendo um deles. Eis aqui a origem de sua inconveniência. Jesus não adaptou-se à cultura dominante de seu tempo, Jesus não levou uma vida alienada. Ao contrário, levou uma vida de militância, de conflitos.

Nunca foi diferente em toda a história da humanidade, em menor ou maior grau, as discriminações desferidas contra os pobres. Essas discriminações sempre tiveram e continuam a ter o objetivo de fazer com que o pobre sinta-se impotente em sua condição, lhe restando apenas ser um serviçal ou lacaio daqueles que se colocam acima dele na "pirâmide social". 

Ele tinha uma OPÇÃO, um amor explícito pelos pobres, e não escondia sua utopia de ver os pobres revestidos da Dignidade que lhes era negada. 

Jesus Cristo é inconveniente porque não apenas ensinava, senão que ele vivenciava concretamente aquilo que ensinava. Jesus é a genuína "práxis" em movimento, ou seja, a teoria encarnada na prática e vive-versa. Seus ensinamentos não são palavras vazias ou mortas, ao contrário, as palavras de Jesus são vivas e perigosas porque provocam reações odiosas entre seus oponentes. E como a harmonia da pirâmide social é sustentada em processos alienatórios, não é de se estranhar que entre aqueles que buscam alento no Mestre, também não suportem suas palavras, por estarem imersos em processos alienatórios muito bem construídos. 

Ou seja, Jesus bom é Jesus fazendo "milagres". É Jesus médico das almas. É Jesus preocupado em perdoar os purgamentos dos pecadinhos de seus fieis. É o Jesus feliz com as esmolas dadas hoje como desencargo de consciência diante de uma realidade que continuará a necessitar de esmolas. 

Jesus é direto, fala a linguagem do povo. Uma linguagem fácil de ser compreendida. Muito diferente da linguagem dos doutores daquele tempo que podiam encantar o ouvinte mais pela arte de falar do que por aquilo que o ouvinte era capaz de compreender, pois quase sempre o ouvinte não entendia nada.

Mas, esse Mestre galileu incomoda. Ele fala de coisas que fazem a pirâmide social estremecer. Ele é pura inconveniência! 

Não é de se estranhar que Paulo de tarso - da região romana da Cilícia, o também conhecido pelo nome de Saulo, foi um dos primeiros, que não tendo convivido com Jesus Cristo, deu início a uma descaracterização aos ensinamentos de Jesus, o espiritualizando, maximizando essa imagem alienada, como alguém  que se encarregava de desumanizá-lo, desencarná-lo. Ou seja, estava encarregado de fazer um Jesus adaptado aos diversos gostos. Um Jesus conveniente. O importante era aumentar o número daqueles que passavam a ser denominados de Cristãos. 

Por isso mesmo, se objetivarmos compreender como se comportam as igrejas cristãs de nossos tempos, ou como se comportou a Igreja Católica, do tempo em que o Império Romano já dava sinais de decadência, quando a hora era de tornar-se refém ad infinitum nas mãos dos ricos e poderosos, que eram simbolizados no imperador de Roma Constantino I, necessitaremos especular filosoficamente como foi que Jesus passou de inconveniente para conveniente. 

O Jesus inconveniente é a causa das muitas conveniências que dividem os cristãos em tantas associações/comunidades fragmentadas marcadas pelo espírito de competição (a fé ofertada como mercadoria), doutrinas moralizantes - resgatando-se valores da antiguidade judaica -  e justificadoras das cruéis desigualdades sociais e culturais, centrando as vidas dos cristãos na busca de "bençãos" ou para ter vida "boa" aqui nesse mundo natural, como prega o capitalismo em oposição à perspectiva de vida boa que se tinha no período medievo. 

No Evangelho de João encontramos a seguinte passagem que muito elucida esse problema: "Eu lhes tenho transmitido a tua Palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como Eu não sou do mundo". [João 17§14]

É preciso compreender que na passagem textual Jesus está falando de mundo no sentido metafórico para rechaçar o "espírito do mundo" de seu tempo. Hoje podemos claramente chamar de "espírito capitalista". Este "espírito" é anticristão porque alimenta-se da exploração, da desigualdade, da concentração de riquezas, do egoísmo, do individualismo. Não pertencer a esse "mundo" é boicotar esse "espírito" do mal que cega, que "entorpece". Em outros textos retomarei este problema ao refletir como é que as igrejas de hoje distantes dos ensinamentos de Jesus fundam suas existências no culto ao "espírito do mundo". 

Mas, Jesus segue seu diálogo com o Pai: "Não oro para que os tires do mundo, mas sim, para que os protejas do príncipe deste mundo". [João 17§15]

Talvez este seja de fato um milagre a ser esperado, livrar-se desse príncipe do mal. O "príncipe do mundo" parece reinar nas vidas de muitos cristãos que esvaziados dos ensinamentos de Jesus, vivem errantes orientados por "falsos pastores" que constroem discursos alienantes e ilusórios mantendo os cristãos impotentes, como massa social adestrada ao silenciamento e serviçais dos interesses políticos e econômicos dominantes. Ora, não foi justamente contra isto que escreveram os grandes pensadores do início da Modernidade e da era das Luzes? Não foi justamente a reivindicação da autonomia da razão que perseguiam? Escreverei outros textos na tentativa de pensar, para compreender como o "príncipe deste mundo" esvazia os ensinamentos de Jesus inflando a importância dos escritos de Paulo de Tarso e outros do Novo Testamento e de personagens bíblicas do Velho Testamento, em um resgate explícito de uma "teologia da retribuição" contra a qual tanto Jesus pregou ao irar-se contra os hipócritas de seu tempo que buscavam também construir uma "pirâmide da santidade" semelhante à cópia da "pirâmide social". 

Continuou Jesus: "Eles não são do mundo, como também Eu não sou. Santifica-os pela tua verdade; a tua Palavra é a verdade". [João 17§16-17]

Ora, como alguém pode entender que as desigualdades sociais nas quais está mergulhado o povo pode ter sua "harmonia" sustentada na verdade? O Capitalismo é claramente um sistema econômico sustentado na mentira, na manipulação, na corrupção, na pobreza, na miséria, na venda de ilusões. Quando as igrejas encontram-se  nesta dinâmica elas passam ao culto da "mentira" e não da Verdade, que é Jesus Cristo. 

A mentira perde o foco da totalidade, faz com que as pessoas fragmentem a realidade e vivam em função de um eu, substancialmente egocêntrico. A religião neste contexto transforma-se em um conjunto de "empresas" que oferecem "produtos" para seus fieis (que se assemelham a clientes). 

Desumanizados, os cristãos então deixam seu potencial de transformar as estruturas sociais, tornando-se completamente anêmicos ao ponto de não fazerem qualquer diferença na sociedade das massas. Vez em quando um ou outro cristão aparece entre eles tão inconveniente como o Jesus Cristo, no qual os alienados afirmam acreditar. Logo, viram alvo do ódio alheio.

Jesus não convida seus seguidores a serem 'papagaios' do "príncipe do mundo", mas para viverem como ele viveu: "Da mesma maneira como me enviaste ao mundo, Eu os enviei ao mundo. Em benefício deles Eu me consagro, para que igualmente eles sejam consagrados pela verdade. Não oro somente por estes discípulos, mas igualmente por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste". [João 17§18-21]

Jesus nunca se cansa de ser inconveniente e agora diz explicitamente que a unidade daqueles que são verdadeiramente seus será o maior testemunho de que Deus é com eles. Mas unidade aqui entendida de forma holística, que fique claro!

Deus é a "comunidade perfeita" na qual devem se espelhar os verdadeiros cristãos. Cristão entendido aqui não como aquele que está associado a uma igreja, que paga dízimo, que frequenta cerimônias, nada disso! Aliás, para ser cristão não há necessidade disso. Muitas vezes, igrejas até mais atrapalham que ajudam. 


"Jesus Sem-Teto"Estátua de Jesus, em tamanho natural, representado como um sem-teto deitado num banco, envolto em um  leve cobertor do qual despontam somente os pés marcados pelos pregos da crucifixão. Nos pobres e nos últimos está o rosto da presença de Cristo. Super realista, a obra é de autoria do escultor canadense Timothy Schmalz (escultor canadense baseado em St. Jacobs, Ontário, Canadá. Ele se concentra em figuras religiosas e também tem muitas peças públicas).

O verdadeiro cristão é aquele que luta contra o "príncipe deste mundo" com as armas da autonomia racional, que faz do amor uma verdade vivenciada nas relações com seus irmãos, que compartilham daquilo que possuem com os despossuídos, que torna-se a voz, as mãos, os pés, daqueles que foram violentados pelo "espírito do mundo" e que já não possuem a dignidade humana respeitada nem em sua dimensão material sendo-lhes negados os direitos à moradia, à saúde, à educação, ao alimento; nem em sua dimensão espiritual sendo-lhes negados os direitos de serem aquilo que são na essência existencial, o livre pensar, o livre sentir, o livre associar-se, e outros. 

O verdadeiro cristão ama, o verdadeiro cristão aprende a viver na diversidade humana, o verdadeiro cristão é feliz, é luz, é paz. É um militante da vida contra as forças do mal, contra a alienação, contra os opressores! 

Esse é o verdadeiro sentido de celebrar com a própria vida o Ressuscitado, não apenas em um dia do ano-calendário, mas em todos os dias em um infindável culto à vida e vida em seu sentido pleno!

Mulher e Homem precisam reaprender a ser cristão. Mas reaprender longe dos líderes religiosos de nossos tempos! Reaprender com o próprio Jesus Cristo! Mulher e Homem têm a difícil tarefa de negar e renegar quantas vezes for possível a Cultura Capitalista em sua essência que é o consumo e o individualismo, a alienação. Mulher e Homem hoje precisam reencontrar-se com os humanos para os quais a dignidade foi negada, precisam reencontrar-se com a Natureza que entregue à própria sorte pela irracionalidade capitalista, corre riscos existenciais reais.

O Homem tem todas as condições para ser melhor e tornar o mundo melhor. Mas não é isso que temos observado, no geral. Isto me faz lembrar uma passagem da entrevista do filósofo romeno Emile Michel Cioran  ao dizer que "(...) aos dez anos de idade, quando tive que abandonar meu povoado e mudar-me para Hermannstadt, para estudar na escola média. Jamais esqueci essa catástrofe, essa tragédia, meu desespero naquele dia. Parecia o meu fim. Na época não havia carros, de modo que um camponês levou meu pai e eu a cavalo. O primitivo, que vivi ali, parecia-me a única vida possível. O que conta é a pré-história, isto é, o tempo anterior à entrada na consciência, na história, a vida inconsciente. A Humanidade deve seguir sendo o que é (risos), porque a História é apenas um equívoco; a consciência, um pecado; e o ser humano, uma aventura sem igual".

Talvez reaprender a ser cristão seja isso. Retornar à fonte da qual nos distanciamos, ou seja, do próprio Jesus Cristo e de seu projeto de vida plena. 

Eu acredito em Jesus Cristo por seus aspectos de humanismo. O humanismo deve nos mover sempre, com todos os seus valores: Vida, Diversidade, Respeito, Conhecimento, Justiça, Equidade, Liberdade, Igualdade, Partilha! Aos que acreditam na teimosia da vida sobre a morte e militam por ela, uma Feliz e Santa Páscoa!


"Jesus mendigo". Super realista, a obra é de autoria do escultor canadense Timothy Schmalz (escultor canadense baseado em St. Jacobs, Ontário, Canadá. Ele se concentra em figuras religiosas e também tem muitas peças públicas).

Outros textos relacionados 

JESUS CRISTO, UM DEUS INCONVENIENTE PARA OS CRISTÃOS? (FILOSOFIA DA RELIGIÃO) _ Parte 2  (Dê Clique Aqui)

JESUS CRISTO, UM DEUS INCONVENIENTE PARA OS CRISTÃOS? (FILOSOFIA DA RELIGIÃO) _ Parte 1 (Dê Clique Aqui)

JESUS CRISTO, UM DEUS INCONVENIENTE PARA OS CRISTÃOS? (Filosofia da Religião) _ Parte 3 (Dê Clique Aqui)

O VOTO "CRISTÃO" EM BOLSONARO E SUAS CONTRADIÇÕES: SIRVO À LUZ OU ÀS TREVAS? (Uma reflexão sobre a ética existencial do cristão na política). (Dê Clique Aqui)

O VERDADEIRO JESUS CRISTO REVELADO NOS QUATRO EVANGELHOS NÃO INTERESSA NEM ÀS IGREJAS E MUITO MENOS AOS "CRISTÃOS" DOS DIAS ATUAIS... (Dê Clique Aqui)

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Filoparanavaí Atualizado/2020

sexta-feira, 19 de abril de 2019

ENTREVISTA DE OCTAVIANI DESMONTA ARGUMENTOS PRIVATISTAS DOS NEOLIBERAIS SELVAGENS DO BRASIL

Paulo Henrique dos Santos Amorim, também conhecido pela sigla PHA, é um jornalista, blogueiro, empresário e apresentador de TV brasileiro. Paulo Henrique Amorim atua no ramo de jornalismo desde 1961.

A TV Afiada entrevista Alessandro Octaviani, Professor da Faculdade de Direito da USP e autor, com Irene Patrícia Nohara, do livro "Estatais", da editora Revista dos Tribunais.




Filoparanavaí 2019

RESUMINDO A ENTREVISTA COM SÉRGIO AUGUSTO: Bolsonaro presidente é um completo desastre e não tem chances de dar certo.

Roberto Fernandes de Souza, 
mais conhecido como Bob Fernandes é jornalista. 



Imperdível essa entrevista de Bob Fernandes com Sérgio Augusto que é um jornalista e escritor brasileiro. Começou sua carreira como crítico de cinema do periódico Tribuna da Imprensa, em 1960. Trabalhou também nos jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil, nas revistas O Cruzeiro, Fatos & Fotos, Veja e IstoÉ e nos semanários O Pasquim, Opinião e Bundas.



Filoparanavaí 2019

Nietzsche afirmou que 'Deus está morto' e eu pergunto: Deus ainda está vivo?

"Dieu est mort", dit Nietzsche. 
"Nietzsche vit!" Dieu dit.
  [Lucio Lopes] 

Essa imagem é da atriz Viviany Beleboni, uma transexual em performance na 19ª Parada Gay, no ano de 2015, que acirrou os ânimos dos religiosos ultra-conservadores - que se colocaram a polemizar nas redes sociais contra a atriz que chegou a ser vítima de violência - incapazes de compreenderem a mensagem que buscava transmitir através de sua obra de arte. Difícil uma sociedade onde você precisa explicar obra de arte.
Nietzsche afirmou que 'Deus está morto' 
e eu pergunto: Deus ainda está vivo?
Por Lucio LOPES

Hoje é feriado no Brasil. Um daqueles tantos feriados religiosos mais católico do que cristão e que ainda persiste cravado em nosso calendário civil, mesmo depois de 100 anos de laicidade do Estado.

Os católicos têm por preceito religioso a abstinência de carne no dia de hoje. Eu não sou católico e nem cristão e, portanto, estou livre deste preceito. Mas hoje, aqui em casa, como minha mãe é católica, repeitarei esse preceito. Porém, penso que mais importante do que essa abstinência é pensar a situação de  milhões de brasileiros/as que são por consequência da pobreza e miséria privados da ingesta desta fonte de proteínas o ano inteiro. Como nos mobilizarmos, como homens e mulheres do Deus da vida, pela ética e pela política, para combatermos as desigualdades sociais?

Em uma sociedade, como a brasileira, marcada por uma realidade de morte, é uma oportunidade-convite para pensarmos muitas situações que perpetuam os fenômenos da morte e atrasam a vida no meio do povo.

Como ousar chamar de cristã uma sociedade como a brasileira que tem uma  concentração de renda escandalosa? Os 10% mais ricos da população brasileira respondem por 51,5% da desigualdade de renda total do país, uma das mais altas do mundo (elpais.com). Um sinal evidente de que o 'compartilhar o pão', ensinado pelo Mestre Jesus, jamais foi uma lição compreendida pela totalidade dos  'cristãos' brasileiros.

Não sei o porquê, mas Friedrich Nietzsche com sua ideia de que "Deus está morto" e Jean-Paul Sartre com seu "Deus não existe", ou ainda karl Marx com sua ideia de que a "religião é o ópio do povo", passando ainda por Ludwig Feuerbach com sua ideia de que a "religião e Deus são criações das necessidades humanas e criados pelos humanos"; esses filósofos sempre me cativaram e me levaram a refletir o avesso da realidade. 

Mesmo quando estudante iniciante da Filosofia, na Universidade Federal do Paraná, eu nunca fui pela senda do ateísmo como costumam geralmente tomar os opositores desses maravilhosos filósofos. Nunca vi esses e outros filósofos que se ocuparam das temáticas Deus e religião, como negadores de Deus ou da própria religião, senão que muito ao contrário. 

Sempre fui da opinião que as leituras desses filósofos podem nos auxiliar a purificar nossa ideia de Deus que anda muito distorcida pela cultura hedonista da atualidade. Se na Idade Média, Deus e Religião serviram aos interesses da Igreja Católica centralizadora dos poderes compartilhados com senhores feudais e reis; hoje serve exclusivamente à burguesia financeira.

É mais fácil as pessoas recorrerem ao mágico, ao mistico, ao sobrenatural, acorrendo aos templos religiosos, com suas demandas materiais e afetivas; que acorrerem aos sindicatos, às assembleias de trabalhadores, às ruas para exigirem seus direitos atacados ou aniquilados, que acorrerem aos especialistas da psicologia ou da psiquiatria. A insegurança social, causada pelo desemprego, pobreza e miséria, violência, tende a fragilizar as pessoas, a aumentar o medo, e assim, tornam-se presas fáceis de pastores e padres, dentre outros líderes religiosos, no famoso mercado das 'mercadorias religiosas'. Tem para todos os gostos.

A religião cristã aqui entendida como todo o seu conjunto de denominações diversas, tem mais negado a Deus que o revelado ao povo. As contradições da sociedade demonstram isso.

O Deus cristão, revelado plenamente na pessoa de Jesus, é um Deus perigoso. Muito longe daquela imagem do Deus da história dos judeus relatada no Velho Testamento, o Deus de Jesus é um Deus com um projeto de sociedade revolucionário. 

Aliás, foi esse o motivo da morte de Jesus, um motivo fundamentalmente político. Ele era uma ameaça aos interesses dos poderosos da Palestina e do Império Romano. 

Jesus era um contestador das estruturas sociais de seu tempo. Dos valores aprisionadores. Da alienação. Jesus flagrantemente nos textos dos quatro evangelhos que chegaram até nós - Marcos, Lucas, João e Mateus - é adepto da racionalidade, da militância política, da ética no trato com o diverso. Um amante da humanidade. Um apologista nato do amor ao próximo ao ponto de indicar que não existe amor maior do que o daquele que dá a vida pelo irmão. Do amor humano ao ponto da loucura de perdoar e amar o inimigo - muito diferente daquilo que pregam os reacionários fascistas de nossa tempo e que se acomodam nas fileiras de igrejas. 

Ainda hoje, quando um dado cristão busca uma vida inspirada no verdadeiro projeto de sociedade ou de humanidade, orientado pelos ensinamentos de Jesus, logo cai na sina de perseguições desencadeadas pelos protetores do poder a todo custo. 

Convencionou-se chamar na mídia e no meio do povo, os defensores de Direitos Humanos e da natureza, os apologistas da igualdade social e da preservação da natureza, de esquerdistas, de comunistas. 

É o velho discurso, que apesar de desgastado pelo tempo, ainda sobrevive naqueles que se aconchegam no ninho da extrema-direita e que encontra nos interiores das igrejas cristãs, verdadeiras legiões de pessoas dispostas a reforçar a atualidade de antigos valores morais. 

O Brasil, por exemplo, vive seu dilema histórico com a eleição de um presidente de extrema-direita. Na política nega liberalismo social e abraça o neoliberalismo colocando o estado a serviço dos ricos (governo plutocrata) onde os pobres e a natureza são desprezados. No campo de ataques à ética laica ocorre um movimento de regressão no tempo em favor de velhos valores morais - influenciado por forças religiosas - capaz de atrapalhar a liberdade na diversidade em suas mais variadas dimensões, como na educação, por exemplo. 

É assustador pensar que pessoas e comunidades religiosas tenham se posicionado publicamente a favor de um candidato claramente tido como misógino, machista, homofóbico e racista,  intolerante religioso, apologista de torturadores e da tortura, com discurso de eliminar inimigos,  sendo apologista público da violência pela defesa de posse e porte de armas como justificativa de defesa.

Para pensar isso tudo, parto de uma ideia de K. Marx, que para mim é muito salutar para nossa compreensão. A ideia de que "a abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real." 

Deus está morto! 

Muitas pessoas que hoje acorrem aos templos religiosos não estão em busca do conhecimento de um Deus mais próximo de nossa natureza e da simplicidade do mundo, querem um Deus sobrenatural. Não estão em busca de conhecer e compartilhar estratégias de colocar o amor ao próximo em prática. De construir um mundo melhor onde concretamente a justiça e outros valores éticos possam tornar-se concretos nos comportamentos das pessoas e da sociedade como um todo.

Estão em busca de satisfazer necessidades pessoais. De fazer mais uma troca do que aprender a ser. Inclusive os líderes religiosos, em sua maioria, satisfazem esses fetiches.

Precisamos entender que para resgatarmos a essência da mensagem de Jesus, o revolucionário, é necessário partir da ideia de que Deus está morto. 

Mas qual Deus? 

Eu diria que o Deus cultuado pela maioria dos cristãos na atualidade. O 'Deus feito à imagem e semelhança do homem' - como especulava Feuerbach em sua Filosofia. 

Eu sempre defendi que a ruptura com o projeto revolucionário de Jesus inicia-se com o apóstolo Paulo que buscou vender a imagem de um Deus morno para os ainda não crentes. 

Um Deus que agradasse 'gregos e troianos'. Um Deus que não provocasse conflitos. Um Deus à imagem do próprio Paulo, que também era Saulo quando lhe era conveniente para superar os conflitos. Por fim, um Deus mais distante do chão dos problemas humanos. Um Deus mais espiritualizado. 

Talvez foi inspirado nessa imagem de um Deus  nem tão perigoso como imaginava-se antes, que inspirou-se o Imperador Constantino que pôs fim à sua caça aos cristãos, tornando o cristianismo religião oficial do Império. 

Justamente aquela imagem de Deus na qual se inspiram os movimentos conservadores neo-pentecostais dentro e fora da igreja Católica atual. Justamente aquela corrente mais ligada à extrema-direita na política. Aquela corrente que elege deputados e senadores para as bancadas da Bíblia no Congresso. Essa bancada negocia interesses políticos em detrimento dos interesses do povo e muitas vezes como moeda de troca busca retrocessos no valores humanos da diversidade já consolidados na sociedade. 

Sem contar o fato de que o presidente Jair Bolsonaro, reivindica para si o livre trânsito entre Católicos da Canção Nova (movimento espiritualista e que se aproxima do programa da extrema-direita), de setores das igrejas protestantes tradicionais, das novas igrejas evangélicas de linha neo como a Universal e/ou ainda que flerta com o ministro de extrema-direita de Israel, ou seja, com setores conservadores do judaísmo. Não podemos esquecer que levou o nome de Deus em seu slogan de governo. Que Deus? 

Para essa gente até o admirável Papa Francisco - com um papado marcado pela aproximação aos pobres e defesa dos direitos humanos e da natureza - tornou-se um inimigo. 

Basta lembrar que o ideólogo de extrema direita e ex-estrategista chefe do presidente dos EUA Donald Trump, Steve Bannon, aconselhou o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, a atacar o papa sobre a questão da migração (theguardian.com). 

O Papa é apenas um exemplo que Deus vive no meio de seu povo sofredor. Luiz inácio Lula da Silva é outro grande exemplo de que aqueles que ousam ocupar-se da luta por melhores dias para o povo, especialmente para as parcelas mais sofridas, pode torna-se vítima do ódio implacável daqueles que detêm o poder por meio da alienação das massas.

Esse Deus deles é tido como um grande ditador divino que exige obediência de seus servos, que dita leis e é responsável pela verdade absoluta e unificadora. Que premia os 'bons' e vinga-se dos 'maus'. 

Inclusive isso me inspira aqui um pensamento muito oportuno: "No Inferno não haverá mais pessoas BOAS que no Céu?" 

Assim é que penso, em linhas gerais, que o Deus que está morto e que deve morrer é o Deus dominador e adestrador da Religião. O Deus da autoridade para alienar. O Deus da infantilização do homem. O Deus mercadoria do capitalismo - curandeiro e prestador de serviços para resolver problemas da vida humana. O Deus dualista que vive apartado da realidade humana em seu trono em uma dimensão sobrenatural. O Deus vingador dos pecadores. O Deus que fez opção preferencial pelos ricos. O Deus que justifica o poder dos poderosos. O Deus insensível com a morte dos pobres de seu povo. O Deus condutor das guerras contra os inimigos. O Deus justificador dos preconceitos e discriminações. O Deus subserviente e que se limita a ser compreendido a partir de uma Bíblia escrita há milhares de anos. 

Em outras palavras, Nietzsche vive justamente porque o Deus que também vive e não aquele morto, é justamente aquele que deu ao homem o Livre Arbítrio, condição para ser imagem e semelhança dele, e por isso deseja um homem com plena autonomia no pensar: nas escolhas, nas responsabilidades assumidas diante das consequências advindas das mesmas. 

Enfim, um homem plenamente livre, capaz de exercer sua liberdade sem qualquer tipo de coação social, ou seja, a sua condição de super-homem. Um homem capaz de exercer a solidariedade junto à humanidade agindo na perspectiva da construção de um mundo de liberdade, justiça e equidade. Um homem capaz de ser humano sem deixá-lo de ser. Um homem capaz de irar-se contra as injustiças desse mundo. Um homem capaz de negar a religião e o Deus desse mundo. Um homem que seja capaz de uma relação com a natureza sem estranhar sua própria condição de natureza inata. 

Um homem que seja capaz de viver uma relação de gratuidade com seu Criador. Que seja capaz de vivenciar plenamente valores éticos universais como do diálogo, do respeito, da tolerância à diversidade, da compaixão, da solidariedade, da partilha, da paz, da justiça social, da igualdade e da equidade. 

Esse Deus e esse homem são perigosos! São revolucionários! É esse Deus e esse homem que sempre temeram os poderosos de ontem e os de hoje! É o Deus dos poderosos que sempre foi decretado como morto e inexistente pelos filósofos para que pudéssemos justamente conhecer o verdadeiro Deus e o homem que deve espelhar-se na imagem desse Deus buscando a Ele assemelhar-se. 

Para nossa sorte, Deus - aquele revelado por Jesus Cristo - não está acima de tudo, Ele quis estar em meio ao povo, especialmente aos oprimidos que sofrem sob o 'poder dos opressores e de seus cúmplices', como lembrava Simone de Beauvoir. Ele continua vivo, muito vivo, entre os pobres, entre os trabalhadores, entre aqueles que são cúmplices na luta por uma sociedade mais justa, mais igual, para todos/as!

Esse Deus e esse homem são perigosos! 

Filoparanavaí 2019

terça-feira, 9 de abril de 2019

O POVO DESCOBRE DIA-A-DIA QUE BOLSONARO É SEU INIMIGO E 'TCHUTCHUCA' DE BANQUEIROS E DOS EUA: Análise de Conjuntura do Blog da Cidadania

Ainda há tempo de evitar a  entrega de nossa Previdência aos banqueiros e a condenação de milhões de velhinhos e velhinhas aposentados à miséria. A ordem é a organização popular e a tomada das ruas para pressionar o Congresso. Bolsonaro é inimigo do povo e 'Tchutchuca' de banqueiros com seu parceiro Guedes. Depois que eles conseguirem entregar nossa Previdência aos bancos, aí pode esquecer, não haverá mais o que fazer.

                     Imagem: https://cartacampinas.com.br/


Bolsonaro debochou de pesquisa Datafolha que mostrou ENORME queda em sua popularidade assim como VÁRIAS pesquisas que incluem, também, uma pesquisa do mesmo mercado financeiro que apoiou efusivamente a eleição do atual presidente. Agora, o mesmo mercado financeiro mostra que Bolsonaro JÁ ERA após míseros 3 meses no poder.


Especialistas renomados em imagem de políticos explicam com clareza por que atos de Bolsonaro como nomear outro psicopata para dirigir a Educação no Brasil não vão parar e vão torná-lo cada vez mais odiado pelos brasileiros. No ritmo em que as coisas vão, no segundo semestre teremos um presidente que não poderá aparecer em público sem ser vaiado...



Filoparanavaí 2019

domingo, 7 de abril de 2019

07 DE ABRIL DE 2019: Jornada Mundial #LulaLivre #LulaLibre #FreeLula


Carta de Lula para o povo: Eles temem vocês 

Preso sem provas há exatamente um ano, Lula enviou uma carta aos brasileiros e brasileiras. Nela, o ex-presidente afirma que foi preso injustamente para não voltar à Presidência, pois a grande ameaça é o povo. É o povo brasileiro, forte e com direitos, que eles temem. 

Leia a carta na íntegra: 

Meus amigos e minhas amigas, incansáveis companheiras e companheiros de luta. 

Há exatamente um ano, estou preso pelo crime de dedicar uma vida inteira à construção de um Brasil mais justo, desenvolvido e soberano. Impediram minha candidatura à Presidência para que eu não subisse outra vez a rampa do Palácio do Planalto, empurrado pelos braços de cada um e cada uma de vocês, para que juntos revertêssemos o desmonte do Estado brasileiro promovido pelos meus algozes. 

Há exatamente um ano, estou isolado na cela de uma prisão em Curitiba. Jamais apresentaram uma única prova contra mim. Sou preso político, exilado dentro do meu próprio país. Separado do povo brasileiro, de meus familiares e dos amigos mais queridos. Proibido de dar entrevista, impedido de falar e de ser ouvido. 

Pensavam que a imposição desse longo silêncio calaria para sempre a minha voz. Pois não calaram, nem calarão. Porque somos milhões de vozes. 

Há exatamente um ano, sou acalentado pelo “Bom dia” e pelo “Boa noite, presidente Lula”, entoados a plenos corações não apenas pelos bravos integrantes dessa que é uma das mais longas vigílias de toda a história, mas também pela solidariedade que chega de todos os cantos do Brasil e até de outros povos do mundo. 

Há exatamente um ano, meus adversários buscam um motivo para comemorar, e não encontram. Temos sofrido repetidos revezes desde o golpe contra a presidenta Dilma, é verdade. Mas nossas derrotas nos fortalecem para a luta, ao passo que suas vitórias não dão a eles um minuto sequer de paz. 

Eles estão cada vez mais ricos, mas a fortuna obtida à custa do sofrimento de milhões de brasileiros não lhes traz felicidade. Eles estão cada vez mais raivosos e infelizes, envenenados pelo próprio ódio que destilam. 

Na despedida do meu neto Arthur, o Brasil inteiro foi surpreendido pelo imenso e desnecessário aparato repressivo montado contra mim. Viaturas, helicópteros, militares portando armamento pesado. Tudo para impedir que eu até mesmo acenasse para aquelas pessoas solidárias à dor de um avô. 

Na mesma hora compreendi que o medo deles não é do Lula. Eles têm medo é dos milhões de Lulas. Porque eles sabem do que somos capazes quando nos unimos para transformar este país. 

Estamos vivos e fortes. Juntos, vamos reverter cada retrocesso, cada passo atrás na dura caminhada rumo ao Brasil que sonhamos e que provamos ser possível construir. Venceremos. 

Um abraço, e até a vitória! 

Luiz Inácio Lula da Silva





Filoparanavaí 2019

sábado, 6 de abril de 2019

O Brasil de Bolsonaro: 'En La Mira' de RT y TeleSUR



O ex-capitão do exército Jair Bolsonaro chegou à presidência do Brasil depois de vencer no segundo turno das eleições com pouco mais de 55% dos votos. Alguns meses depois, sua aprovação pelos cidadãos caiu para 38% e a tendência é tornar-se o mais rejeitado de toda a história competindo com o governo do golpista Temer. Quais foram as primeiras decisões tomadas pelo presidente brasileiro para provocar uma reação tão popular? Como será a política externa do gigante latino-americano nos próximos anos? A RT e a Telesur colocaram isso em foco nesta semana. 




Filoparanavaí 2019

07 DE ABRIL DE 2019: Um ano da prisão política de Lula

Completa-se no dia 07 de Abril de 2919, exatamente um ano da escandalosa prisão política de #Lula, sem crime porque sem provas. Ele segue sequestrado em Curitiba. Lula foi preso porque governou para os pobres e por isso recebeu todo o ódio da elite financeira nacional e internacional. 

A narrativa de corrupção foi apenas para ludibriar a opinião pública - tiveram que inventar um apartamento que nunca foi de Lula, inventar o 'fatos indeterminados'. Os ratos permanecem no poder sob a proteção do Judiciário enquanto um inocente permanece preso por ter cometido o crime de governar para todo o povo brasileiro. 

Lula foi preso porque tirou milhões da pobreza, jogou metade da população na classe média, pagou dívida com FMI, fez o Brasil respeitado mundialmente, colocou o Brasil entre os grandes produtores de petróleo, investiu nas ciências e tecnologia, gerou milhões de empregos, criou milhares de vagas nas universidades, colocou quase 100% de crianças e jovens nas escolas, transformou o Brasil em um canteiro de obras com o minha casa minha vida e PACs - construiu milhares de hospitais, saneamento básico, postos de saúde, creches; investiu em ferrovias, rodovias, aeroportos, portos; valorizou os pequenos e médios agricultores, fortaleceu o agronegócio, fortaleceu pequenas empresas, levou água e luz, médicos, onde não tinha, combateu a corrupção. E isso tudo deixou a burguesia financeira com muito ódio ao ponto de darem um golpe derrubando a presidenta do povo e prendendo o maior líder do povo para eleger o fascista Bolsonaro que com Temer estão jogando o Brasil no abismo da miséria e violência. O Brasil hoje é uma vergonha mundial. Os mais pobres pagam a conta! A história ainda será passada a limpo! Queremos Lula Livre e nossa Democracia de volta! 

                                           #LulaLivre 
                                           #LulaLibre 
                                           #FreeLula



Compreenda na matéria da TeleSUR o que é a força tarefa denominada de Lava Jato no Brasil.

 


Filoparanavaí 2019

Bolsonaro faz apoio a Lula disparar no exterior


                                           #LulaLivre

Ao espalhar suas asneiras fora do Brasil, Bolsonaro eliminou de vez qualquer dúvida que pudesse haver quanto ao fato de ter havido um golpe de Estado por aqui e de Lula ser um preso político em seu próprio país. Com isso, explodiu a pressão internacional pela libertação do ex-presidente e pela volta do Brasil à democracia. Está chegando a hora.




Filoparanavaí 2019