por Lucio Lopes
Apenas os Gregos Antigos possuíram um Saber denominado de Mito? A resposta a esta questão é simples: NÃO. Além dos gregos podemos afirmar de forma objetiva que todos os povos antigos foram detentores desta forma de saber que apesar das diferenças de região para região, de povo para povo, em comum, essa forma de saber era utilizada para oferecer explicações em relação aos fenômenos naturais e sociais. Ao mesmo tempo, por exemplo, que explicava a erupção de um vulcão podia controlar as relações sociais levando a uma harmonia coletiva. Outra coisa em comum era o fato de que o Mito sempre estará carregado de crenças religiosas. O SOBRENATURAL sempre explica os fenômenos do mundo NATURAL. Foi apenas a partir da segunda metade do século XX que o mito recebeu nova abordagem filosófica e antropológica e assumiu caráter de grande importância na compreensão humana.
Como ainda a escrita não era de domínio da maioria dos homens daquele tempo, a forma de linguagem que mais prevalecia era a alegórica. Por meio de ESTÓRIAS que sempre possuíam uma autoridade divina, guardadas na memória coletiva, repassadas de pais para filhos [tradição oral]. Estas "estórias" eram sempre carregadas do fantástico, do fantasioso. Mito, portanto, tem caráter sagrado, com perspectiva religiosa, que conta (narrador) alguma revelação primordial e apresenta modelos exemplares de conduta humana, dão sentido e valor à existência humana. Apaziguando a mente questionadora do homem que busca tudo compreender.
Então o MITO era um conjunto de mentiras? A resposta objetivamente é: NÃO. Não eram mentiras porque a questão da verdade aqui reside na forma de saber predominante. O Mito era uma fonte de verdades para aqueles que nele acreditavam. Portanto, aqui estamos falando de verdades subjetivas que sustentavam a compreensão do coletivo social e do mundo da natureza como um todo. O Mito era a única possibilidade de compreensão da realidade antes da Filosofia e Ciência surgirem na Jônia, entre os séculos VII e VI a.C..
Esta questão da verdade é muito complexa. Abordarei em futuros textos quando chegarmos em Platão e Aristóteles. Mas já adiantando esta discussão posso afirmar que a verdade existe apenas em relação a ela mesma em diferentes referenciais epistemológicos, ou seja, dependerá de que referencial de conhecimento estamos tratando. Aquilo que chamamos de mentira só é possível neste caso quando exigimos dos sujeitos em comunicação que apresentem os argumentos que fundamentam suas verdades. Assim, há que afirmar que não existe verdade e, sim, verdades. Podemos apontar uma verdade Religiosa, ou do Senso Comum, ou ainda, da Filosofia ou Ciência. Apenas para nos ater aos conhecimentos mais utilizados pelo homem contemporâneo para interpretar e intervir na realidade concreta.
O Mito tinha suas verdades e foi graças a elas que o "Gênio Grego" nos possibilitou a DÚVIDA, O ESPANTO, A ADMIRAÇÃO, A OBSERVAÇÃO, ENFIM, A RACIONALIZAÇÃO METÓDICA, condições primárias para que pudessem nascer tanto a Filosofia quanto a Ciência.
Como ainda a escrita não era de domínio da maioria dos homens daquele tempo, a forma de linguagem que mais prevalecia era a alegórica. Por meio de ESTÓRIAS que sempre possuíam uma autoridade divina, guardadas na memória coletiva, repassadas de pais para filhos [tradição oral]. Estas "estórias" eram sempre carregadas do fantástico, do fantasioso. Mito, portanto, tem caráter sagrado, com perspectiva religiosa, que conta (narrador) alguma revelação primordial e apresenta modelos exemplares de conduta humana, dão sentido e valor à existência humana. Apaziguando a mente questionadora do homem que busca tudo compreender.
Então o MITO era um conjunto de mentiras? A resposta objetivamente é: NÃO. Não eram mentiras porque a questão da verdade aqui reside na forma de saber predominante. O Mito era uma fonte de verdades para aqueles que nele acreditavam. Portanto, aqui estamos falando de verdades subjetivas que sustentavam a compreensão do coletivo social e do mundo da natureza como um todo. O Mito era a única possibilidade de compreensão da realidade antes da Filosofia e Ciência surgirem na Jônia, entre os séculos VII e VI a.C..
Esta questão da verdade é muito complexa. Abordarei em futuros textos quando chegarmos em Platão e Aristóteles. Mas já adiantando esta discussão posso afirmar que a verdade existe apenas em relação a ela mesma em diferentes referenciais epistemológicos, ou seja, dependerá de que referencial de conhecimento estamos tratando. Aquilo que chamamos de mentira só é possível neste caso quando exigimos dos sujeitos em comunicação que apresentem os argumentos que fundamentam suas verdades. Assim, há que afirmar que não existe verdade e, sim, verdades. Podemos apontar uma verdade Religiosa, ou do Senso Comum, ou ainda, da Filosofia ou Ciência. Apenas para nos ater aos conhecimentos mais utilizados pelo homem contemporâneo para interpretar e intervir na realidade concreta.
O Mito tinha suas verdades e foi graças a elas que o "Gênio Grego" nos possibilitou a DÚVIDA, O ESPANTO, A ADMIRAÇÃO, A OBSERVAÇÃO, ENFIM, A RACIONALIZAÇÃO METÓDICA, condições primárias para que pudessem nascer tanto a Filosofia quanto a Ciência.
O mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do “princípio”. Em outros termos, o mito narra como, graças à façanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, uma instituição. É sempre, portanto, a narrativa de uma “criação”: ele relata de que modo algo foi produzido e começou a ser. O mito fala apenas do que realmente aconteceu, do que se manifestou plenamente. Os personagens dos mitos são os entes sobrenaturais. Eles são conhecidos sobretudo pelo que fizeram no tempo prestigioso dos “primórdios”. Os mitos revelam, portanto, sua atividade criadora e desvendam a sacralidade (ou simplesmente a “sobrenaturalidade”) de suas obras. Em suma, os mitos descrevem as diversas, e algumas vezes dramáticas, irrupções do sagrado (ou do “sobrenatural”) no mundo. É essa irrupção do sagrado que realmente fundamenta o mundo e o converte no que é hoje. E mais: é em razão das intervenções dos entes sobrenaturais que o homem é o que é hoje, um ser mortal, sexuado e cultural.
O mito é considerado uma história sagrada e, portanto, uma “história verdadeira”, porque sempre se refere a realidades. O mito cosmogônico é “verdadeiro”, porque a existência do mundo aí está para prová-lo; o mito da origem da morte é igualmente “verdadeiro”, porque é provado pela mortalidade do homem, e assim por diante.
Uma vez “dito”, quer dizer, revelado, o mito torna-se verdade apodítica: funda a verdade absoluta. [ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. São Paulo: Perspectiva, 1972.]
Em construção...
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