"PT pode inspirar esquerda francesa e europeia ",
diz analista
RFI-Reportagem publicada em 19/02/2010 Última atualização
19/02/2010 18:42 TU
"O jeito petista de governar teve uma influência
bastante forte na Europa. As experiências de orçamento participativo, por
exemplo, tornaram-se uma referência internacional. O PT mostrou que é possível
se reformar a democracia dentro das instituições".
A reflexão é do pesquisador o pesquisador Fréderic Loault,
do Observatorio Político da América Latina e Caribe, da Universidade Sciences
Po, na França. O analista vai mais longe ainda, defendendo a ideia de que o PT
seria uma fonte de aprendizagem política para a renovação dos velhos partidos
de esquerda da França,e até da Europa. "Se fizermos um balanço, o PT
contribuiu muito para a consolidação da democracia brasileira.
PT: 30 anos de história e compromisso com o Brasil
No dia 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores (PT)
comemorou 30 anos de história. Nasceu diferente de todos aqueles que existiam
como organização partidária à época. Sua origem foi no movimento popular e
sindical, nas comunidades eclesiais de base, nos grupos intelectuais de esquerda.
Acolheu organizações que radicalizavam na postura política, pregando a luta
armada para o rompimento com o sistema vigente. Mais tarde, esses grupos saíram
do partido. Mas também acolheu movimentos que defendiam a caminhada pacífica e
a orientação pelos princípios cristãos.
Foram essas diferenças que marcaram a diferença do PT. A
capacidade de ter respeito por aquilo que não é igual, não é uniforme, mas está
congraçado e convergente a objetivos comuns e interesses coletivos como
liberdade, justiça, participação.
O PT também surge como instrumento de defesa das
organizações populares e cria uma relação de respeito às instâncias dessas
organizações sem impor posicionamentos; ao contrário, o debate para o
convencimento e o trabalho articulado é marca histórica do PT. Por isso as
inúmeras e intermináveis reuniões. Porque acreditamos que o consenso é o
objetivo da democracia, mais do que a vontade da maioria. É verdade que nem
sempre conseguimos estabelecê-lo, mas sempre primamos por ele.
Quando todos imaginavam um partido carrancudo, simbolizado
por barbas cerradas, o PT absorveu a alegria popular e a fez instrumento para
enfrentar as dificuldades que enfrentou. Disseminou emoção com suas campanhas e
músicas diferentes e criou marcas, tantas que, em um dado momento, surgiu a
expressão: “Isso é coisa do PT”.
Foram altos e baixos, erros e acertos e a alcunha acima
caracteriza coisas boas e ruins na vida partidária. Mas temos convicção que as
coisas boas foram sempre maiores, caso contrário a maior liderança petista não
estaria governando o Brasil por quase oito anos com uma estrondosa aprovação
popular.
Quando olhamos para a trajetória partidária, fica nítido que
estamos contribuindo para mudar o País. As propostas debatidas e gestadas nas
instâncias do PT nesses trinta anos tem dirigido muitas ações de governo.
Revolucionamos a vida de milhões de pessoas, garantimos a sobrevivência de quem
estava condenado pela miséria. Estimulamos o desenvolvimento a ponto de o País
ser credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mais ainda, o prestígio
internacional conquistado pelo Brasil não porque somos uma potência bélica ou
financeira, mas, porque, além do respeito com os demais países, o governo teve
a coragem de admitir que seu povo vivia com fome e enfrentou com prioridade
esse problema.
O salário mínimo chegou a trezentos dólares, o real foi a
moeda mais valorizada no ano da crise e o desastre econômico internacional não
atingiu o povo brasileiro. A educação tem grandes investimentos. O planejamento
de médio e longo prazo foi retomado e agora seremos um grande produtor de
petróleo.
Os resultados de nosso governo são possíveis porque o PT não
é um partido que atua na política só para vencer eleições e exercer o poder. O
PT quer mudar a vida das pessoas, servir as comunidades, fazer com que todos
possam desfrutar de alegrias e felicidade.
Queremos continuar com essa história e com essa causa. É por
isso que outra vez inovaremos em nossa caminhada. Depois de um operário
presidente, o PT escolhe para a disputa eleitoral de 2010 uma mulher, a
ministra Dilma Rousseff, que não tenho dúvidas, o sucederá. E com certeza isso
também é, como as conquistas relatadas, coisa do PT.
Aqui, no Paraná, para presentear essa história e homenagear
aqueles que nos antecederam, lançamos um livro, escrito pelo jornalista Roberto
Salomão, Anos Heróicos, que conta como foram os dez primeiros anos do PT, até
eleger sua primeira bancada de deputados federais.
Para mim foi uma honra, um orgulho e um enorme desafio
presidir esse partido. Espero ter contribuído um pouquinho com essa história.
Parabéns, PT! Parabéns a todos e todas que ajudaram e ajudam a construir suas
marcas.
Gleisi Hoffmann é advogada e ex-presidente do PT do Paraná.
Pré-candidata ao Senado.
PT completa 30 anos. O Partido dos Trabalhadores tem
quebrado vários paradigmas ao longo de seus 30 anos de existência. Um deles foi
a eleição de um operário e líder sindical para presidir o Brasil. A indicação
de uma mulher como pré-candidata na disputa eleitoral de 2010 vai ser outro
paradigma a ser quebrado pelo PT. Esta é a avaliação de vários petistas
presentes ao IV Congresso do Partido dos Trabalhadores que acontece nesta
semana, em Brasília. Os 1.350 delegados do encontro vão aclamar neste sábado (20)
a pré-candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff à sucessão do
presidente Lula.
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