terça-feira, 7 de abril de 2020

O assunto é JUSTIÇA: papa Francisco fez um post em suas redes sociais, nesta quaresma, para mais uma vez denunciar processos de lawfare, que vitimam réus julgados com hostilidade, como se fossem inimigos do estado

É natural pensar que os Cristãos devem disseminar amor praticando-o, em especial, contra seus inimigos. Esse é o 'néctar' dos ensinamentos de Jesus. Aliás, ser bom para um cristão não é mérito! É obrigação! 

'Devem' porque não é o que acontece na prática. É justamente do meio dos cristãos que mais brota ódios e inimigos imaginários. 

'Quem diz amar a Deus mas odeia seu irmão, é mentiroso e Deus não o habita!' Essas palavras duras são do apóstolo João em um de seus livros!

E é em um contexto histórico de nonsense no qual o ódio, a mentira, a morte, estão em evidência; é que, mais uma vez, nos aproximamos da Páscoa de Jesus, rememorada anualmente e que deveria ser um momento de apologia à vida. 

Só para lembrar: Páscoa ou Domingo da Ressurreição é uma é uma celebração religiosa que rememora a ressurreição de Jesus ocorrida três dias depois da sua crucificação no Calvário, conforme está relatado nos primeiros livros do Novo Testamento, Bíblia Cristã. 

Jesus Cristo teve uma morte política em um 'processo criminoso' forjado pelos poderosos da Palestina com a cumplicidade do Império Romano. 

E como em todos os processos golpistas na história, os poderosos sacerdotes da Palestina tiveram o apoio de uma parcela da população que preferiu Barrabás ao invés de Jesus. 

Beauvoir já sintetizou essa sina muito perfeitamente nas seguintes palavras: O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos. (BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo Vol 2: A Experiência Vivida, Difusão Européia do Livro, 1967).

Jesus incomoda! 
Sinto muito em dizer que o valores do cristianismo de Jesus não se casam com os valores atuais do capitalismo.

Jesus jamais poderá agradar aos ricos que apenas usam seu nome para alienar. Aliás, é o que faz Jair Bolsonaro, atual presidente. Sendo ele visivelmente um verdadeiro mitômano (pessoa com compulsão em mentir) consegue ludibriar muitos ingênuos que é um adorador de Deus. De uma coisa tenho certeza: Não é o Deus de Jesus.

Jesus pregou a verdade e o amor como valores essenciais do cristão. 

Aos ricos mandou uma mensagem clara: 
"Aí de vós ricos..." 

A mensagem de justiça e igualdade de Jesus incomoda inclusive e, especialmente, muitos dos que hoje frequentam igrejas. 

Jesus não encaixa-se nas perspectivas da elite econômica de seu tempo e nem dos nossos tempos. 

Ele nasce entre os pobres e como pobre vive e, morrerá entre os pobres justamente por ser a voz dos pobres. 

Tornou-se uma ameaça para os poderosos com seus interesses mesquinhos e egoístas.

O Jesus ensinado hoje nas igrejas é despersonalizado. Retratado não mais do que sendo um mercador que negocia milagres com os fiéis. Em troca, os fiéis pagam por esses milagres. É a 'indústria dos milagres' funcionando todos os dias nas igrejas de todas as denominações.

Portanto, quando aparece um Papa, ou bispo, ou padre, ou pastor, ou qualquer outro líder religioso cristão pregando a mensagem originária de Jesus, ele assusta, coloca os fiéis em pânico! 

O líder é imediatamente desconstruído  e acusado de 'ser comunista'. Não conseguem se quer compreender o conceito 'comunista', mas no geral esses fiéis tem pavor. Um pavor imaginário construído há séculos. 

Nesse sentido é compreensível que a maior parcela dos eleitores do neofascista Jair Bolsonaro sejam justamente fiéis católicos e evangélicos. A inversão que fazem não é apenas social, mas também moral. 

Essa parcela de fiéis religiosos não incomodam-se com os fatos de que Bolsonaro despreze os pobres, exalte os EUA e despreze os interesses do Brasil, que esteja envolvido com milicianos criminosos, que seja acusado de um esquema de mega corrupção, que seja casado três vezes, batizado duas vezes, que seja defensor da tortura e da morte, que dissemine ódio contra mulheres, negros, gays, indígenas, militantes de esquerda. 

A história se repete várias vezes.

A alienação (originada do termo ''Alienus'' no Latim, significa algo ou alguém que pertence a outra pessoa) é o meio pelo qual a elite coopta parcelas da população para defenderem seus interesses como se fossem os deles próprios. 

Foi assim no impeachment da presidenta Dilma. 

Os 'poderosos' de nossos tempos manipularam parte da classe média - homens e mulheres quarentões, brancos/as, que foram às ruas aos domingos com camisetas da CBF gritar insultos contra a primeira mulher presidenta de nossa história. Crime da Dilma? Governar para o povo! 

Foi assim no processo para tirar o governo das mãos dos trabalhadores, vez que a elite dominante não consegue voltar ao poder pelo voto.

Um ataque incessante ao seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva. Esse guerreiro brasileiro, sobrevivente da seca e fome nordestina, tornou-se o primeiro trabalhador das classes sociais 'inferiores' a tornar-se presidente. A elite apostou que ele fracassaria. No entanto, Lula tornou-se o melhor presidente de toda a história do Brasil! 

A ira dos 'poderosos' de nossos tempos forjaram processo e prisão de Lula. Forjaram um crime para ele e uma acusação. A acusação genérica era de que ele era o maior corrupto do país. O crime? Ter recebido um apartamento no Guarujá, em São Paulo, como parte do processo de corrupção atribuído a ele. 

Qualquer pessoa com o mínimo de racionalidade sabia que na peça condenatória não havia nem crime e nem provas de um crime. Que não havia ali mais do que um processo político para afastar o líder do povo justamente do convívio do povo. Isto ficou provado pelos inúmeros vazamentos da 'Vaza Jato' do Site The Intercept como ficou conhecida a série de notícias que desmascararam o processo criminoso do judiciário coordenado por Sérgio Moro, que em troca recebeu um cargo político do governo neofascista eleito na sequência.

Crime do Lula? 
Governar para o povo. 
Governar para os mais pobres.

Lula sobreviveu há mais de um ano em uma prisão política que despertou solidariedade de pessoas do mundo todo. Os arredores do prédio onde esteve prisioneiro tornou-se um centro de peregrinação de pessoas do mundo todo. Enquanto esteve preso foi agraciado com prêmios de defensor dos Direitos Humanos e títulos de Doutor Honoris Causa. 

No Brasil, há muita injustiça quando tratamos do poder Judiciário. A 'Justiça' por aqui funciona apenas quando trata-se de julgar o pobre. A injustiça da justiça tem classe social, cor. Pobres e Negros são suas vítimas. 

Conforme noticiado no portal Brasil 247 o papa Francisco fez um post em suas redes sociais, nesta quaresma, para mais uma vez denunciar processos de lawfare, que vitimam réus julgados com hostilidade, como se fossem inimigos do estado – exatamente o que aconteceu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como foi fartamente demonstrado na Vaza Jato. Leia, abaixo, o post do Papa Francisco:



Filoparanavai 2020

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