quarta-feira, 2 de maio de 2018

QUANDO SÃO AS MÃES QUE CHORAM OS FILHOS... A RELAÇÃO VIOLÊNCIA E RACISMO NO BRASIL!

A VIOLÊNCIA QUE TEM COR. EM UM PAÍS QUE VIVEU 400 ANOS DE ESCRAVIDÃO MÃES NEGRAS CONTINUAM CHORANDO SEUS FILHOS. No Brasil, sete em cada dez pessoas assassinadas são negras. Na faixa etária de 15 a 29 anos, são cinco vidas perdidas para a violência a cada duas horas... 10 de Maio tem que ser uma data para refletirmos e lutarmos politicamente por um Brasil onde reine a Democracia, a justiça e a equidade, a humanidade e a diversidade! 

É DE SE ESPERAR QUE OS FILHOS CHOREM POR SUAS MÃES E NÃO O CONTRÁRIO... No Brasil, mães negras têm três vezes a mais de chances de perderem seus filhos para a violência. A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. São 63 mortes por dia, que totalizam 23 mil vidas negras perdidas pela violência letal por ano. De acordo com pesquisa do Senado Federal: 56% da população brasileira concorda com a afirmação de que “a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte de um jovem branco”. Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil e coordenadora do Grupo Temático de Gênero, Raça e Etnia da ONU Brasil: "Isso revela a permissividade com o racismo. O racismo se manifesta tanto nas relações pessoais quanto institucionais e termina na violência extrema que é o assassinato três vezes maior de jovens negros. São índices alarmantes. Para o assassinato de jovens negros, não tem outra justificativa a não ser a incapacidade da sociedade brasileira de dar oportunidades para todo mundo e tratar todo mundo como igual”. (Fonte: https://nacoesunidas.org/)

No governo golpista e corrupto dos ricos, a pobreza e a miséria aumentam a passos largos e os negros são as maiores vítima da desumanidade de nossa elite atrasada, racista e egocêntrica.

VALE A PENA REFLETIR... O início do poema "Adeus à hora da largada" recitado pela garotinha angolana Wende, Vídeo de "ANGOLA ESCOLA", pode nos ajudar e muito a repensar nossa realidade ...

Poema completo: 
Adeus à hora da largada (Agostinho Neto)

Minha mãe 
(todas as mãe negras 
cujos filhos partiram)
tu me ensinaste a esperar
como esperaste nas horas difíceis

Mas a vida
matou em mim essa mística esperança
Eu já não espero
sou aquele por quem se espera

Sou eu minha Mãe
a esperança somos nós 
os teus filhos
partidos para uma fé que alimenta a vida

Hoje
somos as crianças nuas das sanzalas do mato
os garotos sem escola a jogar a bola de trapos
nos areias ao meio-dia
somos nós mesmos
os contratados a queimar vidas nos cafezais
os homens negros ignorantes
que devem respeitar o homem branco
e temer o rico
somos os teus filhos
dos bairros de pretos
além aonde não chega a luz eléctrica
os homens bêbedos a cair 
abandonados ao ritmo dum batuque de morte 
teus filhos
com fome
com sede
com vergonha de te chamarmos Mãe
com medo de atravessar as ruas 
com medo dos homens
nós mesmos

Amanha
entoaremos hinos à liberdade
quando comemorarmos
a data da abolição desta escravatura

Nós vamos em busca de luz
os teus filhos Mãe
(todas as mães negras
cujos filhos partiram)
vão em busca de vida. 

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