domingo, 11 de março de 2018

VAMOS FALAR DE SUICÍDIO?

VAMOS FALAR DE SUICÍDIO? 
UM PROBLEMA DE TODOS NÓS!
Uma morte a cada 40 segundos no mundo. 
Uma morte a cada 45 minutos no Brasil. 
Por Lucio Lopes


UM TABU CONSTRUÍDO POR SÉCULOS PELA IGREJA CATÓLICA... (...) o senso comum (...) o considera um desvio de comportamento, a religião católica que sempre o julgou uma afronta a Deus, negando sepultura cristã aos que morrem por essa causa (...). (MINAYO, 2005, p.207)  

OS SUICÍDIOS 
AUMENTARAM NA MINHA CIDADE!!! 
Não, cara pálida, 
aumentaram no Brasil todo! 
UM A CADA 45 MINUTOS! 

O golpe que depôs a presidenta legítima Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade, deposição orquestrada por um Congresso corrupto e defensor dos interesses dos mais ricos. O golpe estudado como fato científico em mais de 30 universidades públicas pelo Brasil e que teve uma narrativa unilateral construída pela mídia brasileira dominada pelos interesses da elite, manipulando setores da chamada Classe Média por meio de um discurso de ódio contra os pobres e seus representantes na esfera política, atentando contra a dignidade humana de pobres, mulheres, indígenas, negros, e outros; golpe que persegue implacavelmente o maior líder político da América Latina, Luiz Inácio LULA da Silva, condenado sem provas e, portanto, sem crime, apenas para tirá-lo do pleito eleitoral e beneficiar os candidatos de direita, destacando-se justamente entre eles um de direita com tendências fascistas; enfim, qual a relação do aumento de suicídios no Brasil com a Democracia ferida de morte?

Suicídios merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso. Chega de Tabu, chega de condenar o suicida e tratar o problema como simples fatalidade. “O Brasil é uma sociedade em ebulição. E sabemos que os números de suicídios aumentam em sociedades com crise política e econômica”, diz o psiquiatra Neury Botega, professor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Unicamp (entrevista para http://super.abril.com.br/), um dos maiores especialistas no assunto. Se a crise econômica que assola o país com mais força desde 2015 parece ser um fator recente, a pobreza não é. O suicídio tem uma forte correlação com a pobreza: 75% das mortes ocorre em países de baixa e média renda. Dentro do Brasil, acontece o mesmo: os estados que mais registraram aumento de casos estão no Norte e Nordeste – regiões com os maiores índices de pobreza do país. Às margens do Rio Negro, a 850 km de Manaus, fica São Gabriel da Cachoeira (AM), a cidade onde mais pessoas se matam no Brasil. O município, de maioria indígena, tem um índice de 51,2 suicídios para cada 100 mil, um claro exemplo da vulnerabilidade dessa parcela da população. 

É como se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual mantemos silêncio. Os suicídios são uma epidemia. E não gosto nada do moralismo que busca diagnosticar os casos centrando uma culpabilidade no sofrimento do indivíduo que não teria encontrado outra solução senão que a morte. Eu sou da opinião sociológica que o suicídio é uma doença provocada pela sociedade, ela é portanto causa de uma estrutura doentia de sociedade que além da problemática da desigualdade material impõe às pessoas uma Cultura com valores morais engessados por interpretações religiosas fundadas no medo e na falta de liberdade. Ora, os dados sobre suicídio da ONU apontam que 75% dos suicídios estão nos países emergentes ou pobres. E isso corrobora com minha análise. 

Os suicídios resultam de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais. De acordo com Minayo: "O suicídio é um fenômeno humano complexo e, por existir em todas as sociedades já conhecidas e estudadas, é também universal. Sua interpretação histórica tem passado por vários olhares, desde o senso comum que o considera um desvio de comportamento, a religião católica que sempre o julgou uma afronta a Deus, negando sepultura cristã aos que morrem por essa causa; a maioria das teorias contemporâneas que o compreendem como fruto de doenças mentais e algumas correntes filosóficas que o entendem, em extremo, como ato de suprema liberdade". (MINAYO, 2005, p.207 in LOPES, Lucio de Lima.O ENFRENTAMENTO À HOMOFOBIA EM SALA DE AULA - UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA. nº de folhas (ex. 127 f.). Dissertação (Mestrado em Ensino) – Universidade Estadual do Paraná – Campus de Paranavaí. Orientadora: Profª Drª Isabela C. Campoi. Paranavaí, 2016.

CASOS AUMENTARAM 12% NO BRASIL, EM MÉDIA 30 POR DIA! No Brasil do golpe contra uma presidenta legitimamente eleita e contra o projeto de governo para o povo, do "nonsense", do discurso de ódio e apologia à ignorância, das instituições mergulhadas em corrupção, desvios de funções, dominadas pelos interesses da elite rentista, perda de credibilidade; do desemprego, da precarização do trabalho, da volta da pobreza e miséria, do aumento da violência, da violação de direitos humanos, da entrega das riquezas do país aos gringos, da religião cooptada pelo capitalismo transformada em mercadoria, da mídia do discurso único e manipuladora de mentes e corações, o suicídio chega a 11 mil vidas ceifadas por ano (VER MATÉRIA: http://agenciabrasil.ebc.com.br/

SUICÍDIO, UM TABU INFLUENCIADO PELA IGREJA CATÓLICA. Ao ler "O Suicídio" de Durkheim, pela primeira vez tive uma dimensão do qual grave é o problema. A toda poderosa Igreja Católica que não perdeu seu costume de controlar a sociedade como fazia na Idade Média, até recentemente e, ainda hoje, perpetua por meio de padres e bispos conservadores, a ideia de que o suicídio é única e exclusivamente responsabilidade do indivíduo. Tanto que, sempre negou ao suicida um celebração religiosa digna como concedida aos outros membros que morreram por outras causas. É justamente contra este posicionamento religioso-cultural-moral que Emile Durkheim sentiu-se motivado e elaborou sua pesquisa demonstrada na obra "O Suicídio", que a doença é de responsabilidade da sociedade e não exclusivamente do indivíduo como sempre pregou a toda poderosa igreja. A obra analisa as influências extra-sociais que geram o suicídio e a natureza das causas sociais, a maneira pela qual produzem seus efeitos e suas relações com as situações individuais que acompanham os diferentes tipos de suicídios. Mostra ainda em que consiste o elemento social do suicídio, ou seja, a tendência coletiva - suas relações com os outros fatos sociais e por que meios é possível agir sobre ela. (OBRA DISPONÍVEL EM PDF: Livros/o-suicidio/). 

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é 10 de setembro, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram para este grave problema de saúde pública responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo. Segundo a organização, poucos países incluíram a prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 28 relatam possuir uma estratégia nacional para isso.(VER: https://nacoesunidas.org/). 

PREVENÇÃO? 
Sem atacar as causas sociais? 
Apenas na sugesta psicológica e espiritual? 

Ou compreendemos que violência, seja qual for a forma, como o suicídio, por exemplo, apenas pode ser enfrentada reduzindo-se pobreza e miséria e, isso implica em fatores concretos como tirar do 1% mais rico e distribuir para os 99% da população, dar acesso universal em todos os níveis educacionais, com educação de qualidade onde ciência e filosofia sejam democratizadas possibilitando ao povo um maior senso crítico e, portanto, maior consciência cidadã para que seja capaz de livrar-se de maus políticos, de maus líderes religiosos, etc... ou estaremos chovendo fora da horta. 

É verdade que não basta melhorar as condições materiais da população, é necessário melhorar a Cultura como um todo, humanizando-a. Esse desafio já era grande antes do fenômeno internet, agora torna-se ainda muito maior.

Vencer o golpe no Brasil! Eleger pelo voto popular o LULISMO enquanto plataforma de governo para distribuir renda, enfrentar pobreza e miséria, valorizar o povo trabalhador, pagar salários decentes, democratizar a mídia, valorizar as nossas riquezas nacionais, reformar as instituições, retomar a democracia e revitalizá-la em todos os ambientes da vida nacional, é a única saída que temos para diminuir a violência em geral e enfrentar o SUICÍDIO enquanto problema de saúde pública. 

Uma sociedade onde os direitos humanos sejam respeitados, onde as riquezas sejam distribuídas de forma igualitária, onde o respeito e o diálogo sejam as armas para a solução de nossos problemas, onde a igualdade com justiça e equidade elimine os preconceitos e discriminações, onde a paz social e pessoal seja o principal valor cultivado, eis uma sociedade sadia livre de doenças sociais! No Capitalismo selvagem à moda brasileira isto tudo é Utopia e que utopia... Mas as lutas sociais por justiça e equidade não acontecem justamente porque ousamos cultivar utopias?

Eis minha modesta opinião!

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