Artigo de Opinião
A democracia ameaçada!
Jair Bolsonaro (Rejeitado no PSC, em busca de partido-RJ) e que tem 25 anos ininterruptos como deputado federal, em Brasília, foi condenado no STJ no dia 15/08/2017 (por unanimidade pela Terceira Turma do STJ que confirmou as condenações em instâncias inferiores. A ação penal em que o deputado é réu por injúria e apologia ao crime de estupro ainda será julgada pelo STF), desponta como o candidato viável da direita em pesquisas para a presidência em 2018.
Até o momento apenas seus admiradores o apoiam. A elite financeira e rentista ainda não embarcou na campanha do deputado. Talvez não tenha outro candidato a tempo, caso as eleições sejam confirmadas para ocorrerem no próximo ano, restando então, apenas Bolsonaro como opção.
Até o momento apenas seus admiradores o apoiam. A elite financeira e rentista ainda não embarcou na campanha do deputado. Talvez não tenha outro candidato a tempo, caso as eleições sejam confirmadas para ocorrerem no próximo ano, restando então, apenas Bolsonaro como opção.
O que me assusta não é a possibilidade de um dia ele vir a ser presidente, pois se até M. Temer tornou-se que novidade teríamos?
O que eu mais temo é a real possibilidade de Bolsonaro contribuir para formar um Congresso mais conservador ainda do que o que temos hoje, por votos despejados em candidatos "facistas" para a Câmara e Senado.
Hoje os trabalhadores possuem
menos de 100 representantes.
O discurso vazio de Bolsonaro encanta os "burros", com todo o respeito ao animal que é originado da cria do cruzamento do jumento (Equus asinus) com a égua (Equus caballus).
Eu estou me referindo àqueles que são mais burros do que o burro. Quando vejo jovens pobres admiradores de Bolsonaro tenho a impressão de que creem que raposas comem maças, ou coisa parecida.
Em minha humilde avaliação entendo que falta ao político em questão os conhecimentos de matrizes filosóficas e científicas, ou mesmo de militâncias a partir da luta por demandas do povo (como o conhecimento que sobra em Lula e que é capaz de reunir doutores das melhores universidades do mundo para assistirem às suas "aulas" de economia e política).
Em minha humilde avaliação entendo que falta ao político em questão os conhecimentos de matrizes filosóficas e científicas, ou mesmo de militâncias a partir da luta por demandas do povo (como o conhecimento que sobra em Lula e que é capaz de reunir doutores das melhores universidades do mundo para assistirem às suas "aulas" de economia e política).
Mas o que falta em termos de conhecimento para o deputado, flagrado em inúmeros casos de apologias ao ódio contra criminosos, homossexuais, negros, indígenas e políticos, é justamente o que encanta seus jovens seguidores: frases prontas, narrativas de ódio. Nada que exija de seus ouvintes o uso do cérebro.
Bolsonaro é o símbolo do ovo da serpente que choca dia a dia! Os pobres que apoiam esta besta não são capazes de compreender que esse "canalha golpista", que fez apologia ao torturador de Dilma Rousseff, representa os interesses de ricos e corruptos, além de ser contra toda a possibilidade de humanização.
Em mais de 25 anos como parlamentar só sugou os cofres públicos e pregou o ódio contra pobres, homossexuais, negros e mulheres. Incrível como Hitler ainda "sobrevive" hoje!
Como é que uma juventude sem consciência política pode reverenciar um ser tão desprezível como Bolsonaro? A resposta mais plausível que consigo produzir é a da alienação política explícita, que me remete ao pensamento de Simon Bolivar: "Um povo ignorante é um instrumento cego da sua própria destruição." Nada mais verdadeiro!
Me faz lembrar ainda as sábias palavras de Rosa de Luxemburgo: "Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem."
Muito oportuna a passagem da conclusão deste artigo que por ora acabei de ler e que utiliza-se do referencial teórico da grande filósofa Hannah Arendt para apresentar reflexões a respeito da política e alienação:
"O processo de alienação decorre de um contexto histórico atribulado, ao qual o ser humano parece não mais pertencer, ou melhor, ter a consciência de seu pertencimento, contudo o pleno entendimento de que é incapaz de alterar a sua própria história, mantendo-se inerte e submisso ao que ocorre ao seu redor, alheio aos fatos sociopolíticos que o cercam. A preocupação é ainda maior quando consideramos o momento atual em que vivemos, o acesso à informação e a velocidade com que o tempo passa, deixando um rastro de puro desinteresse na participação do cidadão em um possível contexto de mudança, e isso se expressa nitidamente no momento da escolha de seus governantes por meio do voto. A busca pela democracia no passado corre risco de perder-se no presente, e a par disto a condição de dominação por um regime totalitário parece passível de ocorrer." (do artigo "O fenômeno da alienação política do ser humano no mundo moderno e o pensamento de Hannah Arednt", de Cristiane Pereira)
"O processo de alienação decorre de um contexto histórico atribulado, ao qual o ser humano parece não mais pertencer, ou melhor, ter a consciência de seu pertencimento, contudo o pleno entendimento de que é incapaz de alterar a sua própria história, mantendo-se inerte e submisso ao que ocorre ao seu redor, alheio aos fatos sociopolíticos que o cercam. A preocupação é ainda maior quando consideramos o momento atual em que vivemos, o acesso à informação e a velocidade com que o tempo passa, deixando um rastro de puro desinteresse na participação do cidadão em um possível contexto de mudança, e isso se expressa nitidamente no momento da escolha de seus governantes por meio do voto. A busca pela democracia no passado corre risco de perder-se no presente, e a par disto a condição de dominação por um regime totalitário parece passível de ocorrer." (do artigo "O fenômeno da alienação política do ser humano no mundo moderno e o pensamento de Hannah Arednt", de Cristiane Pereira)
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