sábado, 1 de maio de 2010

FILOSOFIA DA RELIGIÃO: CONHEÇA O CANDOMBLÉ E A UMBANDA

Le Figaro analisa o aumento do número de muçulmanos na periferia das grandes cidades brasileiras
Por Elcio Ramalho

O Islã ganha terreno no Brasil. Esta é a manchete de uma extensa reportagem publicada pelo diário francês Le Figaro, no mês de fevereiro, sobre o aumento do número de muçulmanos nas periferias dos grandes centros urbanos do Brasil. A curiosidade sobre a religião depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e o sucesso da telenovela O Clone, que mostrou um herói muçulmano romântico, que respeitava e cobria de ouro sua mulher, foram apontados como fatores que ajudaram a multiplicar a conversão de vários brasileiros à religião islâmica.

A correspondente de Le Figaro visitou o Centro de Divulgação do Islã em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde conversou com Rosângela, uma mulher negra de 45 anos, ex-católica, que disse ser obrigada a distribuir cópias do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, em espanhol porque a edição em português está esgotada.

Em entrevista ao jornal, o professor da Universidade Fluminense, Paulo da Rocha Pinto, estima que há cerca de 1 milhão de fiéis no país. O número não é preciso porque no censo brasileiro a religião é classificada como "outras". Ele lembra que os primeiros muçulmanos que chegaram no Brasil foram escravos africanos. Várias revoltas na época teriam propagado uma desconfiança em relação à religião. O jornal francês lembra que apesar da imigração muçulmana de libaneses, sírios e palestinos no século 20, a primeira mesquita no Brasil só foi inaugurada em 1960.

Segundo Le Figaro, a motivação das pessoas que buscam o Islã no Brasil é diferente das que procuram as igrejas evangélicas. Elas descobrem uma religião mais aberta ao mundo, dizem os especialistas. Eles observam ainda que a mensagem de igualdade racial e de justiça pregada pelo Islã é um sucesso entre as comunidades mais pobres, principalmente entre os jovens vítimas do racismo e da violência policial.

Fonte: Resenha de Imprensa da RFI

Counter



para conhecer e sair da ignorância;
para conhecer e não discriminar;
para conhecer e RESPEITAR
--------
----
--
Filosofia e RELIGIÃO



Candomble
Um pouco de história


O candomblé é uma religião que tem suas origem na África e foi re-criada no Brasil pelos africanos aqui trazidos como escravos ao longo de mais de três séculos (1525-1851).

Os escravos provinham das mais diferentes partes da África, mas os grandes grupos que mais influençaram a cultura brasileira foram os bantos até o século XVIII e os sudaneses depois.

Na segunda metade do século XIX, em diversas cidades do Brasil surgiram grupos organizados de escravos que recriavam cultos religiosos que reproduziam não somente a religião africana, mas também outros aspectos da sua cultura na África. Nascia a religião afro-brasileira chamada candomblé primeiro na Bahia e depois pelo país afora.

Os principais criadores dessa religião foram os negros das nações iorubás ou nagôs e os das nações fons ou jejes.

Os grupos religiosos permitiam de recriar relações de hierarquia, subordinação e lealdade baseadas nos padrões familiares e de parentesco existentes na África, fazendo-se da família-de-santo uma espécie de miniatura simbolica da família iorubá.

A mais antiga Casa de candomblé, a Casa Branca (Ilé Àxê Ìyá Nasò Oká), foi fundada na cidade de Salvador da Bahia, cerca de 1830, por três escravas libertadas vindas de Kétu: Adetá, Ìyá Kalá e Ìyá Nasò e foi chefiada por esta ultima.

Após o falecimento de Ìyá Marcelina (Ôba Tosi), sucessora dela, duas filhas da casa criaram uma disputa na sucessão e uma das duas, Maria Júlia da Conceição Nacaré (Dada Bayáni Ajaku), fundou em 1847 o terreiro Ilé Omi Àxê Ìyá Masè nas terras de um senhor francês de nome Gantois.
Em 1903 na Casa Branca, que entretanto tinha mudado da Barroquinha para o Engenho Velho, aconteceu uma nova revolta para a liderança e Ìyá Eugênia Ana dos Santos (Ôba Biyi) acaba por deixar a Casa Branca e fundar, em 1910, o Ilé Àxê Òpó Àfônjá, em São Gonçalo do Retiro.
Em 1913 foi fundada a Casa de Oxumare, que esta no ponto final da federaçao na rua Vasco da Gama.
Essas quatros casas de candomblé, as primeiras fundadas no Brasil, continuam em funcionamento até os dias de hoje e muitas outras nasceram em todo o País.

fontes:
- R. Prandi, De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião;
- V. da Costa Lima, A família-de-santo;
http://www.odeibo.com/candomble.html


Candomblé é uma palavra derivada da língua bantu: ca [ka]=uso, costume, ndomb=negro, preto e lé=lugar, casa, terreiro e/ou pequeno atabaque. A reunião dos três vocábulos resulta em "lugar de costume dos negros", por extensão, lugar de tradições negras, tradições entre as quais, destacam-se, no sentido atual as práticas religiosas que incluem a música percussiva [A TARDE, 1980]. Outra interpretação informa que kandombele significa "adorar" [Ngunz'tala, 2006].

Hoje reconhecido como religião, no passado, o Candomblé teve seus dias de marginalidade. No período do Estado Novo, por exemplo, entre 1937 e 1945, foi proibido por lei, seus adeptos perseguidos e presos pela polícia. Quando se fala em Candomblé um dos aspectos mais destacados é o sincretismo entre religiosidade africana e catolicismo. Todavia, em geral, a tal religiosidade africana é vista como algo monolítico, homogêneo.

Trata-se de uma visão estereotipada da África e de seus povos. O sincretismo do Candomblé, na verdade, tem sua origem na própria África, onde existiu, na época da colonização, e antes, e atualmente, uma enorme diversidade de povos e culturas interagentes. O panteão africano reúne mais de 400 divindades.

No Candomblé, forjado em terras brasileiras, esse panteão, atualmente, é composto de 16 orixás [ou Òrìsà, em ioruba] principais, numa significativa condensação das forças metafísicas que levou mais de um século para se definir no processo de integração das diferentes nações cujos representantes chegaram ao Brasil durante o período da escravidão. Não obstante, "correndo por fora", contam-se ainda, outros 14 orixás reconhecidos em diferentes centros de culto. Entre as nações que contribuíram na formação do panteão principal relacionam-se: os bantu, nativos de Angola, Moçambique, Congo; Gana, Benin, Nigéria [Ioruba ou Nagôs]; Sudaneses, da Costa do Marfim, os Ewe, muitos, muçulmanos; os Fon e os Ashanti. Todos esses, falando línguas diferentes e cultuando seus próprios deuses.

Liturgia do Candomblé

Apesar das contradições do candomblé, especialmente no que se refere ao número dos Orixás, a teologia não é complicada: um Deus criador de todas as coisas e deuses menores regentes da Natureza, da personalidade e da vida dos homens. Entretanto, a liturgia ou seja, as práticas rituais, de iniciação, cultos e sobretudo o oráculo, esta liturgia é extremamente complexa.

O Candomblé não é uma religião "caseira". Um católico, depois de ser catequizado, depois de aprender princípios básicos, pode se sentir perfeitamente livre [apesar das admoestações do vaticano] para dispensar a freqüência às missas, pode rezar o Terço em casa, até acompanhando pela televisão [Rede Vida]. Um muçulmano também: estende seu tapete cinco vezes ao dia para orar voltado para Meca em qualquer lugar. O budista segue o caminho do meio, medita sobre as oito verdades do Buda Sakyamuni e tudo está bem. Os evangélicos, não obstante a insistência dos pastores para que freqüentem a igreja, uma vez que tomam consciência da força da fé em Deus-Jesus Cristo [a técnica] pode igualmente" dar um tempo das reuniões. É verdade que judeus e hinduístas são mais cobrados em suas obrigações religiosas porém nada que se compare à rígida disciplina exigida dos adeptos do Candomblé.

No Candomblé não existe autodidata nem auto-iniciação. Para ser um Filho [a] de Santo um longo tempo de Iniciação é indispensável e se o interessado em Candomblé pretende se utilizar do oráculo africano, o Jogo de Búzios, foco de interesse de muita gente, a religião se mostra ainda mais inacessível. Apesar dos inúmeros oráculos online [softwares, programas] disponíveis na internet; apesar, ainda, de existir até um Tarô do Búzios ou Tarô dos Orixás [Tarô dos Orixás: Senhores do Destino - Editora Palas], inovações recentes, o oráculo afro-brasileiro, o Jogo de Búzios [Ifá], somente é confiável quando "operado" pelas mãos credenciadas dos sacerdotes, o Babalorixá [Pai ou Zelador de Santo] ou Yalorixá [Mãe ou Zeladora de Santo]. Este é um ponto indiscutível entre os especialistas.

Fonte: mortesubita.org


Origem no Candomblé
O Candomblé é uma religião com vasta cultura e rica em preceitos.

A origem do Candomblé se deu na cidade de Ife na áfrica o Candomblé é uma religião que teve origem na cidade de Ifè, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros Iorubas.

Seus deuses são bem escolhidos pelos Orixàs para cuidar deles e ajudá-los. Embora sejam consideradas autoridades dentro da roça, não podem ser Mães de Santo, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vêm os Ogãs, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de Santo nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazer o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que "rasparam o Santo", ou melhor, raçoaram a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixà, incorpora em determinadas pessoas, mas não há necessidade que haja esta "incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode se sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessária dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da seita. Seus preceitos são todos os fundamentos e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.

Os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país. Essú, Ògún, Osossi, Osanyin, Obalúayé, Òsùmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Obá, Ewa, Osun, Yemanjá, LogunEde, Oságuian e Osàlufan.

O Pai ou a Mãe de Santo é a autoridade máxima dentro do Candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os Orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumem o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixàs para que cumpram seu destino.
Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixàs são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres bem escolhidas pelos Orixàs para cuidar deles e ajudá-los. Embora sejam consideradas autoridades dentro da roça, não podem ser Mães de Santo, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar.

A seguir vem os Ogâs, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de Santo nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazer o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que "rasparam o Santo", ou melhor, raçoaram a cabeça para um Santo a pedido deste. Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não há necessidade que haja esta "incorporação" para que uma pessoa raspe o Santo.

Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode se sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da seita. Seus preceitos são todos os fundamentos e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.

ORIGEM DO CANDOMBLÉ: IFÉ

A antiga cidade de Ifé, ao sudom este da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como a capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubás. A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota (argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em pérola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta.

Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado. A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas: - BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 ha, ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza - BOSQUETE SAGRADO D'IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente.

"O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas".
Fonte: www.fecab.org.br


Umbanda, Unicamente Umbanda

É voz corrente se ouvir dizer Umbanda Limpa ou Branca, Umbanda Traçada, Umbanda Esotérica, Kardecista, Iniciática, Umbanda no Angola, Umbanda no Jeje, Umbanda no Mina, Umbanda no Nagô e outras tantas classificações desse quilate, que nos põe a cada momento estupefatos, dado à variedade de designações para esse "movimento mágico religioso", produzido pela imaginação febril e tacanha onde medram os mais desprezíveis e delirantes pensamentos sobre a nossa Umbanda.
Umbanda é coisa séria, para gente séria. Umbanda sendo a única religião criada no Brasil, não pode ser dividida. A nossa religião deve ser trada com carinho, amor, seriedade e estudo, sobretudo com renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.

A Umbanda se sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte dos Terreiros onde se vê mais "animismo" do que "mediunismo"; mais interesses cúpidos do que magias; mais deslealdade do que autenticidade; mais personalismo do que espiritualismo. A Umbanda que está aí, não espelha sua verdadeira magnitude. São arremedos, nuances, propósitos, insultos, fantasias, infantilismos e graças ao nosso Deus Supremo (Zâmbi), em raros Terreiros, uma quase genuína manifestação do que seja a Umbanda, unicamente Umbanda.

O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda.

"Não cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da natureza".
Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é produto de evolução espiritual ou religiosa.

Origem

Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se às práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.

A raiz mais antiga do registro do vocábulo Umbanda encontra-se nos UPANISHADS, textos sagrados da Índia.

É comum ouvir dizer que a Umbanda foi trazida ao Brasil pelos escravos, entretanto devemos considerar que a Umbanda surgiu sobre o amálgama das crenças negras e nativas com o cristianismo.

Segundo, Matta e Silva, "toda essa complexa mistura, que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas ... era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.

O Que é a Umbanda

Não é uma ramificação do catolicismo, muito menos do candomblé.
A influência Africana desempenhou papel relevante na formação da Umbanda, da qual se constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe, como contribuição primordial, Os Orixás. Em sua prática, a Umbanda aproxima-se mais da origem nativa. Na estrutura, porém prevaleceu a influência Africana (nomes, rituais e costumes)
A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Judaísmo, o Exoterismo, etc..., o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhes dão características próprias.

Tem a Umbanda seus Sacerdotes, com seus graus iniciáticos, como Tatás (com mais de 30 anos), Babalorixás (homens) e Yalorixás (mulheres), podendo realizar Batizados, Casamentos e outras cerimônias dentro de seus cultos.

Se religião é todo culto que contém seu cortejo de Divindades, ou melhor, chamado de Teologia (relação entre os deuses e os homens), o seu cerimonial ou Liturgia (fórmulas consagradas de orações) e seus praticantes ou sua classificação hierárquica, Umbanda é Religião. Podendo ser enquadrada em outro sentido, como pr exemplo: Crença Mista, pelo fato de que a Umbanda nada mais é do que uma mistura de várias religiões, tendo fundamento básico na Crença dos Espíritos.

Surgimento da Umbanda

Esta religião brasileira, surgiu em 15 de novembro de 1908 com o médium Zélio Fernandino de Moraes que tinha 17 anos de idade. O Patrono foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Ordenado pelo astral superior, feita pela manifestação de espirítos que se apresentavam como Caboclos (índios nativos de nossa terra) e os Pretos Velhos (velhos africanos que haviam servidos como escravo) que não encontravam campo de ação nos remanescentes Cultos Negros, já deturpados, confusos e desordenados e dirigidos quase que exclusivamente para trabalhos do mal.

A Lei principal da Umbanda é resumida numa só palavra CARIDADE: no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambiciosos, vaiodos, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.

As normas da Umbanda são:
Sessões - assim se chamariam os períodos de trabalhos espirituais;
Vestes - os participantes estariam uniformizados de branco;
Sacrifícios - o sacrifício de aves e animais é totalmente alheio a Umbanda;
Fundamento Básico - é a crença ou culto aos espíritos evoluídos;
Atendimento - gratuito.

A origem da palavra Umbanda é oriunda do Sânscrito (a mais antiga língua da Terra _ raiz mestra dos demais idiomas existentes no mundo), que se pode traduzir por "DEUS AO NOSSO LADO" ou "O LADO DE DEUS". Um outro significado é UM _ DEUS (único) e BANDA _ POVO DA TERRA. A Umbanda não invoca os espíritos dos desencarnados sem luz.

Na Umbanda são trazidos, e não invocados, os espíritos dos desencarnados, através dos espíritos das Linhas (Caboclos e Pretos Velhos), a fim de conscientizá-los de que deixaram o mundo material, e portanto, deverão deixar de se ligar a tudo que é material.

A Umbanda fundamenta-se nos seguintes princípios: É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de qualquer classe ou ordem, encarnados (Alma) ou desencarnados(Espírito, prpriamente dito).

Em Essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos.
1. Na existencia de Deus Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários nomes (ZÂMBI);
2. Na crença de um "Orixá Maior", denominado de Oxalá;
3. Na crença de Entidades Espirituais em Plano Superior _ Os Orixás ou Santos, chefiando falanges;
4. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos Velhos);
5. Na existência do Espírito, sobrevivendo ao homem, em caminho de evolução, buscando o aperfeiçoamento (Exus);
6. Na crença da Reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito;
7. Na prática da Mediunidade, sob as mais variadas apresentações;
8. Na afirmação de que as Religiões constituem diversos caminhos de evolução espiritual, que conduzem a Deus;
9. Na prática da Caridade Material e Espiritual;
10. Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos;
11. Na crença de que o Homem vive num Campo de Vibrações, que condicionam sua vida para o bem ou para o mal, conforme sua própria tônica vibratória.

As Setes Linhas Da Umbanda
1ª Linha - Linha de Oxalá



Esta Linha representa a força máxima da Umbanda, de onde provêm o êxito de todos os trabalhos. É composta de diferentes espíritos de diferentes raças da Terra, não somente brancos e negros, entre eles os espíritos de pretos velhos, padres e freiras, culas almas purificadas atingiram a perfeição.

Legião de Santo Antônio
Legião de São Cosme e São Damião
Legião de Santa Catarina
Legião de São Expedito
Legião de Santa Rita de Cássia
Legião de São Francisco de Assis (Semiromba-frade)
Legião de São Benedito ou Benzet

2ª Linha - Linha de Iemanjá



Dirigida por Iemanjá, também chamada carinhosamente de "Dona das Águas", "Rainha do Mar" e outros nomes. Tem a proteção de Oxum, dona dos lagos e cachoeiras, dos rios, da fecundação e do amor, bem como da Nanã, atuando nas águas das chuvas, realizando a limpeza da atmosfera, purificando as camadas aéreas para que tenhamos no solo, na terra, condições de vida. Composta também de espíritos de diferentes raças, de caboclos, Pretos Velhos e Exus.

Legião das Sereias, sob a proteção de Oxum
Legião das Ondinas, sob a direção de Nanã
Legião das Caboclas do Mar, sob a orientação de Indaiá
Legião das Caboclas dos Rios, sob a chefia de Iara (Entidade dos Rios)
Legião da Estrela Guia, sob a direção de Santa Maria Madalena
Legião dos Marinheiros, sob a chefia de Tarimá
Legião dos Calungas, dirigida poe Exu Calunga ou Calunguinha

3ª Linha - Linha de Omulu (Obaluayê)

Esta Linha Linha é dirigida por Omulu (Obaluayê), que detem o poder sobre os corpos vivos ou mortos. Senhor da morte, tem seu trono assentado no Cruzeiro dos cemitérios. Esta Linha é cosntituída de espíritos de médicos e cientistas, Caboclos, Pretos Velhos, Exus e Médiuns Curadores

Legião de José de Arimatéia, integrada pelas Falanges de Médicos e Cientistas
Legião de São Cipriano, integrada pelas Falanges de magias
Legião de Caboclos, integradas por Falanges de Caboclos oriundos de todas as raças
Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de Preto Velhos oriundos de todas as raças
Legião dos Povos Orientais, constituídas por Falanges de espíritos evoluídos de todo o Oriente
Legião dos Médiuns Curadores, intregrada por médiuns cuja mediunidade é curadora, aqueles que são magnetizadores, são mais ou menos aptos a curar através das mãos
Legião de Exu Curadô, constituída de falanges de Exus sob o comando de Exu Curadô (MARAMAEL)

4ª Linha - Linha de Ogum

Esta Linha, dirigida por Ogum (São Jorge), "Orixá da Guerra", cujas Legiões são chefiadas por guerreiros de diversas raças, constituídas de Caboclos, Preto Velhos e Exus, invoca as demandas espirituais.

Legião de Ogum Beira-mar, aliada ao povo do mar
Legião de Ogum Malei, aliada à Linha de Malei (Povo de Exu)
Legião de Ogum Megê, aliada ao povo Megê (negros africanos)
Legião de Ogum Naruê, aliada ao povo Naruê (escravos de várias raças)
Legião de Ogum Nagô, aliado ao povo de ganga (Linha de Nagô)
Legião de Ogum Iara, aliada ao povo dos rios (Caboclos)
Legião de Ogum Rompe-Mato, aliada a Oxossi e seu povo da mata

5ª Linha - Linha de Oxossi

Esta Linha é chefiada por Oxossi, "Orixá das Matas", "Orixá da Fartura" constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores utilizando o processo de "Passes" e praticando a cura através das ervas, aplicadas por caboclos, com o auxílio dos exus das matas.

Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas (ou Caboclo das 7 Matas), que dirige as Falanges dos povos das florestas, tais como os espíritos das tribos Aimorés, Tupi, Tupiniquins e etc...
Legião de Araribóia, chefiada pelo Cacique Araribóia
Legião de Urubatão, chefiada pelo Caboclo Urubatão
Legião da Cabocla Jurema, chefiada pela Cabocla Jurema
Legião dos Tamoios, chefiado por Grajaúna
Legião dos Guaranis, chefiada por Araúna
Legião dos Peles-Vermelhas, chefiados por Águia Branca, integrando as Falanges de índios Chippeway, Sioux e etc...

6ª Linha - Linha de Xangô

Esta Linha dirigida por Xangô, "Orixá do Fogo" sob a orientação de São Jerônimo, também denominado Orixá da Justiça, impõe a justiça, dando castigo a quem merecer. É a Linha na qual aqueles que foram humilhados, serão elevados espiritualmente, os que castigaram, serão castigados e os que se enalteceram, serão rebaixados.

Legião de Iansã, chefiada por Santa Bárbara
Legião do Caboclo Ventania (ou dos Ventos)
Legião do Caboclo das Cachoeiras
Legião do Caboclo Sete Montanhas
Legião do Caboclo Pedra Branca
Legião do Caboclo Cobra-Coral
Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de todas as raças e dos povos de Quenquelê

7ª Linha - Linha das Almas

Dirigida por Dom Miguel, que no sincretismo católico corresponde ao Arcanjo São Miguel, integrada por Omulu (Obaluayê)

Legião de Pai Cambinda, integrado pelas Falanges do Povo da Costa
Legião de Pai José D'Angola, integrado pelas Falanges do Povo D'Angola
Legião de Pai Congo (ou Rei Congo), integrada pelas Falanges do Povo do Congo
Legião de Pai Jerônimo, integrada pelas Falanges do Povo da Moçambique
Legião de Pai Francisco, integrada pelas Falanges do Povo da Loanda
Legião de Pai Benguela, integrada pelas Falanges do Povo de Benguela
Legião de Pai Guiné, integrada pelas Falanges do Povo de Guiné

Resumo das 7 Linhas de Umbanda

1ª Linha de Oxalá - que representa a paz, a tranquilidade
2ª Linha de Iemanjá - que representa a procriação
3ª Linha de Omulu (Obaluayê) - que representa a saúde
4ª Linha de Ogum - que representa a luta, a demanda
5ª Linha de Oxossi - que representa o trabalho, a fartura
6ª Linha de Xangô - que representa a justiça
7ª Linha das Almas - que representa a humildade, a bondade
fonte: http://www.caboclajurema.com.br/


Conheça mais sobre a UMBANDA por outras fontes:

Existem algumas versões que são um tanto controversas sobre a origem da Palavra Umbanda.

Conheça algumas delas:

Origem 1
Na Africa em terras bantas, muito antes de chegada do branco, já existia o culto aos ancestrais (chamados depois no Brasil "guias"). Também era conhecida a palavra "mbanda" (umbanda) significando "a arte de curar" ou "o culto pelo qual o sacerdote curava", sendo que mbanda quer dizer "O Além - onde moram os espíritos". Os sacerdotes da umbanda eram conhecidos como "kimbandas" (ki-mbanda = comunicador com o Além).

Origem 2
A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos. Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.

O termo Umbanda, considerado a "Palavra Perdida" de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais. Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo Jesus. Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente: AUM - BAN - DAN. Sua tradução pode ser ncomprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, na sua obra "O ARQUEÔMETRO".

AUM significa "A DIVINDADE SUPREMA"

BAN significa "CONJUNTO OU SISTEMA"

DAN significa "REGRA OU LEI"

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa "O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS"

Conceitos de Umbanda:A Umbanda é uma religião natural que segue minuciosos ensinamentos de várias vertentes da humanidade. Ela traz lições de amor e fraternidade sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em seus fundamentos.

A essência, os conceitos básicos da Lei de Umbanda fundamentam-se no seguinte:
Existência de um Deus único

Crença de entidades espirituais em evolução

Crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual

Crença em guias mensageiros

Na existência da alma

Na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médiun

Essas são as principais características fundamentais das Leis de Umbanda, uma religião que prega a Paz, a União e a Caridade.

07(sete) Linhas de Umbanda:A Umbanda se divide em 07(sete) linhas que são assim classificadas:
1- Linha de Oxalá ou Linha de Santo
Nesta linha as falanges são de Santo Antônio, São Cosme e Damião, Santa Rita, Santa Catarina, Santo Expedito e São Francisco de Assis. Esta linha é responsável por desmanchar os trabalhos de magia.

2- Linha de Yemanjá
Tem falanges das sereias que tem por chefe Oxum. Ainda nessa linha temos a falange das ondinas chefiada por Nanã; falange das caboclas do mar; Indaiá da falange dos Rios; Yara dos marinheiros e Tarimã das Calugas-Caluguinha da Estrela-guia.

3- Linha do Oriente
Subdividida pelas falanges do Hindus, dos médicos, dos árabes, chineses, oriente, romanos e outra raças européias.

4- Linha de Oxossy
Dividida nas falanges de Urubatão, Arariboia, Caboclo das 7 Encruzilhadas, Águia Branca e muitos outros índios chefes falangeiros que protegem contra magia, dão passes e ensinam o uso das plantas medicinais.

5- Linha de Xangô
Dividida nas seguintes falanges: falange de Yansã, do Caboclo do Sol, Caboclo da Lua, Caboclo da Pedra Branca, Caboclo do Vento e Caboclo Treme-Terra.

6- Linha de Ogun
Dividida nas falanges de Ogun Beira-Mar, Ogun Iara, Ogun Megê, Ogun Naruê, Ogun Rompe-Mato, esta linha protege os filhos contra as brigas, lutas e demandas.

7- Linha Africana
Dividida nas falanges do Povo da Costa, Pai Francisco, Povo do Congo, Povo de Angola, Povo de Luanda, Povo de Cabinda e Povo de Guiné, eles prestam caridades e orientam os fiéis para a prática do bem.

A Umbanda apresenta como mensagem religiosa a prática da caridade pura, o amor fraternal, a paz e a humildade. Ela também se propõe a produzir, pela magia, modificações existenciais que permitam a melhoria de vida do ser humano.

Através do ato da caridade e dedicação espiritual é que o médiun de Umbanda vai adquirindo elevação e consciência do valor de seu Dom mediúnico, que na verdade foi lhe dado por Zambi para que se aprimorasse aqui na terra.

As incorporações, os passes e descarregos feitos pelo médiun de Umbanda são todo o conjunto de afazeres espirituais que dia a dia fazem parte da vida do médiun. Portanto, o médiun é patrimônio maior desta maravilhosa religião de Umbanda.

Ponto Riscado na Umbanda:O ponto riscado possui grande significado e valor mágico no culto de Umbanda. É através do ponto riscado que os guias contam toda sua história, sua origem e passagem do mundo material e astral.

O ponto riscado é um emblema-símbolo. Os símbolos são sinais expressos de forma que dão a entender uma intenção ou trajetória humana. No caso do ponto riscado, os guias usam a pemba para poder riscar os seus pontos ou símbolos espirituais.

Uma das grandes provas de incorporação na Umbanda é o ponto riscado, pois acredita-se que se uma entidade não estiver realmente bem incorporada ela não saberá riscar o ponto que a identificará das demais.

Guias:Abaixo encontram-se relacionadas as cores das Guias (no Candomblé é chamado de Fio de Contas) de acordo com os Orixás:

Exu preto e vermelho

Ogun vermelho

Oxossy verde

Xangô marrom

Oxum claro azul

Yansã ou Oyá amarelo ouro

Omolu e Obaluayê preto e branco

Yemanjá cristal/azul e branco

Nanã roxo

Oxalá branco

A diferença entre “Tenda” e “Terreiro” :A partir de 1904, começaram a surgir no Rio de Janeiro várias casas de Umbanda denominadas de "tendas”. O termo tenda era utilizado para designar e distinguir a forma de culto adotado. Tenda era a casa de Umbanda que era estabelecida em um sobrado, ou seja, no alto, pois era comum naquela época realizar sessões nestes lugares. Como exemplo, Tenda do Caboclo-Mirim, Tenda do Caboclo da Lua, Tenda de Ogun Megê e assim sucessivamente.

Já o termo terreiro foi adotado para designar aquelas casas que eram estabelecidas no chão. Daí serem classificadas de “Terreiro de Umbanda”. O terreiro foi muito mais difundido do que as tendas devido ao próprio espaço oferecido para culto e foi com esse tipo de associação religiosa que a Umbanda conquistou boa posição no país.

Pretos-Velhos:Existe na Umbanda uma linda falange denominada de

“Falange dos Pretos-Velhos” ou “Linha das Almas”. Originários dos escravos no cativeiro, os pretos-velhos tem como característica principal a prática da caridade.

Como disse, os pretos-velhos viviam no cativeiro amontoados em senzalas, alimentavam-se de mingau de farinha, inhame, toucinho, banana, enfim comiam tudo que tivesse calorias baratas. Eram submetidos às condições desumanas e implacáveis de trabalho. Só os mais fortes sobreviviam.

Um preto-velho quando incorpora no médiun vem de forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo tosco que existia nas senzalas.

Os pretos-velhos ainda fumam cachimbo de barro ou de madeira rudimentar, falando com os visitantes e filhos-de-santo, usando um linguajar comum aos escravos que não falavam bem o português.

Destaco abaixo alguns nomes de pretos-velhos que baixam prestando inúmeras caridades:
Pai Joaquim da Angola

Pai Joaquim do Congo

Tia Maria

Vovó Benedita

Vovó Maria Conga

Vovó Maria Redonda

Vovó Cambinda

Vovó Luíza

Vovô Rei do Congo

Vovó Catarina D’Angola

Caboclo
No culto de Umbanda, Oxossy é o chefe da linha de caboclos. O caboclo é a imagem do indígena nativo de nossa terra e quando incorporado, presta caridade, dá passes, canta, dança e anda de um lado para outro em lembranças aos tempos de aldeia.

Conhecedores de muitas ervas, os caboclos têm um papel muito importante: os remédios de ervas e amacis, em que amacis são mistura de ervas que maceradas servem para o fortalecimento do filho-de-santo.

Já os remédios de ervas são plantas ou ervas que combinadas ou sozinhas servem para aliviar ou até mesmo curar doenças.

Nisso tudo os caboclos têm participação muito especial e são encarados e interpretados pelo povo como uma entidade que veio ajudar e aliviar as pessoas dos seus problemas.

Alguns nomes de caboclos:
Caboclo 7 Estrelas

Caboclo 7 Flexas

Caboclo Guará

Cabocla Jurema

Cabocla Jandirá

Caboclo Pena Branca

Dentre muitos caboclos que baixam em vários terreiros, o Caboclo Boiadeiro tem sempre uma participação especial nas seções de caboclo.

Boiadeiro é muito respeitado e aplaudido por trazer de volta ao nosso convívio toda a sua experiência adquirida em tempos de boiada, do sertão bravio, do homem responsável pela conduta da boiada do seu patrão.

De um modo geral, Boiadeiro usa um chapéu de couro com abas largas (para proteger-lhe do sol forte), calças arregaçadas e movimenta-se muito rápido. Um pequeno cântaro para carregar água, tão importante para a viagem. O chicote que usa para açoitar as rez feroz. A corda, usada para laçar o boi brabo, ou para pegar aquele que se afasta da boiada, ou ainda usada para derrubar o boi para abate. Boiadeiro, na verdade, traz toda uma soma de sabedoria acumulada dessas viagens e vivências do campo. Na verdade, estamos descrevendo uma maravilhosa entidade de muita luz e muita força.

Abaixo, encontra-se a Oração ao Caboclo:
Salve meu Pai Oxossy

Salve toda sua Macaia

Salve todo o Juremá

Saravá meu Caboclo Norikuá

Caboclo Valente

Que tem me amparado

Nesta jornada terrena

Obrigado, Caboclo!

Por me guiares pelo caminho do Bem.

Caboclo que pela graça de Oxalá

Brilha na seara de Umbanda

Okê-Caboclo! Podedete Acotera Didian

Saravá Seu Norikuá!

Oração à Cabocla Jurema

Juremá, Linda Cabocla de Pena

Rainha da Macaiá

Ouve o meu Clamor.

Jurema me livra dos perigos e das maldades

Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha

Nunca me deixe em falta

Que o teu bodoque seja sempre certeiro

Contra os que tentarem me destruir.

Jurema caminha comigo, ô Cabocla

E me ajuda nesta jornada da Terra.

Jurema que a sua força, junto com vosso Pai Caboclo Tupinambá

Me acompanhe hoje e sempre

Em nome de Zambi,

Salve a Cabocla Jurema!

A Jurema - Sua Importância:O nome "Jurema" vem do tupi-guarani:

Ju significa "espinho" e Remá, "cheiro ruim".

A jurema é uma planta da família da leguminosas. Os frutos das plantas leguminosas são vagens. Existem várias espécies de jurema, como por exemplo: Jureminha, Jurema Branca, Jurema Preta, Jurema da Pedra e Jurema Mirim.

Esta planta tem muita importância no culto espiritual dos caboclos e nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, tanto que dá nome a um culto chamado de "Culto à Jurema".

Esse culto deve-se ao fato de que os nossos índios enterravam seus mortos junto a raiz da jurema. Daí passavam a cultuar esses mortos para que eles evoluíssem espiritualmente e habitassem o tronco da jurema ajudando a todos da tribo em suas necessidades.

No Nordeste, este culto recebeu outros nomes como:
Toré, Curicurí Praiá e Juremado.

Mas, o culto de caboclo não ficou restrito apenas ao índio brasileiro. Os negros de origem banto incorporaram os caboclos aos seus cultos e passaram a chamar este culto de "Candomblé de Caboclo" ou "Samba de Caboclo".

Nos Juremados, o mestre utiliza-se de um maracá, espécie de chocalho e de um cachimbo feito às vezes de pinhão-roxo para soprar fumaça para à esquerda ou para a direita.

A jurema é utilizada para tomar banho de descarga com suas folhas. Serve como defumador para cura de dor de dente, doenças sexualmente transmissíveis, insônia, nervos, dores de cabeça. Faz ainda: figas, patuás, rosários. Utiliza-se para fazer rezas com suas folhas contra mau-olhado e olho-grande. Serve ainda para fazer um dos maiores fundamentos do Culto à Jurema, que é uma bebida à base de infusão das folhas da jurema, com casca do tronco e da raiz misturado com mel de abelha, garapa de cana-de-açúcar e cachaça. Essa é a bebida preferida dos Encantados que baixam no Toré e no Culto à Jurema.

Origem 3
A palavra Umbanda significa “ Um ” = “ Deus ” e “ banda ” = “povo ”, que vem da velha África há 7 mil anos, quando esse povo era livre em suas tribos e eram felizes juntos com os animais e a natureza, onde cultuavam os seus Deuses e os seus Orixás .

Esse povo não tinha e não conhecia a maldade, mas com a chegada dos homens brancos que pela suas saudades e ganâncias de dominadores e religiosos, acabaram por conhecê-la.

Através dos séculos procuraram mentir e enganar os seus adeptos brancos de que os negros eram inferiores (por causa de sua cor); os fizeram de escravos em porões imundos de navios negreiros em que a maioria deles, não chegavam vivos.

Ao chegarem ao Brasil, receberam os piores castigos dos donos dos Engenhos e capatazes.

Nas Senzalas, recebiam os piores castigos por não falarem o idioma português e, não cultivavam a religião dos mesmos “ claro, a religião Católica ”; os alimentos eram os mesmos dos animais, isto é, quando haviam sobras, mas só que os negros tinham a Fé em “ OXALÁ ”, que como para os brancos era “Deus ”, que é Universal.

Claro que veio a libertação dos escravos como todos sonhavam, com a Princesa Isabel, mesmo assim, o calvário continuou até que em 1917, o médium chamado Zélio de Morais, que morava no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, que recebeu o Espírito do Caboclo das 7 Encruzilhadas em um centro Kardecista, e foi expulso por não pertencer ao Núcleo, resolveu o mesmo, por Deferência Divina, fundar a “Umbanda” por ordem do mesmo Caboclo.

Mas os Espíritas, durante 3 décadas sofreram perseguições da Igreja Católica, mas o médium Zélio de Morais não se deixou abater pelas perseguições das religiões e continuou a sua luta.

Muitos Espíritos se uniram na “Umbanda” para continuarem sua jornada, mesmo sendo criticados como foi o próprio Cristo no passado, e tão mandado a proteger as igrejas nos dias de hoje, isto é, logicamente pelo seus proprietários que usam as diversas Mídias (rádio, jornal, televisão) com grandes faturamentos.

Porém, a nossa “Umbanda” ainda em nossos dias, continua pobre mas continua com Deus.

As religiões e seus donos terão que acertarem suas contas “além da Terra”, não com o “Criador”, mas com a sua “Consciência”, porque a lei cármica cobra e muito caro, o dinheiro que pegaram de seus adeptos, pois, ela será o carrasco de um futuro próximo.

Não importa a religião ou seita, mas amem-se uns aos outros, e o Pai irá reconhecê-los como seu filho.

Le Baron
Fonte: www.fietreca.org.br

A Umbanda é uma religião resultante do sincretismo afro-católico-indígena que foi fundada em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes. Este, após curar-se de uma paralisia considerada pelos médicos como irrecuperável, foi tomado por uma grande força espiritual, resolvendo a partir de então instituir o culto. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade que presidiu a primeira reunião, foi quem escolheu o nome Allabanda, que modificado posteriormente para Aumbanda, que em sânscrito significa “Deus ao nosso lado” ou “o lado de Deus”. Foi somente tempos depois, provavelmente por um erro de grafia, que o nome passou a Umbanda. Para esta religião, como em muitas outras, existe uma Santíssima Trindade, constituída por Tupã, o Criador, Oxalá, o filho de Deus e Iemanjá, a deusa do amor.Essas três entidades superiores são, respectivamente, derivadas do sincretismo indígena, católico e africano.

A Umbanda trabalha com sete linhas que são faixas de vibração espiritual a qual é representada e chefiada por um orixá. Cada linha é subdividida em Falanges, que por sua vez se subdivide em subfalanges, que se dividem em bandas.As bandas se ramificam em sete legiões que se repartem em sete sublegiões e estas, por fim se subdividem em sete povos. A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo porque abrange os santos da Igreja Católica em geral. A segunda é a linha de Iemanjá que engloba as ondinas, caboclas do mar e outras entidades relacionadas à água. A terceira, do Oriente ou de São João Batista, é formada por médicos, sacerdotes, hindus, etc. A linha de Oxóssi é a composta de caboclos e caboclas, ou seja índios, e é comandada por São Sebastião. Na quinta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalham Santa Bárbara, caboclos e pretos-velhos.A sexta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos-velhos e soldados romanos.Por fim, a sétima linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo das Costa do Congo, de Angola e de todo povo da África.

A Umbanda é uma religião de culto material, baseada na mediunidade, na magia , com seus rituais e liturgias próprias. Dentre estes destacam-se o ponto riscado e o ponto cantado.O primeiro é a utilização de um desenho riscado com giz denominado pemba pelos umbandistas, que dependendo da forma e da cor serve para chamar determinada entidade ao mundo material. Já no segundo caso, que é uma espécie de prece evocativa cantada, existem diversos tipos. Há os pontos de louvor, utilizados apenas para homenagear determinada entidade ou abrir os trabalhos, os pontos de descida, cantados para chamar os orixás para que desçam para incorporar o médium, e os pontos de subida entoados para a desincorporação. Os médiuns são também denominados “cavalos” ou “aparelhos” e os cultos são realizados em Terreiros ou Centros embora seja freqüente a realização de oferendas nas florestas, praias e fontes de água.

A Umbanda obedece a diversos rituais que além dos já citados incluem os banhos de ervas consideradas sagradas, defumações com incensos, o uso de velas e de bebidas alcoólicas e os famosos passes, onde o médium utiliza a fumaça de seu charuto ou cachimbo e da imposição de suas mãos nas costas, na frente no braços da pessoa, realizando movimentos de cima para baixo, no intuito de neutralizar as más influências que porventura possa estar sofrendo o indivíduo.
Fonte: cacp.org.br

Umbanda é uma religião originalmente brasileira que miscigena elementos das mais diversas religiões e culturas mundiais. Os conceitos relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista. Por se tratar de uma religião com diversas variações devem ser buscadas informações sobre suas mais variadas vertentes. Algumas destas vertentes são citadas neste artigo.

O que é a Umbanda?
A Umbanda é uma religião brasileira, fundada em 15/11/1908, e fundamentada em 3 pilares que são sua base de sustentação: O AMOR, A CARIDADE E A HUMILDADE. Admite um deus único (OLORUM), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "filhos de fé") reverenciam entidades superiores denominados ORIXÁS, sendo o principal Jesus (OXALÁ).

Preto-VelhoÉ orientada também pelos guias espirituais - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada LINHA que por sua vez está ligada diretamente a um determidado Orixá. Os guias têm ricos conhecimentos de amor, caridade, fé, justiça e evolução, entre outros, que se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação uma delas - ato pelo qual uma pessoa médium, consciente, semi-consciente ou não, permite que outros espíritos falem através de seu corpo físico.

Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam na mecânica da incorporação. Cada arquétipo está numa determinada Linha Vibracional dentre os 7 Orixás essenciais ou 7 Linhas. Como exemplos desses arquétipos podemos citar: os Pretos Velhos, os Caboclos, os Baianos, os Boiadeiros e os Erês (Crianças). Os arquétipos são apenas roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem nos terreiros e não entidades que necessariamente foram escravos, índios ou crianças.

Cada terreiro tem a sua forma de interpretar a Umbanda; os ritos também diferem de casa para casa. A maioria utiliza atabaques e outros instrumentos musicais para acompanhar os seus pontos cantados, mas alguns só cantam mantras.

Toda gira de umbanda tem como base o processo de defumação - elemento característico das giras - que consiste na queima de ervas essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o recebimento das entidades que ali trabalharão.

As giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. Após a incorporação do médiuns (cavalos) pelos seus respectivos guias, inicia-se o atendimento espiritual para o público, em que a todos são convidados a tomar um "passe" com os guias que estão em terra, que trabalham exclusivamente para a caridade e se utilizam de alguns materias como velas, ervas, pedras, pembas (giz) para riscar seus pontos riscados ou mandalas.

A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kiumbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral ou com seres da natureza (os elementais) e utiliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e a sabedoria dos mestres da Aruanda para a cura e a energização do campo astral humano, com a atuação nos centros de força dos corpos e nos campos energéticos das pessoas que "...vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas", e também traz muito ensinamento das verdades da espiritualidade maior.

Origem
A Umbanda nasceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1908, através do médium Zélio Fernendino de Moraes.

Teve-se ínicio com o Cabloco da 7 Encruzilhadas, que afirmou que estava vindo naquele momento para oficializar uma nova religião que se chamaria Umbanda (para todas as bandas), ou seja, "para todos", onde não existiria nenhum tipo de discriminação e onde todos seriam bem-vindos.

A partir daquele momento foi fundado o 1° terreiro de Umbanda, denominado "Centro de Umbanda Nossa Senhora da Piedade", em homenagem à Maria, mãe de Jesus.

Também há informações que a Umbanda é tão antiga quanto o candomblé e veio junto com os negros da África, mas não se tem provas suficientes.

Sincretismo
Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, entretando seus senhores não gostavam, e tentavam convertê-los a fé cristã. Aqueles que não se convertiam eram cruelmente castigados. Foi então que nasceu o sincretismo em que os negros africanos associaram os Orixás aos santos católicos de seus senhores. Embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os santos católicos, na verdade estavam cultuando seus amados Orixás. Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar os espíritos ditos Pretos-Velhos (espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos "Pais e Mães de Senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África), que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material daqueles que estavam no cativeiro.

Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção.

Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.

Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos "Candomblés de Caboclo". Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje.

No início do sec. XX com o surgimento da Umbanda, esta que muitas vezes era realizada nas praias começou a ser conhecida pelo termo macumba, pois macumba nada mais é que um determinado tipo de madeira usada para produzir o atabaque usado durante as giras; por ser um instrumento musical, as pessoas referiam-se da seguinte forma: "Estão batendo a macumba na praia", ficando então conhecidas as giras como macumbas. Com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, judaísmo, etc, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo.

A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda.

UMBANDA: A origem do vocábulo está na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um. É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinam-se para formar a vogal composta O). É a sílaba mística, emblema da divindade, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. Já a palavra Bandha, também de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra. Assim, analisando as duas palavras, podemos definir a Umbanda como sendo o elo de ligação entre os planos divino e terreno. Infelizmente, na época da revelação da Umbanda em terras brasileiras, não houve a preocupação em se manter a integridade do vocábulo. A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda.

Com o passar do tempo as pessoas foram agregando metodologias, vocábulos e detalhes de praticas provindas de outras religiões como candomblé, por exemplo. Esta fusão vem distanciando a verdaeira Umbanda dos seus fundamentos iniciais. Hoje ouve-se falar de Umbandomble (mistura de umbanda com candomblé) e outras "umbandas" como descrito abaixo, mas a verdadeira Umbanda, aquela nascida no Brasil em 1908 ainda continua sendo praticada em muitos terreiros e em casas nesse pais.

A incorporação de guias também ocorreu em outras religiões como no Candomblé de Caboclos ( desde de 1865 - as primeiras manifestações de Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e Pretos-velhos aconteceram dentro do Candomblé de Caboclos ), no Catimbó, no Espiritismo. Em 1908 , na Federação Espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).

As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.

Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorizando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às religioes mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo Kardecista - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.

Hoje temos várias religiões com o nome "Umbanda" ( Linhas Doutrinárias ) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.

Alguns exemplos dessas ramificações são:
Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos;

Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;

Umbanda Branca e/ou de Mesa - Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;

Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;

Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;

Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";

Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;

Umbanda de Caboclo - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";

Umbanda de pretos-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;

Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.

Os Fundamentos
A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos: -A caridade é a base da umbanda, e ela pode se dar tanto por meio de auxílio espiritual com as consultas tanto como caridade que todos conhecemos.

-Aceleração da evolução do ser através de ensinamentos assistemáticos e posteriormente sistemáticos.

-Auxílio religioso e magístico.

-Culto aos Sagrados Orixás.

-Integração do ser às hierarquias divinas.

-Esgotamento e aceleração cármica do ser.

Um Deus único e superior
Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus - Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.Infelizmente deve-se aos limites da linguagem humana a falta de precisão em conceituar o que seria Deus. Isto por que uma das características da Divindade Suprema é ser Infinito, sem medidas, o que remete apenas conhecer parcialmente sua “Natureza”.

Mormente cabe ao homem a aventura de tentar decifrar a “Divindade”, pela fé, pelo amor e pela razão e é sobre esta Grande Aventura Humana é que pretendemos falar.

Os Orixás
Os Orixás não são deuses como muitas pessoas podem conceber, assim como em outras religiões, mas sim divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zambi (dentro da corrente Bantu).

Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como manifestações de diferentes arquétipos universais, que seriam uma síntese de leis e princípios cósmicos e naturais, que representariam as diferentes manifestações da forças naturais expressos na forma de símbolos. Cada pessoa está ligada a um desses arquétipos(Orixás) e sua evolução deve seguir os padrões dessa síntese simbólica a qual a pessoa está relacionada.

Na Umbanda Esotérica e Iniciática temos a seguinte interpretação:
Os Orixás são vibrações de Deus, vem Dele, mas não são Ele, são princípios irradiados da Suprema Inteligência, regem a Criação e a Evolução em todo o Cosmos. Sete são as vibrações, que imprimem na natureza um ritmo setenário que pode ser visto nas cores, no som, nas formas, nos seres e em todos os elementos da natureza .

Na Umbanda (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confunde-se a força da natureza com o próprio Orixá):

Oxum: As águas doces.

Iemanjá: As águas salgadas.

Iansã: Os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos.

Xangô: A força das pedreiras.

Oxóssi: A energia das matas.

Ogum: Dos metais.

São 7 os Orixás ou Linhas na Umbanda, em ordem:
Oxalá: Representado por Jesus.

Oxossi: Representado pelos caboclos ou indios brasileiros ou não.

Ogum: Os chamados guerreiros.

Ibeji Bejada: A linha das crianças.

Oxum: Representada pela força da água doce, rios e cachoeiras.

Xangô: Representa a justiça e a força das pedreiras.

Yemanjá: Representa a água salgada, o mar.

A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais são seus protegidos e uma parte das emanações do Orixá presentes no Orí ou Camatuê (Camatua) desses filhos.

Existe a compreensão do trabalho dos Orixás na Umbanda em 7 Linhas. Rubens Saraceni as divide da seguinte forma.

Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração.

Ainda, segundo Saraceni, os 14 orixás de Umbanda colocados pela ordem das linhas que trabalham:
Fé: Oxalá e Oya.


Amor: Oxum e Oxumaré.

Conhecimento: Oxóssi e Obá.

Justiça: Xangô e Eugunitá.

Lei: Ogum e Iansã.

Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê.

Geração: Yemanjá e Omulu.

eferências
Africanas, Indígenas, Européias e Indianas. A Umbanda é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram siscretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).

A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.

A máxima dentro da Umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

O culto umbandista
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.

O chefe do culto no Centro é o Sacerdote (a Bá, ou Iyalorixá, ou a Diretora de culto, ou Mestra, ou a Mãe de Santo - para o Sacerdote feminino; ou o Babá, Babalorixá, os Diretor de culto, ou o Mestre, ou o Pai de Santo - para o Sacerdote masculino) ] que é quem coordena as sessões/giras e que irá incorporar o guia chefe que comandará a espiritualidade e a materialidade do local dos trabalhos. Normalmente esse guia, que comanda, é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária).

Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.

As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, cavalos ou "burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.

"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:

Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.


Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.

Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.

As sessões
O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras.

Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro. No nosso, elas se dão às segundas e sextas-feiras.

Nas segundas, são feitas as sessões de consulta com Pretos-Velhos, onde as pessoas conversam com nossas entidades, afim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o passe e o descarrego. No passe, os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa. Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o Preto-Velho.

Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão.

Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Normalmente são feitos as segundas-feiras e nas sextas-feiras; não sendo este parâmetro contado como regra.

Médiuns
Médium é toda pessoa que têm a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audição (ouvir) ou pela pscicografia (escrever movido pelos espíritos).

O médium veio com a responsabilidade e com o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás, ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia e não apenas no terreiro.

A mediunidade não deve ser vista ou vivenciada como um dom ou poder maior concedido ao médium ,e sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou um forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.

Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado, e se envaidecem agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obssessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estão na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria a regido através de um profundo estudo da religião e seguido pelo conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.


As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia-a-dia.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui suas críticas acompanhadas de sugestões, para melhorarmos nosso blog. Obrigado!