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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

DIDÁTICO (BOLSOLÃO - Carlos Latuff)



Primeira semana de Bolsonaro eleito foi um pesadelo para o país, 
por Mauro Lopes  (https://www.brasil247.com/)

Completamos uma semana desde que Bolsonaro foi eleito. Foi uma sucessão tão alucinante de notícias e eventos trágicos para o país que a sensação é de que passou muito mais de uma semana. É como se ele tivesse sido eleito há mais de um mês, há meses. A lista que ele e seu grupo produziram é impressionante. 

Na entrevista que marcou a "estreia" de Bolsonaro como presidente eleito, ao Jornal Nacional, na noite de segunda-feira passada (29), o país ficou sabendo que a ameaça de exílio e banimento da oposição está mantida e vale para os líderes do PT e PSOL; que o presidente eleito mantém intacta a mentira do "kit gay" e que a imprensa que não se ajoelhar irá sofrer sanções econômicas. 

A partir de então, foi uma atrás da outra. 

Ameaça de conflito com a China; ataques ao Mercosul; anúncio da transferência da embaixada brasileira para Jerusalém; ameaça de rompimento das relações diplomáticas com Cuba; ameaça de guerra contra a Venezuela. Com as bravatas, o governo eleito põe e risco quase a metade do comércio externo: 44,6% em valores referentes a janeiro-setembro de 2018 – nada menos que US$ 82,4 bilhões. 

Paulo Guedes, um dos homens fortes do novo governo, além dos ataques ao Mercosul, hostilizou abertamente o empresariado industrial brasileiro dizendo que ele vive de fazer lobby, anunciou que tentará liquidar com a Previdência Social brasileira como mecanismo de solidariedade e que pretende implementar o modelo chileno, que causou uma hecatombe sobre os velhos do país atravessado pelos Andes. Não foi só: sinalizou o fim do BNDES e do papel de patrocínio à cultura do sistema S (Sesc, Senai, Sebrae, Senai e outros), voltando-o à tarefa de adestramento dos trabalhadores e trabalhadoras, tal como era idealizada a educação no século 19. 

E mais: Guedes defendeu a "independência" do Banco Central, transformando-o em definitivo numa autarquia dos bancos privados. Nos bastidores, tem manobrado intensamente para favorecer os investimentos bilionários de seu grupo, o Bozano, em educação à distância, com a demolição das bases do ensino no país para sua privatização a implantação do modelo à distância (sem escolas físicas) até para as crianças do Fundamental. 

Outro que desponta como homem forte do novo governo, o general Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, foi o responsável por reapresentar ao país uma figura que havia sido enterrada com o fim da ditadura: os militares da "linha dura". No período ditatorial, quando os militares davam as cartas na vida nacional, a imprensa criou essa nomenclatura para caraterizar aqueles que eram os operadores do sistema de repressão, tortura e assassinatos políticos semiclandestino dos governos dos generais. Heleno anunciou que acabou a era dos direitos humanos no país e que eles serão reservados apenas para os "humanos direitos" -aquelas pessoas que, aos olhos do novo governo, comportarem-se de acordo com as expectativas. 

Na sequência, o general avisou que o novo governo pretende mudar a legislação para que os policiais possam atirar contra as pessoas livremente, sem receio de punição. Ele apoiou abertamente a pretensão do governador eleito Rio de estabelecer uma política de extermínio no Estado e foi além, referendando diretamente a intenção de Wilson Witzel de contratar atiradores ('snipers') para atirar a seu bel-prazer contra 'bandidos'. A ideia escandaliza juristas, que a consideram unanimemente ilegal e conta com a oposição até do ministro da Segurança de Temer, Raul Jungmann, que não pode ser 'acusado' de progressista. Neste domingo, em seu twitter, Bolsonaro indicou seu apoio à ideia dos atiradores. 

Augusto Heleno ainda desfechou um ataque violento ao embaixador Celso Amorim. Uma entrevista de Amorim à rede de TV global CNN esteve na origem da agressão. Ele acusou o ex-chanceler e ex-ministro da Defesa de promover uma "campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula". E disse que Amorim tem uma "atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável” -um discurso típico das ditaduras contra seus opositores. A entrevista aconteceu na segunda-feira (29) e não foi por iniciativa de Amorim, mas da jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, respeitada mundialmente. 

A encenação em torno do "convite" a Sérgio Moro para ser uma espécie de superministro da Justiça -completando o trio de homens fortes do novo governo, ao lado de Guedes e do general Heleno- foi outro destaque da primeira semana, na quarta-feira (1). Por conta de uma indiscrição do vice de Bolsonaro, o general Hamilton Mourão, o país ficou sabendo que a ida de Moro ao governo foi articulada em plena campanha eleitoral, enquanto ele atuava contra Lula e o PT. Moro foi uma espécie de cabo eleitoral clandestino de Bolsonaro -um cabo eleitoral decisivo no resultado do pleito, pois foi o responsável por tirar do páreo o adversário que teria derrotado o capitão. Com a revelação de Mourão, a nomeação de Moro está maculada pela prova cabal de que a prática de lawfare contaminou a operação Lava Jato e espalhou-se como uma metástase por vastos segmentos do Judiciádio -lawfare é a expressão que significa uso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. 

Houve mais, muito mais. Mas este breve resumo basta. 

Mergulhamos num pesadelo, desses que por vezes nos assaltam na madrugada. Sabemos, mesmo dormindo, que é um pesadelo. Mas não conseguimos acordar e ficamos à mercê do terror com o qual ele nos encarcera. Será assim até 2022?

EU TAMBÉM PENSO...


Hoje vivemos no tempo das fake news, é o tempo do nonsense... Começam a negar a Ditadura Militar e seus horrores, depois negam os direitos trabalhistas como forma de acelerar a economia, negam os horrores da escravidão mais cruel ocorrida no Brasil, logo negarão que o homem não foi à Lua, que as guerras do século XX não ocorreram, que Jesus nunca existiu e que não pensamos, apesar de achar que pensamos, pois não penso, logo não existo... A "humanidade" no Brasil está doente. 

As eleições presidenciais de 2018 apenas demonstraram o quanto os "neoliberais" brasileiros são capazes de adoecer uma parcela da sociedade, justamente aquela que se diz mais letrada, o que não é sinônimo de criticidade, para satisfazerem seus desejos mais viscerais. 

Porém vai haver sempre muita luta, muita resistência, há muito de humano por aí nos velhos militantes da humanidade e naqueles jovens que agora se levantam contra o fascismo com uma coragem que os veteranos já tiveram e que promete contagiar muitos daqueles que hoje estão perdidos no nonsense em um reencontro com o humanismo e com a racionalidade. 

Uma coisa é muito clara para mim. Nessa eleição de 2018,  em que um fascista foi eleito por 39% do total de eleitores, demonstrou que muitos dos fascistas estão ao nosso lado e quando estiveram à vontade, liberados pelo "mito" (só se for mitômano) liberaram seus mais horrorosos monstros. 

Foi cristão mostrando que pouco tem de Jesus Cristo; foi um número grande de racistas, nordestefóbicos, homofóbicos, misogínicos, machistas, xenófobos, apologistas da violência, aparecendo entre nós como praga no jardim. 

Em meio aos discursos e atos fascistas o discurso político se perdeu, e agora estamos destinados a amargar por quatro anos um governo neoliberal  de viés fascista que se caracterizará por ser pouco democrático, irá banir direitos sociais e trabalhistas, sucatear educação e saúde, entregar nosso patrimônio nacional ao capital estrangeiro, e outros prejuízos mais. Os estragos serão muitos em todos os sentidos. 

Esta é a minha perspectiva! Espero estar errado!

Brasil, laboratório da guerra híbrida

Brasil, laboratório da guerra híbrida 
Reproduzo o excelente texto do sociólogo Emir Sader publicado originalmente no Brasil247 


O Brasil, que havia iniciado o ciclo de ditaduras militares, abre o ciclo de regimes de exceção no continente. Em 1964 se instalou primeiro aqui uma ditadura pelo potencial de riquezas enorme do pais e pela fraqueza relativa da esquerda. Agora isso se dá pelo peso do pais na região, mas desta vez se dá pela força da esquerda e porque o pais se tornou o elo mais frágil da cadeia neoliberal. 

A guerra híbrida é a nova estratégia imperialista, depois que os golpes militares se tornaram inviáveis. Ela combina a judicialização da politica com a criminalização da imagem dos lideres populares pela mídia, para impor processos eleitores fraudulentos, que deixam de expressar a vontade democrática do povo. O caso brasileiro foi o primeiro em que foi necessário, pela modalidade do regime de exceção, de encarar processos eleitorais, é o caso exemplar de como se pode falsear eleições dentro das instituições, com a cumplicidade delas. 

É preciso estudar as particularidades desse novo tipo de regime antidemocrático. Antes de tudo, deixar de lado o tema do fascismo, que pertence ao arsenal politico da velha esquerda, da esquerda do século XX, que foi prisioneira das experiências da esquerda europeia nos anos 1930 e tratou de estendê-la até a America Latina. Essa velha esquerda, centrada nos partidos comunistas, se apressou em caracterizar a ditadura militar brasileira de 1964 como fascista, porque era a única visão de que dispunha. Evidentemente se equivocou, foi uma das razões porque foram outras forças que protagonizaram a oposição ao regime militar. 

A nova modalidade de golpe imposto pela direita latino-americana fez renascer de novo a linguagem do fascismo, porque obviamente existem valores típicos do fascismo na extrema direita latino-americana: racismo, machismo, discriminação dos negros, das mulheres, apelo a soluções de extrema violência contra os inimigos, etc. Mas é um tipo de regime novo, diferente, para o qual o apelo ao fascismo não ajuda, só confunde.

Visões que não conseguem apreender a situação concreta, particular, do mundo na era neoliberal, se valem dos vocabulários do fascismo como confissão da incapacidade de compreender as novas condições históricas do mundo no século XXI. São visões da esquerda do século XX, que em nada contribuem para a definição de formas de luta da esquerda do século XXI. O pensamento deve servir para diferenciar os fenômenos e compreender suas diferenças e não para amalgamar fenômenos distintos na mesma categoria. 

O regime de exceção instaurado pelo golpe de 2016 faz parte da guerra híbrida, a nova estratégia imperialista. Ela se insinua dentro das instituições para descaracterizar a soberania popular nas democracias existentes, forjando governos com aparência de legitimidade, mas eleitos mediante processos fraudulentos. O governo Temer foi resultado de um processo desses, assim como será o governo Bolsonazi. 

Podemos perguntar-nos como alguém que representa o que de pior tem os brasileiros conseguiu chegar ao cargo de presidente do pais. E, ao mesmo tempo, a melhor pessoa que o país já teve, foi proibida de concorrer, porque ganharia as eleições no primeiro turno. Porque se instalou um processo de perversão da natureza das instituições. 

O judiciário, ao invés de zelar pelo Estado de direito e pelos processos eleitorais, tornou-se cúmplice da ruptura da democracia e da instauração de um regime de exceção no pais. A mídia passou a ser o partido da direita, fabricando a opinião pública conforme os objetivos do regime de exceção, condição indispensável para a realização dos objetivos de desqualificar as lideranças populares e impor a agenda da direita. 

O resultado é um regime de exceção, em que a soberania popular foi expropriada. O neoliberalismo só pode sobreviver com um regime que não expresse a vontade da maioria, que sempre se choca com os efeitos negativos desse modelo. A direita brasileira abandonou qualquer veleidade democrática, qualquer compromisso social, qualquer compromisso com um projeto de nação. Se joga nos braços do primeiro aventureiro que lhe promete garantir esse modelo e impedir um governo petista.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Sobre o resultado das eleições 2018, em que o FASCISMO derrotou a DEMOCRACIA ...

É MELHOR PERDER 
COM AQUELES QUE ESTÃO 
DO LADO CERTO DA HISTÓRIA! 

"A história brasileira, no entanto, está aprisionada. Está detida em nossa Guantánamo particular, também chamada de 'Curitiba'. Lula é o único político no mundo que entra em relação de sinonímia com a história. Ele ‘é’ a própria história encarnada em um sujeito", diz o linguista Gustavo Conde (LEIA O ARTIGO DANDO CLIQUE AQUI) sobre o significado de Lula nesta momento dramático do país; ele acrescente: "sua força, ainda que proscrita de maneira ilegal da cena do discurso e do debate, resiste e marca posições. Independente de qualquer resultado dessas eleições, o reencontro do Brasil com a civilização passa por Lula"

O jornalista e correspondente internacional Pepe Escobar publicou texto nesta segunda-feira (29), no Consortium News, sobre a eleição de Jair Bolsonaro, referindo-se ao Brasil como uma terra "dilacerada", pois embora o candidato do PSL tenha sido eleito com 55,63% dos votos válidos (57,8 milhões), mais de 76 milhões de brasileiros não votaram nele (recorde de 31 milhões abstenções + votos brancos, nulos e os 47 milhões em Fernando Haddad). PEPE ESCOBAR SOBRE ELEIÇÃO DE BOLSONARO: BEM-VINDO À SELVA



"Os jornais são aparelhos ideológicos cuja função é transformar uma verdade de classe num senso comum, assimilado pelas demais classes como verdade coletiva - isto é, exerce o papel cultural de propagador de ideologia. Ela imbute uma ética, mas também a ética não é inocente: ela é uma ética de classe". "Também no afeto é preciso ser inteligente". [Antônio Gramsci]

Sobre o resultado da eleição, "O TEMPO É O SENHOR DA HISTÓRIA!" Não há vitória absoluta e nem derrota absoluta. Os que comemoram hoje podem chorar amanhã, com o peso da cumplicidade. Mais cedo ou mais tarde aquela parcela dos 39% do total de eleitores do Brasil que embarcaram nas urnas votando em Bolsonaro, acordará! Antes tarde que nunca! Ainda que bem pouco sobrará dos direitos sociais e trabalhistas que serão devastados provocando uma tragédia de proporções inimagináveis.

Wagner Rodrigues assinalou de maneira feliz em seu twitter, a seguinte avaliação: "A classe média que é sacrificada junto com o pobre para o rico ser rico vota junto com o rico que especula no capital vadio, ou seja, o sujeito que ganha 10 mil acha que está mais perto de quem ganha 100 mil e não daqueles que ganham 1 mil". 

Gleisi Hoffmann. por sua vez anotou: "Nesta noite de 28 de outubro nossa primeira palavra p/ o povo brasileiro é: resistiremos. Resistiremos em defesa dos direitos, das liberdades da soberania! Um processo eleitoral construído em cima de impedimentos, mentiras, distorções, caixa dois vai nos impulsionar a lutar mais".

De Teresa Cruvinel, Anote-se: "Bolsonaro teve 55% dos votos válidos, mas apenas 39% dos votos totais, dos quais Haddad teve 31%. A soma de brancos, nulos e abstenções foi 42,1 milhões, ou 28,5%, Isso significa que NÃO teve o apoio de 61% do eleitores. A legião de Pilatos determinou o resultado".

Para finalizar, eu desejo do fundo do meu coração que aqueles que comemoram eufóricos hoje a vitória do capitão, continuem comemorando nos próximos quatro anos. Assumam as consequências na dimensão humana sendo responsáveis como cúmplices. Continuarei aqui como observador ocular da história!


O BRASIL ELEGEU O FASCISTA
E AGORA HAVEREMOS DE PURGAR!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Nós somos a vida e a humanidade, e a vida humana triunfará.



Se o Brasil tivesse uma imprensa digna da sua missão de informar, o Brasil não estaria à beira de cair sob o tacão do fascismo. 

Se o Brasil tivesse instituições dignas de sua missão constitucional, não estaria na iminência de viver sob uma ditadura. 

Se o Brasil tivesse liberais dignos de princípios e não amantes da velhacaria e de interesses eleitoreiros não estaria ao ponto de descer para a treva do autoritarismo. 

Se o Brasil tivesse uma elite econômica que amasse o país que sustenta sua fartura não estaria a um passo de regressarmos a escravatura. 

Mas este país não os tem e por isso assistimos, indefesos, vê-lo atirado no lixo, submetido a um governante tosco, primário, imbecil, capaz de negar o direito mais básico que tem cada ser humano que aqui vive: o direito de ser brasileiro. 

Quem assistir ao vídeo onde o Sr. Jair Bolsonaro despeja, com um discurso gutural o seu desejo de expulsar do país todos aqueles que não concordarem ou se submeterem a sua vontade fascista não pode deixar de perceber quão escura é a treva em que ele lançará esse país. 

Desde Médici ninguém ameaçava um brasileiro com o exílio. 

Mesmo os “bem-postos” – juízes, promotores, deputados, empresários, “mercadistas” – que odeiam o povo simples e humilde desse país não podem deixar de ver que vamos ser mergulhados na selva da violência estatal, numa situação em que as grandes maiorias da população serão submetidas à alternativa entre a vassalagem ou a insurreição. 

As altas patentes militares, que aderem e se submetem a um capitãozinho “bunda-suja”, que há 30 anos garatujava no papel planos de explodir bombas em quartéis para obter salário melhor – se não sabem, deveriam saber – enfiaram as forças armadas na idolatria da indisciplina, da conspiração, da deformação de só ter coragem de apontar as armas para seu próprio povo, o que as decai à condição que Caxias rejeitou, a de capitães do mato. 

Errem. Suicidem-se. Escondam numa votação escandalosamente manipulada, onde a boa-fé do povo brasileiro aceita ver como “corruptos” os que nem de longe, mesmo na sua vileza, os que praticam a mais vil das corrupções: a de vender o Brasil, a de vender os direitos do nosso povo, a de vender o sagrado bem da liberdade para instaurar um governo de pústulas, de tatibitatis, de gente microcéfala e, pior, genuflexa ao ponto de bater continência para a bandeira norte-americana. 

É de repetir Castro Alves e gritar para que Andrada arranque dos ares seu pendão para que não sirva de mortalha às liberdades. 

O nazismo teve seu ápice, teve multidões, teve seus braços erguidos no “heil” de milhares encantados, hipnotizados. 

Os que ousaram resistir teriam passado anos como ratos em suas tocas não fosse o fato de que eram homens e mulheres cercados pelos ratos. 

Quis-se avançar como um Brasil de todos. Ninguém foi perseguido, nenhuma bolsa foi saqueada, nem mesmo os salões foram violados. Apenas – e muito timidamente entreabriu-se suas portas para que outros pudessem entrar. 

Será que é ofensa demais ver o rosto cafuzo, mulato, crestado do sol ao seu lado no shopping, no avião, na loja? É tanto o desprezo à carne da qual se nutrem ao sangue do qual bebem, aos pobres que os fazem ricos? 

Eis, senhores, numa palavra, a torpeza de seu crime. Querem a morte de quem os nutre, de quem lhes constrói as casas de luxo, as mansões, de quem compra seus produtos, de quem é escorchado por seus bancos, de quem consome as porcarias que colocam no mercado? Querem o sangue de quem nunca lhes tirou uma gota de seu champanhe? 

Há, porém, uma arma mortal e sem defesa, apontada contra os senhores. 

Chama-se história, responde pelo nome de marcha incontível dos povos pelos seus direitos e liberdades. Neguem-na, persigam-na, prendam-na, exilem-na: nada adiantará. 

Ela triunfa. Sempre haverá festa quando ela voltar e vocês se forem. É certo que haverá dores, haverá filhos separados dos pais, haverá vidas interrompidas, algumas perdidas. 

Ainda há tempo para um difícil acesso de lucidez, o mais difícil quanto mais covardes são aqueles que poderiam provoca-lo. 

Mesmo assim, a causa de vocês é perdida, inviável, perversa. Há e haverá sempre brasileiros que não se vergarão que seja de onde for, estarão de pé, a enfrenta-los. Vocês não têm mais a censura e o silêncio que tiveram, há meio século para implantar uma ditadura. 

Vocês são os zumbis do tempo que se foi e não adianta que avancem como hordas ameaçadoras. 

Nós somos a vida e a humanidade, e a vida humana triunfará.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

TODOS PELA DEMOCRACIA E CONTRA O NAZIFASCISMO BOLSONARIANO NO BRASIL

             #BOL卐ONARO #EleNão #17Não

As portas do fascismo, ainda que apenas entreabertas, já nos começam a mostrar o horror que delas sairá. 

Não são apenas os grupos de sociopatas a ameaçar pessoas na rua, a pichar banheiros, muros e igrejas ou até a rabiscar suásticas na barriga de moças. 

Não são apenas nas redes sociais – ou nos comentários em blogs, como este – que estas hordas espalham seu ódio primário e tentativas de intimidação. 

Não são apenas os brutais “auxiliares” de Jair Bolsonaro que cogitam de “autogolpe”ou “destituição e prisão” de juízes do STF. 

É o próprio candidato que se recusa a qualquer diálogo público e prefere xingar no Twitter qualquer um que se oponha a ele. 

Deixa claro o que será seu período imperial e qualquer um que olhe a composição da Câmara, sobretudo, e do Senado, só não perceberá que ele levará de roldão qualquer resistência que se oponha. 

Quem, nas instituições públicas, terá coragem de levantar as barreiras do bom-senso e da lei contra ele? Quem, se gente com poder, independência e acesso aos meios de comunicação gagueja e arranja subterfúgios para não dar o peito contra a monstruosidade de sua ascensão ao poder? 

Permitem, assim, que já estejamos na iminência de ver triunfarem as forças da intolerância. 

Iludem-se, duvidando que sua chegada será “institucional” e prudente. Vai ser espetacular e brutal, porque bem ciente de que à vitória deve se seguir a dominação do território e o aniquilamento da capacidade de reorganização e reação dos que consideram “inimigos”. 

Tudo será mais fácil se encontrar um terreno devastado e não estamos longe disso. 

Resistir e lutar valentemente por nossas liberdades, nossas vidas, nossa democracia é um dever do qual desertar é deixar que se grave em cada um que dele fugir fique a manchada traição ao povo brasileiro. 

Ilusão não é coragem, coragem é disputar cada voto como se fosse um pedaço do chão da pátria.




            O candidato do "ódio" nazifascista 
            seduz parte da população brasileira


terça-feira, 16 de outubro de 2018

CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE: A Democracia e a racionalidade estão perdendo para as narrativas que disseminam o ódio, a rejeição aos adversários, a partir das chamadas fake news (notícias falsas) ou simplesmente, mentiras que visam desconstruir a honra do opositor.

As fake news correm soltas nos "porões" das redes sociais e o nazifascismo ameaça avançar nas ruas e no poder, no Brasil e no mundo. Entenda melhor o que são as fake news dando clique aqui e leia também: TSE reconhece que não consegue combater fake news.

São oportunos os argumentos de Platão à Democracia de sua época, que guardadas as devidas proporções pode nos servir e muito para nossa reflexão: "A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente". (Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17).


Infelizmente a disputa política que ora se trava no Brasil está carente de racionalidade. Aliás, a racionalidade perde para o afeto cooptado pelas forças econômicas dominantes e do discurso moralista barato que resiste às mudanças do tempo. De um lado estão as forças democráticas convidando-os para o debate, do outro as forças nazifascistas fugindo do debate, haja visto carecerem de argumentos racionais para sustentarem suas verdades falaciosas, fundadas em fake news, que apelam à acriticidade e ao sentimentalismo nacionalista. 

O jogo é desigual, uma vez que o fato de alguém ser letrado, mesmo tendo curso superior, não pode ser enquadrado automaticamente na ideia de que seja crítico, ao contrário, pode estar imerso na mais profunda acriticidade. 

Ser crítico exige além da capacidade de sintetizar informações e conhecimento, a sabedoria do exercício lógico e dialético. Ora, isso é apenas o iceberg de um problema cultural enorme no qual estamos imersos: a despolitização. 

O filósofo e matemático René Descartes dizia que “[...] Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias”.  (DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999). Ele falava do exercício crítico, que depende da resolução objetiva de problemas, por meio de uma necessária autonomia do sujeito pensante. 


Conhecimento é para ser usado a fim de resolvermos nossos conflitos pessoais e sociais. Quando ele falta, criamos mais conflitos onde já existem inúmeros. Um dos ganhos que tivemos com a Filosofia e as Ciências, além das artes contemporâneas - especialmente aquelas ligadas à contestação social e política -  é o nosso grau de previsibilidade aumentado. 

Não é que o Filósofo ou o Cientista sejam mágicos, ou videntes. É que a própria Filosofia e a Ciência carregam em seus cernes o poder da previsibilidade uma vez que essas áreas de saberes atuam em um enfoque crítico relacionado ao tempo presente, passado e futuro. Isto concede aos filósofos, cientistas e artistas o poder de serem vanguardistas. 

A história política preocupante que se escreve neste momento no Brasil, e muitas vezes com sangue, é eco de uma história eugênica e genocida experimentada pelo mundo europeu não há muito tempo. 

Foi no mesmo contexto de medo e "fake news" (como as notícias falsas dos bolsonarianos e que apelam para o moralismo como dizer que Haddad apoia a pedofilia, Haddad criou o "Kit Gay", o PT vai "venezuelar" o Brasil, e outras aberrações) que Hitler chegou ao poder como "salvador da pátria"e ganhou no voto o direito de fazer as atrocidades que fez contra os inimigos que elegeu: judeus, homossexuais..., e pasme, mera coincidência com o que acontece na ascensão do nazifascismo no Brasil? 


Façamos  um breve paralelo com nossa realidade desde o contexto do Nazismo Europeu: Entre as principais características do Nazismo, destacou-se a sua concepção de uma “raça superior”, rótulo que pertencia à raça ariana, isto é, a raça branca e perfeita que teria se perpetuado na linhagem sanguínea dos povos germânicos que deram origem ao Estado alemão. 

Pois bem, associada a essa concepção racista, que ocasionou o genocídio dos judeus, há uma ideia que também era fundamental para os nazistas: a eugenia, isto é, o projeto de eliminar da sociedade qualquer tipo de pessoa que apresentasse alguma deficiência mental ou física, bem como aperfeiçoar, geneticamente, uma geração perfeita de homens e mulheres, adequados à raça ariana. 

Aqui no Brasil, a "eugênia" visaria as mentes pensantes, tidos como de esquerda. A ideia é construir a Verdade dogmática, ou seja, apenas a verdade única prevaleceria. A acriticidade é essencial neste processo. Para saber do que estou falando, basta analisar a entrevista de um futuro virtual ministro da educação de um possível governo nazifascista (https://www.brasil247.com/). 

Mas o "genocídio" não tem que ser necessariamente aos moldes do nazismo europeu, via Estado. Pode também ser por meio de "milicias" espontâneas formadas na sociedade e com ódio o suficiente para sair torturando psico e fisicamente, matando, todos e todas que se apresentam contrários a nova ordem imposta: gays, negros, mulheres, militantes de esquerda, intelectuais, até padres e pastores tidos como comunistas, indígenas... entram nesta conta sinistra. O Estado faz meia culpa e não assume responsabilidade alguma. A mídia sonega a informação e "maquia" a realidade. 


A maioria absoluta que votou em Hitler foi de homens, outra coincidência com a nossa experiência latente no Brasil? Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha em 30 de janeiro de 1933, colocando um fim na democracia alemã. Guiados por ideias racistas e autoritárias, os nazistas aboliram direitos básicos e inventaram uma comunidade populacional de origem alemã. 

“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, é uma frase célebre de Paul Joseph Goebbels que foi o ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, exercendo severo controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação, assim chegou ao poder e assim se sustentou no poder - a mentira como arma contra o inimigo. A nossa história presente ainda se confunde com o saudosismo das décadas de trevas experimentadas pelos brasileiros na recente ditadura militar que se iniciou em 1964 -  querem a proteção do militares tidos por essa gente como benfeitores. 

A omissão de igrejas, incluindo aí a toda poderosa Igreja Católica, e a mídia serviçal às narrativas nazifascistas, não nos causam estranheza. Tanto a Igreja como a Mídia fazem parte do sucesso desse processo. O que agora vislumbramos não é exagero nenhum. Os fatos históricos demonstrarão que nunca estivemos errados em nossa previsibilidade.

O que esperar de um possível governo que constrói toda sua campanha eleitoral em  fake news (falsas notícias) e no discurso de ódio? Que foge de debates e nos porões das redes sociais trava uma guerra desigual fundada na mentira? 

A esperança na Democracia não morre nunca!
A esperança de que a Verdade vença não morre nunca!

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

NÃO SERÁ POR FALTA DE AVISO! O ANÚNCIO DE UM GOVERNO #BOL卐ONARO CORRUPTO E COMPLETAMENTE DESASTROSO PARA A DEMOCRACIA E PARA A HUMANIDADE

O povo segue ao matadouro como gado que desconhece seu destino 🐃🐃🐃 #BOL卐ONARO




Eu gostaria de focar só na corrupção! Bom, pelo menos esse era o meu desejo, mas um governo do extremista Bolsonaro será desastroso em todos os sentidos, sendo a corrupção, que trato mais ao final do texto, apenas um elemento a mais para ser considerado. Pouca coisa restaria ao final de um possível governo do fascista. Não é exagero nenhum ressaltar a desqualificação intelectual do candidato que assombra com muito temor o mundo democrático que olha para o Brasil com preocupação. Seria algo como começar do zero após esse possível desastre político praticado intencionalmente pela maioria dos eleitores brasileiros. A desqualificação intelectual de Bolsonaro aparece em documento do exército quando de sua passagem por aquela instituição:  "Segundo o superior de Bolsonaro na época, o coronel Carlos Alfredo Pellegrino, Bolsonaro "tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos". (https://pt.wikipedia.org/wiki/Jair_Bolsonaro).  

A primeira encomenda da elite financeira já seria entregue em breve. O fim da aposentadoria em termos práticos pela excessiva conta de anos contribuindo. Essa reforma Temer-Bolsonaro já estaria agendada para os próximos meses, como apontam os bastidores. 

De saída, um governo Bolsonaro será cobrado em relação à liberação de portes de armas, algo que não será da noite para o dia. A não ser que ele feche o Congresso como já anunciou em entrevista de anos atrás. Em uma cultura tão pobre como a brasileira e como ele não tem capacidade intelectual para discursar sobre o que pretende na verdade, resta ao povo divagar em suposições. E vai acontecer um despejo inevitável de armas no comércio legal ou ilegal, já que os bandidos não se arriscarão mais a entrar em nossas casas com simulacros. Logo, a indústria de caixões funerários já pode dobrar sua produção antevendo o que pode acontecer. 



Não menos temeroso que isso é a prometida "carta branca" para que a polícia atire para matar. Matar quem? Adivinha? Periferia e negros, nunca foi diferente. A diferença é que agora será sem consequências para o assassino, ou um policial que mata não pode ser chamado de assassino? Então o chamaremos apenas de atirador? Uma força policial com tal atribuição (corrompida pelo dinheiro fácil) será serviçal da bandidagem na eliminação de inimigos sem a necessidade de sujar as mãos com pólvora. Uma vez que o policial poderia fazer isso, em suposição e, como diz a garotada em seu linguajar: "porque não dá nada". 

Ainda podemos afirmar sem dúvida que no outro dia após o da vitória em segundo turno, e já foi dada uma amostra grátis, assassinatos, espancamentos, torturas, contra negros, gays, mulheres militantes, militantes de esquerda, será uma constante sem cobertura da mídia conivente e serviçal dessa gente fascista, e com a omissão das autoridades policiais. Desde o dia 07 de Outubro foi mais de uma centena de casos Brasil afora (https://jornalistaslivres.org/).  E não estranhe se houver uma possível censura à internet. Todo governo com viés ditatorial há de controlar as mentes e a TV aberta já está na UTI - pois seu fim já é mais do que eminente. O foco do controle ditatorial será a internet e as escolas. As igrejas eles já dominaram. 

Elenco abaixo algumas características de governos autoritários ou nazifascistas:

1. Condenam os princípios democráticos, negando o direito de voto a todos os cidadãos; não toleram oposição ao governo - (Bolsonaro já disse em entrevista que "fecharia o Congresso")

2. Apregoam a necessidade de um partido único (quem diz que fecharia o Congresso obviamente quer partido único, não é mesmo?)

3. As normas aceitáveis quem dita são os militares e a organização de tipo militar, com uniformes e atitudes é uma imposição.

4. Insistem na ideia de grandeza nacional ("Brasil acima de tudo e Deus acima de todos").

5. As mulheres não podem frequentar diversos cursos universitários, sobretudo, Filosofia; posiciona-se contra o feminismo e prega que mulheres devem cuidar do lar e serem discretas. Na Alemanha nazista, a mulher era considerada três K (Kirche, Küche und Kinder) - igreja, cozinha e criança.

6. Não reconhecem limite moral ou material para a autoridade do governo.

7. Não respeitam direitos adquiridos (discursos de Bolsonaro e de seu vice não deixam dúvidas quanto a isso).

8. Não toleram liberdade de expressão, instituindo a censura - governos autoritários não tardam a impor a censura.

9. Institucionalizam a tortura e o racismo - tem dúvidas quanto a isso?

10. Consideram criminoso quem se opõe ao governo. Encoraja a delação e a espionagem.

11. Incentivam as organizações paramilitares; o próprio Bolsonaro já defendeu em público as milícias.

12. Afirmam que o corporativismo acabará com a luta de classes. Sustenta a intervenção do Estado na economia a fim de beneficiar o capital do qual sairiam as soluções para enfrentar o desemprego.

Muitos da classe média que hoje gritam mito, descobrirão que na verdade seu herói não era mais que um mitômano. 

No campo econômico o desastre já é anunciado. Maior concentração de renda nas mãos dos mais ricos, destruição de programas sociais, sucateamento de escolas/universidades  e redução na oferta de vagas, menos produção e consumo, privilégio ao capital financeiro especulativo, desemprego, disparada de preços e inflação, entrega daquilo que nos resta aos gringos: petróleo, água, florestas e a Amazônia entra nessa conta... 

Vamos ser sinceros, essa gente da direita não tem a mínima capacidade para gerir uma economia distributiva e equitativa. Basta olharmos para nossos 500 anos de história. A cartilha deles é a do Neoliberalismo que nem chega a ser a do teórico Milton Friedman, ou seja é  a de Paulo Guedes, que é um neoliberalismo completamente desalmado da mínima ética. Taxar pobres, dinamitar direitos trabalhistas, não são apenas ameaças - é o anúncio do trabalho escravo "liberado", trabalhar mais horas por menos salário, precarização do mundo do trabalho aumentando os acidentes de trabalho. 

Essa gente no poder vai queimar o que restou das gordas reservas que os governos petistas deixaram e que Temer já queimou grande parte para pagar juros. Virá uma crise fiscal que devastará nossa economia. Destaco as "gordas reservas" porque foram justamente elas que impediram o governo Temer de nos levar ao caos total. O golpista governou até agora com essas reservas.

Sem colocar na conta de um governo nazifascista a fuga de capital estrangeiro por conta de impedimentos econômicos-éticos e fuga de intelectuais que vão preferir países democráticos a conviver com uma ditadura que fará com que regridamos uns 50 anos na história. 

Muitos do que são classe média hoje correm o risco de deixarem a "zona de conforto". Só que já será tarde para chorar, e aí retornaremos àquela velha frase: " cada povo tem o governo que merece" ou ainda àquela salutar advertência de S. Bolívar: " Um povo ignorante é instrumento de sua própria destruição". 

Corrupção é uma necessidade existencial do Capitalismo. Só desconhece essa premissa quem desconhece a história da tomada de poder dos burgueses de golpe em golpe e a construção do capitalismo, o sistema econômico que substituiu a economia feudal. É por meio da corrupção que os donos do capital controlam o poder, sempre foi e continuará sendo. Hoje Bolsonaro é candidato aceito por eles porque ficaram sem candidato. E veem no fascista um marionete ou mais apropriado um bolsonete que facilmente será controlado por sua enorme ignorância de gerir. Quase trinta anos no Congresso a história de Bolsonaro revela o perfil de um político desqualificado intelectualmente. Sem projetos, cúmplice nos votos favoráveis a leis que prejudicaram trabalhadores. Em relação à corrupção, eu me questiono se resistiria a uma rigorosa investigação. Sua carreira política sempre foi feita no discurso de defesa dos bons costumes - o que é uma falácia facilmente demonstrável por sua própria vida privada, além de discurso de ódio contra minoria, discurso este que encontra eco na população com afeto facilmente controlável por moralismos narrados por setores religiosos ultraconservadores. 

Na falta do capitão o general assume, os conflitos entre patentes militares serão constantes! O capitão presidente será uma inversão de hierarquia que não tardará a trazer conflitos. Ou seja, eles mesmo se engolirão uns aos outros.

O corruptor é dono do capital e o corrupto é o político serviçal que faz o serviço sujo. Logo, o político é apenas um laranja em todo esse processo. Se o político recebe 1 milhão é porque seu ato corrupto gerará 100 milhões para seus corruptores, só para tentar explicar de forma didática. Veja apenas o caso da corrupção do pedágio no Paraná. Quantos milhões são atribuídos pelo MP só para os corruptos? Foi o PT? Acorda! O discurso de ódio contra o PT não tem a mínima sustentação racional. O problema nunca foi o PT e sim o sistema político brasileiro que serve ao capital. 


Os governos do PT foram os que mais possibilitaram a visibilidade e combate à corrupção, aparelhando as polícias e criando leis, além do site "transparência". Este é um dos motivos pelos quais a elite investiu na narrativa do ódio, na narrativa antipetista. Foi nos governos petistas que pela primeira vez na história os chamados "colarinhos brancos" foram presos. Mas a elite utilizou dessas condições para maquiar o processo de combate à corrupção. Com um judiciário corrompido, criou condições com o poder da mídia para criar narrativas de ódio ao PT e prendeu sem crime o maior líder político de nossa história. Você acha mesmo que se Lula fosse corrupto eles precisariam inventar um apartamento mequetrefe que nunca foi dele para justificar sua prisão? Acorda! Bolsonaro com sua família tem um patrimônio injustificável de acordo com reportagens da Folha de São Paulo. Algo que até me envergonha quando lembro do motivo da prisão de Lula. Um governo bolsonariano além de todas as catástrofes anunciadas será o governo mais corrupto que já se instalou em Brasília. Só não percebe aqueles que estão encantados pelo encantador de burros, como alguém escreveu em algum lugar e aqui reescrevo. 

Não será por falta de aviso! Eu avisei!












quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O ÓDIO NÃO ESPERA E OS BOLSONARISTAS ESPALHAM O TERROR NO BRASIL DERRAMANDO SANGUE E PROVOCANDO ATOS DE TORTURAS, os casos se multiplicam pelo país.

O FASCISMO JÁ ESTÁ EMPODERADO - MESTRE DE CAPOEIRA É ASSASSINADO COM 12 FACADAS APÓS REVELAR VOTO EM HADDAD Bolsonaro é um psicopata? 

QUE BOLSONARO É DESQUALIFICADO INTELECTUALMENTE É FLAGRANTE. QUASE 30 ANOS NA CÂMARA E NUNCA CONTRIBUIU COM O POVO BRASILEIRO. PRODUTIVIDADE QUASE ZERO, ALÉM DE VOTAR COM OS PATRÕES CONTRA OS INTERESSES DOS TRABALHADORES. SUA CAMPANHA É FEITA EM CIMA DE FAKE NEWS (NOTÍCIAS FALSAS) CONTRA SEUS ADVERSÁRIOS E QUE SE ESPALHAM PELAS REDES SOCIAIS. SEU PROGRAMA DE GOVERNO É UMA CARTA MEDIEVAL, ONDE O MORALISMO BARATO APARECE NAS ENTRELINHAS. ESTE HOMEM NO PODER ACABARÁ DE DESTRUIR O QUE RESTAR DO GOVERNO TEMER. O POVO ESTÁ CAVANDO SUA PRÓPRIA SEPULTURA AO VOTAR NO FASCISTA, O PRÓPRIO EXÉRCITO JÁ ATESTOU EM DOCUMENTO QUE O CANDIDATO É DESEQUILIBRADO E NÃO CONSEGUE APRESENTAR O MÍNIMO ARGUMENTO COM COERÊNCIA.

Documentos produzidos pelo Exército Brasileiro na década de 1980 mostram que os superiores de Bolsonaro o avaliaram como dono de uma "excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente". Segundo o superior de Bolsonaro na época, o coronel Carlos Alfredo Pellegrino, Bolsonaro "tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos". (em biografia de Jair M. Bolsonaro no Wikipedia).

Apenas nos últimos três dias, episódios gravíssimos de violência perpetrados por apoiadores de Jair Bolsonaro contra cidadãos brasileiros mostram que o fascismo já se sente empoderado no Brasil insuflado pelo ódio; o mestre de capoeira Moa do Katende foi assassinato em Salvador com 12 facadas após declarar voto em Fernando Haddad; no Recife, uma jornalista foi agredida e ameaçada de estupro e em Teresina um jovem foi espancado por vestir uma camiseta vermelha; no Rio, a irmã da vereadora Marielle Franco, Anielle, foi insultada enquanto andava na rua com sua filha de dois anos no colo; em nenhum dos casos, Jair Bolsonaro se pronunciou, deixando implícito o seu apoio à escalada dos atos fascistas 

Fernando Haddad assimilou o melhor de Lula, a capacidade de ser mais civilizado que os adversários se recusando a ser arrastado por eles a baixarias. Lula enfrentou cinco eleições presidenciais sem romper o pacto civilizatório, mas sendo firme na reação a agressões. Assim Haddad desmoralizou Bolsonaro ao reagir com elegância e firmeza Tinha tudo para ser uma troca de insultos barata como as que ocorrem comumente entre adversários políticos. A tentativa de Fernando Haddad de racionalizar com o candidato da raiva e do ódio, Jair Bolsonaro, mostrou-se infrutífera como, talvez, devesse ser previsível. Ao receber proposta do petista para elevar o nível da campanha, reagiu com insultos. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O VOTO "CRISTÃO" EM BOLSONARO E SUAS CONTRADIÇÕES: SIRVO À LUZ OU ÀS TREVAS?

O VOTO "CRISTÃO" EM BOLSONARO E SUAS CONTRADIÇÕES: SIRVO À LUZ OU ÀS TREVAS? (Uma reflexão sobre a ética existencial do cristão na política).   


Ser Cristão e viver os ensinamentos de Jesus Cristo, são a mesma coisa? É e não é. Teoricamente deveria ser, mas na prática nem sempre. Os ensinamentos de Jesus não foram fundados em palavras jogadas ao vento ou para provocar bons sentimentos nos ouvintes. São na verdade exigências indubitáveis para quem quer ser digno de fazer parte do time do Ressuscitado. Não estou falando de atitudes moralizantes, estou falando da essência que o autêntico cristão deve possuir. A política secularizada no início da Modernidade com Nicolau Maquiavel, nos deixou uma distinção mais cristalina da separação público e privado. Público é o comum que é da alçada da política e exige do cristão um posicionamento pela vida, pelo amor, contra a violência - tortura e pena de morte, contra a corrupção, contra as discriminações: racismo, homofobia, xenofobia, machismo, etc..., contra as desigualdades sociais e a favor da justiça e equidade. 

Você pode ser Cristão por estar filiado a uma denominação religiosa e na prática não viver como Cristão, ou seja, aquele que vive fielmente os ensinamentos de Jesus.

Eu particularmente vejo os líderes de igrejas muito presos ao Antigo Testamente, principalmente para justificarem teologias da prosperidade, da cura ou justificação de oferta$ e dízimo$. Pelo tanto que acompanho parece que pouco importa dos ensinamentos de Jesus que coloca o outro, o irmão em nosso horizonte cotidiano. 

A INTERPRETAÇÃO É SIMPLES E OBJETIVA: Jesus ensinou a nos esvaziarmos de nós mesmos para nos humanizarmos! Seria o mesmo que dizer: para ser santos precisamos ser humanos com nossos semelhantes. Um pouco de Immanuel Kant nos ajuda a pensar isso quando ele diz nas entrelinhas de sua "Crítica dos Costumes" que nenhum homem é mais importante que todos os homens juntos e nem vice-versa". O ser humano tem um valor ao qual não pode ser dado preço algum. Não existem humanos superiores e outros inferiores. E Jesus nos ensinou isso com sua vida ao acolher todos os marginalizados que encontrava pelo caminho, seu grupo de 12 discípulos é símbolo dessa escolha. Lembro de uma frase do clérigo inglês John Donne em suas Meditações, do século 17. “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída” e dá-se o mesmo entre os seres humanos, porque “a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano”. 

Filosoficamente posso dizer que nascemos biologicamente humanos mas não humanizados. Para humanizar-se o homem precisa de duas coisas essenciais: conhecimento e vivência ética. 

Dar a vida pelo irmão na concepção de Jesus quer dizer assumir as dores do próximo. Ora, Jesus insistiu que a razão de segui-lo estava centrada no mandamento maior que é o de amar ao próximo como a si mesmo, sendo esta a exigência por excelência, ou seja, uma vida dedicada ao amor pelo próximo. Daí que encontramos nos Evangelhos algo como (interpretação minha e inspirada nos evangelhos para o nosso contexto atual): estive nu e me destes de vestir, estive sedento e me destes de beber; fui discriminado por ser gay, ou mulher, ou indígena, ou negro, e fostes solidário comigo não dando seu voto a um apologista de discriminações contra minorias; fui preso e torturado sendo que ao final de todo o sofrimento me deram a pena capital na cruz e hoje negastes por amor a mim um voto em um apologista da tortura e da pena de morte; fui caluniado por fake news (notícias falsas) e em solidariedade você denunciou, buscou a verdade afastando-se dos filhos das trevas que o cegava com mentiras como URSAL, Kit Gay, Venezuela, e outras aberrações - como os fariseus faziam comigo ao tentarem colocar em minha boca palavras que não proferi para me acusarem disso ou daquilo; sempre estive do lado dos pobres buscando justiça social e você me desqualificou como ladrão adorando os verdadeiros ladrões do povo como fizeram os que pediram liberdade para Barrabás e minha condenação; você diz que é cristão e vota no coiso contra meu povo marginalizado preparando para ele dias insuportáveis por sofrimentos e vidas ceifadas para alimentar o deus capital $ que privilegia os ricos e prejudica os pobres. Cristão? Seguidor de Jesus Cristo ou das pregações de falsos profetas que usam o nome de meu Pai? (para pregar o ódio e aproveitar-se dos privilégios do poder e da grana que podem tirar de seus fieis). 

Quem é verdadeiramente cristão vota com a verdade, vota com discernimento e não nega meus ensinamentos que fiz com minha própria vida em meio aos pobres com os quais ofertei a Salvação para os verdadeiros filhos da luz. Quem vota em Bolsonaro terá dificuldades para justificar-se como de Cristo, pois nega Jesus e as palavras de João continuam a ecoar no dias de hoje mais do que nunca: Se alguém diz: "Eu amo a Deus", mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê. O mandamento que Cristo nos deu é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão. 

Vamos nos unir em torno da Democracia! A hora é essa! Vamos salvar o Brasil dos fascistóides pois o preço a pagar é alto e temos um compromisso com a vida! Vamos pensar nosso voto com mais racionalidade!