ACESSE O ARQUIVO DO BLOG
FILOPARANAVAÍ

domingo, 21 de fevereiro de 2010

TEMAS DE VESTIBULARES: todo aluno do Ensino Médio é obrigado saber. O que foi o Reanascimento Cultural? O que foi o Iluminismo/Ilustração?

Counter
RENASCIMENTO CULTURAL,
Iluminismo/Ilustração
Filosofia Moderna/contemporânea
O RETORNO AO ANTROPOCENTRISMO GREGO
Para compreendermos
a modernidade/contemporaneidade,
conhecer esta etapa da história humana é fundamental.
Crença x Ciência
Medieval x Moderno
Igreja x Sociedade Civil
Teologia x Ciência
Dogmatismo x Racionalismo
Teocentrismo x Antropocentrismo
Geocentrismo x Heliocentrismo
Criacionismo x Evolucionismo



O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.


As obras renascentistas foram marcadas pela riqueza 
de detalhes e a reprodução de traços humanos.

A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo.

Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga.



A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e idéias promoveram a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI.


Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e Dante Alighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de Roterdã (Elogio à Loucura).

Na fase final do Renascimento, o Cinquecento, movimento ganhou grandes proporções dominando várias regiões do continente europeu. Em Portugal podemos destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). No campo científico devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. Tal concepção abalou o monopólio dos saberes desde então controlados pela Igreja.


Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.
Iluminismo ou Esclarecimento ou Ilustração (em alemão Aufklärung, em inglês Enlightenment, em italiano Illuminismo, em francês Siècle des Lumières, em espanhol Ilustración) designam uma época da história intelectual ocidental.

Voltaire/Rousseau

Definição Ainda que importantes autores contemporâneos venham ressaltando as origens do Iluminismo no século XVII tardio, não há consenso abrangente quanto à datação do início da era do Iluminismo. Boa parte dos acadêmicos simplesmente utilizam o início do século XVIII como marco de referência, aproveitando a já consolidada denominação Século das Luzes . O término do período é, por sua vez, habitualmente assinalado em coincidência com o início das Guerras Napoleônicas (1804-15). Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos micro-iluminismos,diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz religioso, como nos casos de Iluminismo tardio, Iluminismo escocês e Iluminismo católico. O uso do termo Iluminismo na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas idéias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio para a superação de preconceitos e ideologias tradicionais. O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social.



Immanuel Kant,
um dos mais conhecidos expoentes do pensamento iluminista, num texto escrito precisamente como resposta à questão O que é o Iluminismo?, descreveu de maneira lapidar a mencionada atitude: "O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo".

                                            Revolução Francesa
As fases do Iluminismo  Os pensadores iluministas tinham como ideal a extensão dos princípios do conhecimento crítico a todos os campos do mundo humano. Supunham poder contribuir para o progresso da humanidade e para a superação dos resíduos de tirania e superstição que creditavam ao legado da Idade Média. A maior parte dos iluministas associava ainda o ideal de conhecimento crítico à tarefa domelhoramento do estado e da sociedade. Entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a principal influência sobre a filosofia do iluminismo proveio das concepções
mecanicistas da natureza que haviam surgido na sequência da chamada revolução científica do século XVII. Neste contexto, o mais influente dos cientistas e filósofos da natureza foi então o físico inglês Isaac Newton. Em geral, pode-se afirmar que aprimeira fase do Iluminismo foi marcada por tentativas de importação do modelo de estudo dos fenômenos físicos para a dos fenômenos humanos e culturais. No entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, muitos pensadores iluministas passaram a afastar-se das premissas mecanicistas legadas pelas teorias físicas do século XVII, aproximando-se então das teorias vitalistas que eram desenvolvidas pelas nascentes ciências da vida.Boa parte das teorias sociais e das filosofias da história desenvolvidas na segunda metade do século XVIII, por autores como Denis Diderot e Johann Gottfried von Herder, entre muitos outros, foram fortemente inspiradas pela obra de naturalistas tais como Buffon e Johann Friedrich Blumenbach.

Os Iluminismos Regionais
Alemanha
No espaço cultural alemão, um dos traços distintivos do Iluminismo (Aufklärung) é a inexistência do sentimento anti-clerical que, por exemplo, deu a tônica ao Iluminismo francês. Os iluministas alemães possuíam, quase todos, profundo interesse e sensibilidade religiosas, e almejavam uma reformulação das formas de religiosidade. O nome mais conhecido da Aufklärung foi Immanuel Kant. Outros importantes expoentes do iluminismo alemão foram: Johann Gottfried von Herder, Gotthold Ephraim Lessing, Moses Mendelssohn, entre outros.

Escócia
A Escócia, curiosamente um dos países mais pobres e remotos da Europa ocidental no século XVIII, foi um dos mais importantes espaços de produção de idéias associadas ao Iluminismo. Tendências que marcaram o Iluminismo Escocês foram o empirismo e o pragmatismo. Dentre os seus mais importantes expoentes destacam-se, entre outros: Adam Ferguson, David Hume, Francis Hutcheson, Thomas Reid, Adam Smith.

Estados Unidos
Nas colônias britânicas que formariam os futuros Estados Unidos da América, os ideais iluministas chegaram por importação da metrópole, mas tenderam a ser redesenhados com contornos religiosa e politicamente mais radicais. Idéias iluministas exerceram uma enorme influência sobre o pensamento e prática política dos chamados founding fathers (pais fundadores) dos Estados Unidos, entre eles:John Adams, Samuel Adams, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, Alexander Hamilton e James Madison.
França
Na França, país de tradição católica, mas onde as correntes protestantes, nomeadamente os huguenotes, também desempenharam um papel dinamizador, havia uma tensão crescente entre as estruturas políticas conservadoras e os pensadores iluministas. Rousseau, por exemplo, originário de uma família huguenote e colaborador da Encyclopédie, foi perseguido e obrigado a exilar-se na Inglaterra. O conflito entre uma sociedade feudal e católica e as novas forças de pendor protestante e mercantil, irá culminar na Revolução Francesa. Madame de Staël, com o seu salão literário, onde avultam grandes nomes da vida cultural e política francesa, será aí uma grande referência.

Inglaterra
Na Inglaterra, a influência católica havia sido definitivamente afastada do poder político em 1688, com a Revolução Gloriosa. A partir de então, nenhum católico voltaria a subir ao trono - embora a Igreja da Inglaterra tenha permanecido bastante próxima do Catolicismo em termos doutrinários e de organização interna. Sem o controle que a Igreja exercia em outras sociedades, a exemplo da espanhola ou a portuguesa, é no Reino Unido que figuras como John Locke e Edward Gibbon dispõem da liberdade de expressão necessária ao desenvolvimento de suas idéias.

Espaço luso-brasileiro
Em Portugal, uma figura marcante desta época foi o Marquês de Pombal. Tendo sido embaixador em Londres durante 7 anos (1738-1745), o primeiro-ministro de Portugal ali teria recolhido as referências que marcaram a sua orientação como primeiro responsável político em Portugal. O Marquês de Pombal foi um marco na história portuguesa, contrariando o legado histórico feudal e tentando por todos os meios aproximar Portugal do modelo da sociedade inglesa. Entretanto, Portugal mostrara-se por vezes

Iluminismo
Hostil à influência daqueles que em Portugal eram chamados pejorativamente de estrangeirados - fato pretensamente relacionado à influência Católica. Também ao longo do século XVIII, o ambiente cultural português permanecera pouco dinâmico, fato nada surpreendente num país onde mais de 80% da população era analfabeta. Nas colônias americanas do Império Português, foi notável a influência de ideais iluministas sobre os escritos econômicos tanto de José de Azeredo Coutinho quanto de José da Silva Lisboa. Também se podem considerar como "iluministas" diversos dos intelectuais que participaram de revoltas anti-coloniais no final do século XVIII, tais como Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.

O Iluminismo exerceu vasta influência sobre a vida política e intelectual da maior parte dos países ocidentais. A época do Iluminismo foi marcada por transformações políticas tais como a criação e consolidação de estadosnação, a expansão de direitos civis, e a redução da influência de instituições hierárquicas como a nobreza e a igreja.

O Iluminismo forneceu boa parte do fermento intelectual de eventos políticos que se revelariam de extrema importância para a constituição do mundo moderno, tais como a Revolução Francesa, a Constituição polaca de 1791, a Revolução Dezembrista na Rússia em 1825, os movimento de independência na Grécia e nos Balcãs, bem como, naturalmente, os diversos movimentos de emancipação nacional ocorridos no continente americano a partir de 1776.


Muitos autores associam ao ideário iluminista o surgimento das principais correntes de pensamento que caracterizariam o século XIX, a saber, liberalismo, socialismo, e social-democracia. 


Iluministas notáveis (ordenados por ano de nascimento) Bento de Espinosa (1632–1672), filósofo neerlandês, com ascendência judaica portuguesa. É considerado o precursor das correntes mais radicais do pensamento iluminista. Escrito mais importante: Tratado Teológico- Político (1670). 

John Locke (1632 - 1704), filósofo inglês. Escritos mais importantes: Ensaio sobre o entendimento humano (1689); Dois tratados sobre governo (1689). 

Montesquieu (Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu) (1689-1755), filósofo francês. Notabilizou-se pela sua teoria da separação dos poderes do estado(Legislativo, Executivo e Judiciario), a qual exerceu importante influência sobre diversos textos constitucionais modernos e contemporâneos. Escrito mais importante: Do Espírito das Leis (1748).

Voltaire (codinome de François-Marie Arouet)(1694-1778), Defendia uma monarquia esclarecida.Filósofo francês, era déista(acreditava que para chegar a Deus não era preciso a igreja, e sim a razão). Notabilizou-se pela sua oposição ao pensamento religioso e pela defesa da liberdade intelectual. Escritos mais importantes: Ensaio sobre os costumes (1756); 

Benjamin Franklin (1706-1790), político, cientista e filósofo estadunidense. Participou ativamente dos eventos que levaram à independência dos Estados Unidos e da elaboração da constituição de 1787.

Buffon(Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon) (1707-1788), naturalista francês. A sua principal obra, A história natural, geral e particular (1749– 1778; 36 volumes), exerceu capital influência sobre as concepções de natureza e história dos autores do Iluminismo tardio. 

David Hume (1711-1776), filósofo e historiador escocês.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo francês. Escrito mais importante: Do Contrato Social. 

Denis Diderot (1713-1784), filósofo francês. Elaborou juntamente com D'Alembert a "Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios", composta de 33 volumes publicados, pretendia reunir todo o conhecimento humano disponível, que tornou-se o principal vínculo de divulgação de suas idéias naquela época. Também se dedicou à teoria da literatura e à ética trabalhista. 

Adam Smith (1723-1790), economista e filósofo escocês. O seu escrito mais famoso é A Riqueza das Nações.

Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão. Fundamentou sistematicamente a filosofia crítica, tendo realizado investigações também no campo da física teórica e da filosofia moral.

Gotthold Ephraim Lessing (1729–1781), dramaturgo e filósofo alemão. É um dos principais nomes do teatro alemão na época moderna. Nos seus escritos sobre filosofia e religião, defendeu que os fiéis cristãos deveriam ter o direito à liberdade de pensamento. Edward Gibbon (1737–1794), historiador inglês.

fonte: http://www.scribd.com/doc/5159511/Iluminismo-ou-

Esclarecimento-ou-Ilustracao 
IMPORTANTE SABER:

Do geocentrismo ao heliocentrismo, uma mudança radical sobre a visão da Terra no Universo, uma mudança que alterou o destino da humanidade.TEOCENTRISMO x ANTROPOCENTRISMO. TEOLOGIA x CIÊNCIA. CRENÇA x RAZÃO.


Cláudio Ptolomeu nasceu no início do século II da era cristã em Tolemaida Herméia, colônia grega no Egipto. Era um célebre astrônomo, geógrafo e matemático. Com base nas suas observações astronômicas, pode-se estabelecer com certeza quase absoluta que viveu em Alexandria o mais importante centro cultural da época – de 127 a 145. Nesse período de tempo seu trabalho atingiu o apogeu.
Ptolomeu era uma das personalidade das mais célebres da época do imperador Marco Aurélio, sendo o último dos grandes sábios gregos e procurou sintetizar o trabalho de seus predecessores. Por meio de suas obras de astronomia, matemática, geometria, física e geografia, deu à civilização medieval o seu primeiro contacto com a ciência grega. Talvez tenha trabalhado até o ano de 151. Segundo a tradição árabe, Ptolomeu morreu aos 78 anos de idade, deixando-nos muitos dos seus conhecimentos astronômicos por meio de um tratado, em treze volumes, o Almagesto.

Com os seus estudos e os seus livros Ptolomeu contribuiu para todos os ramos do saber científico. Infelizmente, parte de seus escritos perdeu-se mas os que restam, no entanto, são suficientes para documentar a importância de seu trabalho.

A sua obra mais importante é a Síntese Matemática, compêndio astronômico composto de 13 livros, nos quais apresenta e desenvolve argumentos a favor da teoria geocêntrica do universo. A obra passou em seguida a ser chamada pelo nome de "O Grande Astrônomo".

No século IX, os astrônomos árabes usavam o superlativo Magiste (O Maior) para se referir à obra. Desse termo, ao qual foi acrescentado o artigo árabe Al, surgiu o nome Almagesto (A1-Magiste), com o qual a obra é conhecida hoje.

John Kepler

O Almagesto tornou-se o principal texto sobre astronomia durante os dezasseis séculos seguintes (até Kepler fornecer os argumentos que consolidaram definitivamente a teoria heliocêntrica formulada por Copérnico).

Segundo Ptolomeu, os planetas, o Sol e a Lua giravam em torno da Terra na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Com a ajuda da trigonometria, Ptolomeu estudou o movimento desses astros mas propôs uma explicação muito simplista para o problema do movimento aparente dos planetas: em determinados pontos de suas órbitas eles parecem deter-se, inverter seu movimento, deter-se novamente, finalmente mover-se na direcção primitiva. Esses fenômenos devem-se, na realidade, ao fato de a Terra e os planetas moverem-se com velocidades diferentes em órbitas aproximadamente concêntricas e circulares.
Ptolomeu, porém, para procurar explicar esse fenômeno aparentemente tão estranho, elaborou um sistema bastante complicado, embora geometricamente plausível.

Os planetas estariam fixados sobre esferas concêntricas de cristal, presididas pela esfera das estrelas. Todas essas esferas girariam com velocidades diferentes, o que, julgava Ptolomeu, explicava as diferentes velocidades médias com que se moviam os diversos planetas.

Mas restava ainda explicar os movimentos retrógrados e as "aparentes paragens" dos planetas. Ptolomeu foi então obrigado a fazer os planetas executarem movimentos em epiciclo: cada um deles girava descrevendo círculos (os epiciclos) sobre uma esfera menor, cujo centro estava situado sobre a esfera maior. Assim o céu encheu-se de várias rodas gigantes com o passar do tempo. Porém, foi-se entendendo que o mecanismo não explicava satisfatoriamente os movimentos celestes. Como resultado, o número de epiciclos cresceu enormemente, de tal forma que, ao tempo de Copérnico, a confusão formada pelas centenas de rodas gigantes, dentro de outras rodas gigantes era tão grande que já escapara da compreensão dos estudiosos. Para coroar o complicadíssimo mecanismo, os teólogos medievais povoaram o céu com exércitos de anjos, querubins, etc., cada qual, responsável por um epiciclo.

Ptolomeu aperfeiçoou também a teoria lunar de Hiparco, estabelecendo uma lei para o fenômeno da evicção, já observado por este último. Consiste numa irregularidade no movimento lunar, devida à atração do Sol. De fato, pela influência da atração solar, a trajetória da Lua não descreve uma órbita elíptica constante, podendo estar antecipada ou retardada em relação à posição que deveria ocupar, se seu movimento fosse uniforme.

O valor calculado por Ptolomeu para a evicção lunar estava muito próximo do adotado atualmente. Além disso, Ptolomeu elaborou tabelas do movimento lunar que foram utilizadas até o tempo de Copérnico.


Nicolau Copérnico: Matemático e astrônomo polaco, autor da Teoria Heliocêntrica, segundo a qual o sol é o verdadeiro centro do sistema solar, devendo-se a sucessão de dias e noites, ao movimento da rotação da Terra sobre seu próprio eixo.


Copérnico nasceu em Torun, na Posnâmia (região polaca nas margens do Vístula) na fronteira com a Alemanha, a 19 de Fevereiro de 1453, e era filho de um comerciante que o deixou órfão, aos 10 anos.

A sua tutela ficou a cargo do seu tio Lucius Waczenrade, Bispo de Erimland, tendo crescido a meio do período renascentista, no qual o saber, bem como a cultura avançaram revolucionariamente. Também serviu a Igreja Católica, o que de certa forma foi positivo, pois lhe dava acesso ao saber entesourado e monopolizado da Igreja.

Foi o primeiro grande astrônomo depois da Idade Média tendo sido considerado o pai da concepção heliocêntrica do Sistema Solar, em contraposição à concepção ptolemaica (de Ptolomeu) que situava a Terra no centro desse sistema.

Teoria heliocêntrica / Propriedades planetárias

Em 1491, ingressou na Universidade de Cracóvia, onde estudou, principalmente, matemática. Depois na Universidade de Bolonha estudou grego e em Pádua Medicina. Em 1500 voltou a Polônia, e já como monge, assumiu as funções de cônego em Frauenburg, exercendo a medicina. Como a sua verdadeira paixão era a astronomia, teve a sua atenção despertada pelo planeta Marte, e das suas observações, surgiram as seguintes questões:

Porque razão os planetas se tornavam cada vez maiores, mais brilhantes, ao longo de sua trajetória?
Cresciam ? (o que parecia absurdo!)
Ou ficavam tão mais perto da Terra?
O que certamente, os levava a sair dos epiciclos, onde deveriam permanecer...


Diante das suas dúvidas, Copérnico, com a sua tranquilidade característica, passou a estudar os pensadores antigos, que ousaram dar um movimento à Terra, e colocar o Sol como centro do Universo.

Depois de minuciosos cálculos matemáticos, ele deduziu: A Terra executa um movimento completo em torno de seu eixo. Isso explicaria o movimento do Sol e das estrelas, produzindo o dia e a noite. Novos cálculos o levaram a atribuir ao Sol o movimento anual, que na verdade é executado pela Terra.

As suas afirmações eram contrárias a Teoria Geocêntrica, que afirmava ser a Terra fixa, e que todos os demais astros, giravam em torno dela. A Igreja fundamentava-se na Teoria Geocêntrica, e agia de modo bravio, contra qualquer conceito contrário a esta teoria. A Teoria Geocêntrica, também chamada de Teoria Ptolemaica, por ter sido elaborada por Cláudio Ptolomeu, astrônomo e geógrafo grego do séc. II, dizia que a Terra era imóvel e ao seu redor giravam a Lua, o Sol, os planetas e as estrelas.

Durante 30 anos, Copérnico, analisando e meditando nas suas próprias observações, concluiu a sua teoria. Como uma das suas maiores características era ser prudente, de início, apresentou sua teoria como mera hipótese, já que naquela época eram comuns, as condenações por heresia.

As revelações

Copérnico, era eclesiástico, respeitava e temia as autoridades religiosas e, para estas, a teoria de Ptolomeu era mais adequada para confirmar, as citações bíblicas (por exemplo Josué 10,12-13), de modo conveniente para a Igreja. Temendo contradizê-la, Copérnico, em 1530, apresentou a sua teoria apenas entre os astrônomos, num manuscrito chamado "Pequenos Comentários de Nicolau Copérnico em torno de suas hipóteses sobre os movimentos celestes".

Somente em 1540, permitiu que George Rhäticus, seu discípulo, publicasse as suas ideias, na obra "Narrativa acerca das obras de Copérnico sobre revoluções".

A obraFinalmente em 1543, esse mesmo discípulo, fez circular, em Nuremberga, a obra completa de Copérnico, "Sobre a revolução dos orbes celestes", onde a Teoria Heliocêntrica, era colocada de forma científica, e não como hipótese. Isto deu-se sem o conhecimento de Copérnico, que teve o exemplar nas mãos, já pronto, às portas de sua morte, em Frauenburg, a 24 de Maio de 1543, a mesma data em que veio a falecer.

Esta publicação, que tinha prefácio dedicado ao papa Paulo III, fora substituída por outro, anônimo, atribuído a Andreas Osiander, que insistia sobre o caráter hipotético do novo sistema.




Só após 20 anos da divulgação da pesquisa de Copérnico, o frade dominicano Giordano Bruno acrescentou a teoria, à ideia do Universo infinito, levantando novamente a polêmica. Por isso, a Inquisição, condenou-o à morte.



Nessa mesma época, iniciava a sua carreira como professor universitário, Galileu Galilei, que finalmente cimentou esta teoria. Vale a pena lembrar que a Igreja Católica em sua arrogãncia eterna como detentora do conhecimento e acima do bem sobre o mal, condenou por excomunhão Galilei e o exilou em uma ilha deserta - além de tê-lo imposto a condição de se retratar publicamente dizendo que dissera apenas "bobagens". Somente ao final do papado de João Paulo II, foi absolvido da excomunhão imposta.

A obra de Copérnico foi comprovada por grandes astrônomos e matemáticos como Galileu, Kepler e Newton, mas até 1835, a Igreja manteve-a na sua lista negra. Mas esta obra, considerada valiosa e pioneira, garantiu-lhe o posto de Pai da Astronomia Moderna.
Alguns meses antes de morrer, publicou o seu célebre trabalho "Das revoluções dos Mundos Celestes".

O primeiro exemplar do seu livro chegou às suas mãos no dia da sua morte. Poucas horas antes de falecer, teve a satisfação de ver a sua obra publicada, que apenas em 1616 foi proibido o seu ensino, mas já demasiado tarde para parar a revolução do sistema heliocêntrico.

Fontes: ALVES, Antônio, AAVV, Enciclopédia 2003, Porto editora, Porto, 2003.
http://www.espr.pt/

http://profs.ccems.pt/

Filoparanavai 2012

Um comentário:

ruth disse...

Qual pintor, fez esse primeiro quadro de anjo?